A ardente expectativa

A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. (Rom 8:19). Neste versículo vemos o apóstolo Paulo usar a palavrar: “αποκαραδοκια apokaradokia”, que diretamente significa: expectativa ansiosa e persistente. Segundo os estudiosos está palavra só aparece duas vezes em todo Novo Testamento, aqui e em (Flp 1:20). Ou seja ele a usa para traçar um grande quadro. Fala com a visão de um romancista. Ele diz que a própria criação, o mundo criado, a natureza tudo aguarda a glória que virá. Ele diz isto porque naquele tempo e ainda hoje a criação está sujeita à corrupção. É bem certo que temos várias linhas de pensamentos teológicos mas eu fico com está.

Apesar de todas essas explicações e suas variantes se revestirem de algum valor, essas são tão-somente quadros parciais da verdade. O que podemos ver é que provavelmente Paulo tinha em mente era a totalidade da criação, tanto a racional como a irracional, tanto a material como a não-material, ainda não redimida, e, portanto, posta em contraste com os Cristãos redimidos, mas, apesar disso, capaz de vir a ser redimida, é aqui pintada como anelante pela redenção, e não somente a contemplar a redenção dos indivíduos já convertidos. O anseio referido, pois, visa a redenção, e isso envolve tanto os homens, como os anjos e a natureza em geral. Como podemos ver: na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. (Rom 8:21). Aqui entendemos que toda a criação será redimida.

Hoje quando olhamos a nossas volta vemos que a natureza agoniza devido a fome gananciosa dos seres humanos: Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, (Rom 8:20). Vemos catástrofes que acontecem porque alguém primou pelo lucro fácil e detrimento a segurança de outrem ou a proteção do planeta em que vive. E mais quando o pecado entrou no mundo tudo ficou sujeito a ele como podemos ver em: E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. (Gên 3:17). A partir deste momento o ser humano perdia a beleza da semelhança com o Pai, e se declinava para feiura do pecado. E com ele o mundo sua volta se tornou efêmero, onde a beleza murcha pois se tornara uma beleza corrompida; e o mundo segue agonizante, onde a todo instante algo morre devido a ambição e o desamor; e, é por isso que tudo aguarda libertação e a vinda do estado de liberdade e de glória.

Aqui vemos Paulo pintar a beleza ao imaginar a natureza desejando o dia em que o domínio do pecado tenha sido quebrado, e a morte e a corrupção tenham desaparecido, e a glória de Deus tenha vindo. E com um toque de intuição imaginativa, Paulo diz que a situação da natureza é ainda pior que a situação dos homens. O homem pecou deliberadamente; mas a natureza foi subjugada involuntariamente, não por sua própria escolha. Inconscientemente a natureza foi envolta na consequência do pecado do homem. “Maldita é a terra por tua causa”, disse Deus a Adão depois de seu pecado (Gên 3:17). Assim aqui, com olhar de um romancista, Paulo vê a natureza aguardando a libertação da morte e da corrupção que o pecado do ser humano trouxe ao mundo.

Quando Paulo diz: Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. (Rom 8:22).Estamos aqui tratando, portanto, da nova criação, tanto na natureza inanimada como no tocante aos seres humanos, ou seja, Paulo focaliza aqui a redenção completa. A natureza inteira, é retratada como anelante por essa redenção. A grande verdade é que a futura ordem de coisas, na eternidade, produzirá transformações radicais na estrutura e no modo de vida de todas as coisas, e isso haverá de afetar as dimensões celestiais, as dimensões dos seres espirituais, dos seres celestiais. No primeiro capítulo da epístola aos Efésios vemos também ele tratar disso, mostrando-nos que a totalidade da criação, de um modo ou de outro, tem seu alvo e propósito centralizados em Cristo.

Mas o que devemos entender é que está regeneração deve advir antes no interior de cada ser humano com a eliminação do egocentrismo. Pois quando limpamos os nossos corações de todo sentimento egoísta vivenciamos uma antecipação, uma primeira entrega, da glória já no aqui e agora. E assim começamos a assumir a semelhança com Cristo. E mesmo que hoje nos vemos envoltos na situação humana. Interiormente devemos lutar com a nossa própria natureza humana pecaminosa. Exteriormente devemos viver em um mundo de morte e corrupção. Mas, não vivemos sós, e nem só no mundo; vivemos também com o Espirito Santo e em Cristo. Não somente vemos o mundo; olhamos mais além do mundo, em direção de Deus. O Cristão não só vê a consequência momentânea do pecado nas pessoas e no mundo; ele vê o poder da misericórdia e do amor de Deus. E, portanto, a tônica da vida cristã é sempre a esperança e nunca o desespero. O Cristão revoluciona a si mesmo numa regeneração em direção do amor enquanto aguarda a vinda da glória restauradora. Ele segue restaurando-se e ajudando a restauração o Cristão caminha para vida vencendo a morte. Eis aqui a maior responsabilidade de todo Cristão agir positivamente pedindo ajuda ao Espirito Santo para que a sua natureza seja mudada da solidariedade com o pecado, para a comunhão com o amor em Cristo.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 14/11/2015
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