Duelar contra Deus?
“Mas, foram rebeldes, contristaram o Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo, ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 10
A rebeldia do povo escolhido, dando azo à inimizade com Deus. Interessante que, o nome, Israel, foi posto em Jacó, significando, “aquele que luta com Deus.” Não “com” no sentido de, junto; antes, contra Deus; pois, foi num cenário assim, que seu nome foi mudado. Claro que seria impensável alguém, por forte que fosse, lutar com Deus, no fito de vencê-lo, sequer, vulnerá-lo um pouco.
Num sentido prático, nossas ações têm incidência horizontal; “Atenta para os céus, vê; contempla as mais altas nuvens, que são mais altas do que tu. Se, pecares, que efetuarás contra ele? Se, as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se, fores justo, que lhe darás, ou que receberá ele da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro como tu; a tua justiça aproveitaria ao filho do homem.” Jó 35; 5 a 8
Contudo, se em nossa rebelião ferirmos à justiça que o Eterno ordenou, estamos sim, lutando contra Deus. A Terra é o teatro da nossa atuação; a Palavra de Deus, o “script” que compõe a peça da regeneração, não há lugar para “cacos”, improviso. Resumindo: Lutar contra Deus, é simplesmente resistir à Sua Vontade.
Jesus usou uma alegoria bélica também, disse: “Ou qual é o rei que, indo à guerra pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se, com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, pede condições de paz. Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Luc 14 31 a 33
A ideia é: Antes de entrar numa guerra devo considerar bem minhas, forças; caso conclua que não posso vencer, a prudência recomenda a rendição. E O Salvador expressou em quê, consiste tal rendição: “...qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”
Claro que renunciar “tudo” não significa jogar fora, bens, antes, tudo o que, tenho aprendido no mundo rebelde, sobre valores, sentido da vida, Deus, todas essas concepções, digo, devem ser deixadas em prol do discipulado, de aprender de Jesus. Embora tenha reflexos econômicos, a Doutrina de Cristo é espiritual, sobretudo. Assim, salva e ensina a amar, fazendo caridade como consequência do que recebemos; não, salva alguém a despeito do arrependimento e submissão, desde que, faça boas obras.
Uma armadilha que muitos usam contra si é “facilitar” as coisas alterando partes da Palavra de Deus. Ora, o que Ele ordena é absoluto, cabal. Livres somos pra obedecer ou, não; alterar, porém, implica lutar contra O Eterno.
Vemos o exemplo de Balaão, o mercenário; Deus dissera para não ir amaldiçoar Seu povo. Motivado por uma oferta vultosa, insistiu pra que Deus mudasse de posição, orando uma noite mais. Ele “mudou” permitindo que o obstinado fosse; no caminho, porém, onde o Anjo da Morte o aguardava, sua vida foi salva pelo voz de uma mula, que milagrosamente falou com o rebelde. Eis a “glória” de lutar contra Deus! Jonas, ao fazer isso terminou exortado por ímpios; Balaão entregando-se à cobiça, teve que ver sua mula com as rédeas da situação.
Quando lutamos contra Deus, não somos “derrotados” como se fosse possível um resultado diferente; antes, humilhados, pois, só o orgulho besta nos cegaria a ponto disso; o antídoto ao orgulho é a humilhação.
Mesmo sendo “Varão de Guerra”, Deus não quer briga conosco, antes, reconciliação. Ouçamos: “Não há indignação em mim? Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Ou que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27; 4 e 5
Interessante linguagem: “Se apodere da minha força...” não significa ficarmos fortes como Ele, antes, que estando em paz com Deus, o Seu poder atua a nosso favor; por outro lado, a rebeldia, voltando ao começo, coloca-O como inimigo.
Em suma, duas opções claras e opostas: Ou nos rendemos e O servimos, para preservação da vida; ou, abraçamos à rebelião, mesmo que, suicida.
As condições de paz foram cantadas por anjos: “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra...” Luc 2; 14 E não se glorifica a Deus alterando Sua Palavra, antes, blasfema-se. Faz parecer que um cérebro de ervilha sabe mais, que O Onisciente.
Os homens não “vão à luta” por causa de suas forças, antes, da cegueira, da ignorância. A Luz não me faz forte, me faz sábio; todavia, dissera Salomão: “Melhor é a sabedoria que a força...”