Menino de rua.

Salmos, 31:9 - Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.

A ano se inicia, em muitas casas está acontecendo festa neste momento, a churrasqueira acessa, brasas vermelhas, a carne temperada sobre a mesa, na cozinha as mulheres iniciam o tradicional almoço de início de ano, com tudo o que tem direito, é apenas as primeiras horas do novo ano.

Todos os parentes estão reunidos na mesma casa, aos poucos começam a despertar, a casa silenciosa começa a ter barulho novamente, em um ritmo de continuidade do ano anterior; latas de cervejas são abertas uma após a outra, a cede pelo álcool parece insaciável, olhares vermelhos, o semblante caído, aspecto de embriaguez.

Naum, 1:10 - Pois ainda que eles se entrelacem como os espinhos, e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como restolho seco.

Não demora muito e uma música qualquer é colocada, os últimos que ainda estavam dormindo despertam eufóricos, nem se lembram de agradecer pelo novo dia e o novo ano, nem uns aos outros se cumprimentam, a porta da geladeira é a mais procurada, as latas de cervejas as mais cobiçadas; os primeiros pedaços de carne já estão assados.

Barulho intenso, festa, bebedeira, de repente chega aquele outro parente distante, o carro lotado, Abraços e desejos de um bom ano, o parente distante trouxe mais bebidas, dessa vez não é só a cerveja, é algo mais forte, inicia-se uma mistura de bebidas, e logo todos ficaram ainda mais bêbados, bagunceira e briguentos.

Salmos, 102:6,7 - Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas. Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.

Do alto de uma laje alheia, em uma favela qualquer, o solitário menino que na noite anterior admirava-se com os rojões colorindo o céu, acabou por adormecer na laje mesmo, seu cobertor é um punhado de jornais velhos, costelas amostra, face pequena, pés descalços, o menino de rua despertou com o barulheira do churrasco, a bebedeira se intensifica, um amontoado de carnes está sendo assada, o cheiro gostoso da gordura assando chega às narinas daquele menino sem nome, sem pais, sem pátria, sem esperança, sem sonhos. As mãos magrelas e sujas enxuga a lágrima que teimosa nasce de seus olhos, do alto o menino contempla um Mundo de ebrios, comida sendo jogada na lata do lixo, comida que mais tarde será o seu alimento,é menino está com fome, muita fome.

Salmos, 10:17,18- Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu ouvido, para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não mais inspire terror.

O menino sem nome é apenas mais um entre tantos outros, que vivem jogados pelas sarjetas, maltratados, sendo humilhados por nossa sociedade, o mundo não é mais um lugar grande, tornou-se pequeno e egoísta, vivendo a seu bel prazer.

O menino de rua não recebeu presentes no natal, não recebeu um feliz ano novo, ele apenas vagou solitário por entre as ruas, seu único desejo era matar a sua fome e saciar sua cede, com muita sorte vai achar algum pedaço velho de cobertor Jogado no lixo, para o cobrir durante as noites frias.

Deuteronômio, 27:19 - Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém.

Que essa minha mensagem seja para todos nós um despertar no inicio desse novo ano, quando estivermos com as nossas famílias comemorando, que venhamos a agradecer a Deus que nos deu tudo, família, emprego, esposa, filhos, e juntos venhamos a agradecer o autor da vida, e não nos esqueçamos dos órfãos, das viúvas,dos pobres, dos que estão enfermos, das muitas crianças que neste momento nada tem um lar.

Meu desejo é que este país seja um lugar mais justo, mais digno, mais humano, mas para isso acontecer, o primeiro ato de justiça tem que partir de nós mesmos, o país só vai mudar quando cada um mudar a si próprio.

Feliz Ano Novo.

Jesus está voltando.

Deus abençoe.