Ser Cristão é ir além do religiosismo.
Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, (Tit 3:5). Neste versículo encerram-se algumas verdades que valem a pena serem estudadas, e o faremos com intuito de entendermos um pouco o que é ser Cristão, tendo sempre em mente que ser Cristão não trata-se der ser religioso, mas sim de ser discípulo de Cristo.
1 – Primeiro vamos entender um pouco do que Jesus fez por nós, O que Jesus fez por nós foi nos por-nos numa nova, viva e íntima relação com Deus. Porque até a vinda de Jesus, Deus era tido como um Rei, perante o qual os homens se apresentavam com temor, um Juiz perante o qual os homens retrocediam com terror, um majestoso Potentado, ao que só podiam considerar com medo. E Jesus veio para mudar isso Ele veio para apresentar o que Deus é na realidade e falou para a humanidade a respeito de um Pai cujo coração estava aberto e cujas mãos se estendiam com amor. Veio para mostrar de forma vivida aos seres humanos, que Deus como Pai amoroso, não prima por uma justiça perseguidora que busca punir todo e quaisquer erros, mas sim de um amor misericordioso que prima pelo perdão, de um amor que jamais abadona aquele que ama.
2 – Ele viveu e ensinou-nos sobre um amor e gracioso que advém de Deus, e que este amor não veio como uma conquista do ser humano, mas sim como um dom gracioso de Deus Pai. Porque fé, amor, perdão são dons que nenhum ser humano pode obter sem a ajuda do Espirito Santo. São presente que podemos aceitar ou não e se o fizermos nascerá em nós a confiança perfeita e renovadora do amor. Deus oferece seu amor aos homens, não pelas ações corretas que realizaram, mas sim simplesmente pela grande misericórdia de seu coração. O Cristão nunca pensa no que ganhou; só pensa no que Deus lhe outorgou e na responsabilidade pelos demais seres que habitam este planeta. A característica da vida cristã deve ser sempre a gratidão maravilhosa e humilde, e nunca a satisfação própria orgulhosa. Pois todo o processo deve-se a duas grandes qualidades de Deus.
– A benignidade de Deus a palavra aqui usado por Paulo é: χρηστοτης chrestotes. Que significa: bondade moral, integridade. E em seu mais profundo significado: refere-se a um espírito tão bondoso que sempre está preparado e desejoso de dar tudo o que seja necessário para o bem-estar daqueles que Ele ama. Está preparado para perdoar e abençoar, se é requerido. Chrestotes é a bondade que abrange tudo, e não só o que aparenta ser bom, e nem tão pouco se firam num sentimento quente que advém de ato apaixonado, mas é fundamentado num fluir da ação generosa que atua a todo momento. E todo aquele que se diz povo de Deus tem o dever de praticar a benignidade.
– O amor, e o amor de Deus por toda a criação, e neste caso especificamente por todos os seres humanos. A palavra usada aqui é: φιλανθρωπια philanthropia; que o seu significado direto é: Amor à humanidade, benevolência. Que o seu significado mais profundo é: o amor ao ser humano como ser humano. Segundo os historiadores os gregos disseram muito a respeito desta bela palavra. Utilizavam-na para referir-se à bondade do homem para com seus iguais, às graças do bom rei para com seus súditos, à piedade ativa do homem generoso para com aqueles que estavam em qualquer tipo de problema ou de angústia, e especialmente para a compaixão que fazia com que uma pessoa redimisse a um semelhante quando tinha caído em cativeiro. E aqui entendemos que por trás de tudo isto não há nada que seja mérito exclusivo do ser humano; atrás de tudo isto está a misericórdia benigna e o amor universal pela humanidade que existem no coração de Deus.
E quando entendemos isto entendemos que ser Cristão não nos leva a ter um orgulho separador, mas sim uma responsabilidade regeneradora para com o mundo e para com todos os seres que nele habitam. Ao olhar o mundo ao seu redor o verdadeiro Cristão não considera com desprezo nem com arrogante acusação aqueles que não participam da mesma ideia ou ideal, este busca compreendê-los a amá-los. Porque dentro dele ele leva a gratidão do amor de Deus Pai que regenerou e regenera a sua vida. O verdadeiro Cristão ama porque dentro dele é viva a certeza de que como discípulo deve buscar a semelhança com o seu mestre a saber Jesus Cristo.
(Molivars).