A exemplo que transformou o egoismo e um ato de compartilhar.
Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto queriam. (Joã 6:11). Este versículo faz parte do relato onde Jesus alimenta a multidão, este é um dos relatos mais conhecido e comentado. Mas vale a pena estudarmos um pouco mais sobre ele. Quando o estudamos vemos alguns fatos interessantes.
1 – Primeiro o milagre tão comentado da multiplicação dos pães e dos peixes, e este vemos comumente ser estudado e falado. E sem dúvida alguma Jesus seria capaz de multiplicar os alimentos porque vemos no livro do Êxodo que Deus fez chover maná para alimentar milhões de pessoas.
2 – Temo uma visão mais romântica e na minha parca opinião algo de muito mais lindo aconteceu, porque multiplicar alimento e uma coisa fácil para um Deus onisciente, onipotente e onipresente. Mas mudar os corações dos seres humanos é a única coisa que se fez difícil para Deus. Vemos na história da humanidade de do povo de Deus, que mesmo estes tendo vivido o milagre do amor ainda assim continuavam primando pelo material e pelo poder e desprezando o amor. E, é aqui que entra a visão romântica do compartilhar dos alimentos: Não podemos pensar que a multidão empreendeu uma expedição de quatorze quilômetros sem fazer nenhum preparativo. Se entre eles havia peregrinos, sem dúvida teriam provisões para a viagem. Segundo os historiadores era muito comum um judeu ou o povo da época sair de casa levando consigo uma cesta chamada (kofinos). Estas cestas tinham forma de garrafa e nenhum judeu saía de viaje sem sua cesta. Era comum ver um peregrino com sua cesta era uma figura muito conspícua. Levava-a, em parte porque era naturalmente aquisitivo, e em parte porque precisava levar sua própria comida e se fosse judeu tinha que observar as normas judaicas de limpeza e impureza.
E o que nos traz então a uma visão romântica? É que Jesus olhando para multidão viu que alguns tinha saído sem a devida provisão e que os que as tinham não estavam dispostos a compartilhar. Pode ser que nenhum deles tenha querido oferecer o que tinha, porque o egoismo e a mesquinhez os impediam de fazê-lo, queriam guardar tudo para si. Ou seja, mais uma vez a mesquinhez se fazia presente nos corações humanos. E Jesus sabendo disso, com seu estranho sorriso, tirou a pequena provisão que tinha conseguido e com uma fé radiante deu graças a Deus por ela e a compartilhou com todos. E este ato de amor comoveu a multidão e os corações comovidos pelo lindo exemplo, o seguiram e o imitaram; e ao final houve comida suficiente, e mais que suficiente, para todos. E aqui se apresenta o mais lindo dos milagres, no qual a presença de Jesus e seu amor converteram a uma multidão de homens e mulheres egoístas e mesquinhos em uma comunidade disposta a amar e a compartilhar tudo. Na presença de Jesus aqueles cuja única ideia consistia em guardar tudo para si, se transformou em pessoas cuja única ideia era dar. Possivelmente este relato represente a maior das histórias: um milagre que trocou a natureza humana, pela natureza dadivosa de Jesus. A presença de Jesus foi muito além de multiplicar os alimentos, a presença graciosa e amorosa de Jesus transformou seres, fazendo aflorar a semelhança com o Pai que os criou.
E isto se sucede até hoje pois quem conhece a Cristo Jesus e não muda a si mesmo o conheceu mas não está na sua presença, quem conhece Jesus Cristo e não é capaz de compartilhar, dar mais que receber, amar mais que ser amado, o conheceu, mas não está na sua presença. Que cada um de nós examine a si mesmo e veja se está na presença de Jesus. Que o amor de Cristo Jesus seja com todos.
(Molivars).