No feixe inextricável da vida não há ação isolada.
Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si.
Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. (Rom (14:7-9) Aqui nestes versículos vemos o apóstolo Paulo ensinar a inextricabilidade da vida neste mundo, em um primeiro momento ele discorre sobre a vida comum dos seres humanos, e num segundo tempo ele discorre sobre o viver Cristão, desta feita estudaremos somo o seres humanos em geral. Paulo discorre sobre o existir para si mesmo, é comum muitos de nós pensar que seus atos só atingi a si mesmo e não ao outro, mas o que vemos acontecer é que cada ato isolado move o todo. Ou seja, cada atitude ou ação contribuirá para o bem-estar ou para o mal do seres do planeta em que vivemos. E desta feita analisaremos isto de um ponto de vista do passado, presente e futuro.
1 – Não podemos nos isolar do passado. Ninguém se tem feito totalmente a si mesmo. Hoje colhemos frutos que foram plantados pelos nossos antepassados, frutos bons e ruins. Temos uma liberdade de expressão porque muitos morreram para que nós a tivéssemos. Temos uma medicina de melhor qualidade porque alguém empenhou sua vida nos estudos. A tecnologia que temos hoje veio do trabalho de alguém. Mas também herdamos um planeta a beira de colapso devido a ganância desmedida e irresponsável dos nossos antepassados. E num aspecto mais amplo o ser humano é um receptor de tradições, de descendência de uma herança, seja social, monetária ou hereditária. Sendo assim somos um amálgama de tudo o que os nossos antepassados fizeram. Também é certo que contribuímos para a continuação de tal amálgama; mas também é certo que jamais partimos do zero. Para bem ou para mal, vem da base de tudo o que o passado nos legou. Uma nuvem invisível de testemunhas, não só nos rodeia, mas também habita em nós. E não podemos relegar este passado e nem o tronco do qual emergimos, o que podemos é tira exemplo e agir melhor para que o futuro de outros sejam melhor do que o nosso e a colheita seja mais promissora, nisto consiste amar o próximo que ainda não está presente.
2 – Tampouco podem os nos isolar no presente. Vivemos em uma civilização que diariamente está estreitando mais e mais os vínculos entre os homens. Hoje vivemos cada veis mais juntos em condomínios sejam eles verticais ou horizontais, mas o triste é que a inconsciência nos faz viver em meio de muitos, mas isolados. Por que inconsciência? Porque não percebemos que até a cor de nossa casa afeta a vida de outrem, isto para dar um exemplo bem radical. Ou seja, ninguém pode fazer nada, que só o afete a ele mesmo. Mesmo que não acreditemos Temos o terrível poder de fazer a outros felizes ou tristes por meio de nossa conduta; temos o poder ainda mais terrível de fazer bem ou mal a outros com nossa conduta. Devemos saber que temos em nós o poder de influenciar o caminho de outrem podendo torna mais fácil para outros tomar o bom caminho ou o caminho mau. Os atos de todas as pessoas têm consequências que afetam mais ou menos de perto a outras pessoas e seres que habitam este planeta e até mesmo o universo. Cada ser humano está preso ao feixe da vida, e dele não pode escapar. Sendo assim cada pensamento mal, cada atitude lesiva, cada lixo que jogamos pela janela do carro, cada ato de corrupção passiva ou não, afeta a vida de outrem no presente e afetará no futuro.
3 – Não podemos nos isolar do futuro. Assim como recebemos a vida, cada um de nós a transmitimos. Entregamos aos nossos filhos uma herança de vida física e de caráter espiritual. E mais não somos unidade autossuficiente e individual, somos um elo em uma cadeia de acontecimentos de vida. Carl Gustav Jung, nos fala do inconsciente coletivo Ele é constituído pelos materiais que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos. O inconsciente coletivo também tem sido compreendido como um arcabouço de arquétipos cujas influências se expandem para além da psique humana. Émile Durkheim nos fala da consciência coletiva que basicamente é um conjunto cultural de ideias morais e normativas. E aqui entendemos que estamos plantando não somente o nosso futuro, mas também daqueles que virão. E se pensarmos com responsabilidade e tivermos um pouquinho de amor em nós, faríamos o melhor para que o futuro e os futuros tivessem um mundo melhor.
E aqui fica uma dura verdade a vida é uma inextricável trama amarrada em um só feixe e sempre que deixamos algo de nós mesmos no mundo ao deixar em outros algo de nós mesmos. O pecado seria muito menos terrível se afetasse só ao que o comete. O terrível de todo pecado é que ele é um elo de uma corrente que segue formando um ciclo que contamina o mundo como um todo. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rom 5:12). A contramedida também se faz verdadeira, se cada um de nós empenharmos em amar mais e melhor, um dia o mundo será um mundo onde o amor imperará. E Jesus Cristo veio para que tivéssemos força para tal prática, mas isto estudaremos em um próximo estudo. “assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” (Rom 5:19). Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o arbitro de nossos corações.
(Molivars).