Quando removemos o egocentrismo, vem a fé que remove montes e torna a oração eficaz.

Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. (Mar 11:24). Neste versículo vemos Jesus nos ensinar algo sobre a oração e a fé, a fé e a oração devem caminhar sempre juntas porque fé sem oração, se faz inativa e oração sem fé se faz ineficaz. Mas é bom que lembremos que há uma terceira força que devemos levar em conta e esta força é o amor; porque fé sem amor pode tornar-se tirania e oração sem amor e para satisfazer o egocentrismo é oração sem poder, Tiago nos ensina isso: pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. (Tgo 4:3). E então estudaremos uma pouco mais sobre o que se diz nestes versículos, não entraremos nos méritos dos vários tipos de orações. Somente dissertaremos sobre o porque da ineficácia da oração na nossa vida e o que bloqueia o canal da oração.

1 – Vemos Jesus dizer: Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, (Mar 11:24). Aqui vemos que a oração é um exercício que nos dá a grande oportunidade de exercermos a fé. À oração cria a atmosfera onde a fé pode ser exercitada. Assim é a fé que cura. A oração põe o que há de melhor em nossa natureza, a oração tem o poder transformador e aquele que deseja regenerar a sua natureza deve manter-se em oração vinte quatro horas por dia, e digo isto sem exagero. A nossa natureza não regenerada, naturalmente é teimosa, e olha somente para o si mesmo, e sempre está medindo o que se pode ganhar ou o que se vai perder, e, é aqui que se apresenta a maior montanha a ser removida. É na oração com fé que está montanha pode ser lançada no mar para abrir caminho para a manifestação interna e externa da vida de Cristo em nós; e é justamente o que Jesus trata neste capítulo do Evangelho. É bem certo que também podem haver muitas outras montanhas a remover e todas permanecem imóveis enquanto não forem vencidas pela fé. A fé é a expressão de nossa natureza na forma mais elevada do nosso relacionamento com Deus, fé se dá na alma pois ela vem através do Espirito, fé está distante da simples crença ou da autoafirmação. Fé é um princípio dinâmico que se agarra ao poder de Deus e quando aplicamos esse poder na vida diária vemos grandes feitos e transformações. Fé não se trata de positivismo que segue afirmando vai acontecer, vai acontecer, fé é entender e sentir que já aconteceu mesmo que tudo a nossa volta diga que não. O constante praticar deste pensar e deste sentir, faz com que o poder da manifestação do amor divino, torne-se parte de nossa existência. E este poder transformador ao passar por nós ele nos transforma e se torna parte de nós mesmos. Ou seja, quanto mais praticarmos o amor, quanto mais servirmos em amor e verdade, quanto mais oramos para que o servir em amor seja algo exequível em nossas vidas, mais se fará visível a nossa transformação à imagem de Cristo. E mais milagres acontecerão.

A oração se faz forte quando é acompanhada da fé e do amor perdoador, sendo, por isso mesmo, uma influência poderosa. Tal como qualquer outra força, a fé não opera a menos que seja ligada e o canal de ligação da fé é o perdão. E quando liberamos perdão o amor se faz presente impulsionando a fé e ao adquirir impulso, seu poder nos movimenta, bem como altera as circunstâncias e modifica e transforma nossa natureza. Mas temos que entender que a oração que não vem acompanhada do amor perdoador e reconciliador se fará inerte e ineficaz. No versículo seguinte vemos Jesus dizer: E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. (Mar 11:25). Na oração modelo o Pai nosso (Pater Hemon), Jesus finda com a mesma declaração, (Mat 6:14,15). Aqui Jesus deixa claro que a influência negativa de um coração que não sabe perdoar pode arruinar a ação positiva da oração e da fé, e que nenhuma influência negativa é tão intensa como o desamor e o ódio aos outros, ou seja, a alma que não se dispõe pôr em prática o amor perdoador jamais fluirá nela o poder de Deus. Porque onde habita o ódio, o rancor e o desamor não pode habitar o Espírito Santo, pois tais coisas são incompatíveis, com a expressão da vida de Cristo em nós. Até mesmo Jesus jamais poderia ter realizado o que realizou se tivesse odiado a seus semelhantes, se guardasse ressentimentos, ou se de qualquer outra maneira tivesse exibido a natureza degenerada do ser humano.

E aqui começamos a entender que O canal de ligação com o Pai, na vida de Cristo, era mantido desimpedido e limpo. Porque ele jamais nutriu em seu coração sentimentos negativos. Quando deixamos o ódio e o desamor fluir livremente em nós travamos o canal que nos põe em contato com o Pai. E então fluir do poder curador e regenerador se faz distante e já não se pode remover as montanhas dos dissabores que surgem em nossas vidas. A oração, portanto, foi dada como um meio do ser humano exercer o grande poder da fé. E assim entendemos que a oração serve de meio tanto para o exercício da fé como para o desenvolvimento da fé. No versículo acima Jesus ensina-nos outro importante princípio: A fé é impedida, se não mesmo completamente extinta, quando nutrimos pensamentos negativos e maus acerca de outros. A psicologia moderna têm demonstrado que tais pensamentos podem até mesmo atrair circunstâncias e tragédias para a vida do indivíduo, afetando não só o seu bem-estar espiritual, mas até mesmo o seu bem-estar físico, e mental o que, de resto, tem sido demonstrado pelas experiências de muitos nesta vida. Aquele que abriga ódio em seu peito contra outrem, talvez possa falar em tons piedosos, mas não poderá exercer a verdadeira fé. Tal poder só se manifesta na vida correta, isenta de malícia, e a parte do egocentrismo. Aqui vemos algo de valioso no ensino de Jesus, ele ensinou acerca da necessidade de evitarmos o ódio e a má vontade para com os outros, em um período de sua vida que estava próximo de sua entrega às mãos dos homens e de sua morte, quando já sabia que a desumanidade e o desamor dos desarrazoados haveriam de assassiná-lo. E assim Ele nos ensinou maneira vivida, uma vez mais, o que é nobreza de seu caráter.

E o que aprendemos com isso?

– Aprendemos que a fé vem com o constante orar.

– Que a oração se faz eficaz quando vem acompanhada de fé.

– Que fé não é uma crença é um relacionar com Deus em amor.

– Que o ódio, ressentimento e o rancor obstrui o canal de comunicação com Deus.

– Que o mau sentir destrói o ser humano por inteiro, porque destrói o corpo, a alma e o espírito.

– que a maior montanha que temos que remover está dentro de nós, e esta montanha é o egocentrismo.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 10/11/2015
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