Analogia pertinente?
Embora professando minha fé seguindo os preceitos estabelecidos pela Igreja Católica Apostólica Romana, sendo nela batizado, crismado, obtendo minha primeira comunhão, realizando curso de preparação para casamento, efetivando união perante a lei de Deus, participando de Encontro de Casais com Cristo, direcionando minhas filhas para que também seguissem o que seguimos, NUNCA me furtei em respeitar todas as outras crenças, frequentando inclusive alguns cultos evangélicos que muito me honraram e dignificaram e assistido a um ritual de união celebrado em uma Casa Espírita.
Admiro muito os louvores que são entoados com muito entusiasmo nos cultos que são realizados e nesta linha, em viagem que fizemos no último domingo (18/10/15) com intuito de visitar pessoa idosa enferma, minha tia/sogra, que se encontra sob os cuidados de uma de suas filhas, após ter estado ao seu lado, tendo oportunidade de concentrar-me e orar ao Nosso Criador para que minimize ao máximo as agruras pelas quais passa esta sua filha, me dirigi para o lado externo da residência onde pude ouvir o que me pareceu uma pregação logo seguida pelo entoar de alguns cânticos.
Foi como um chamamento e me dirigi para o local de onde provia o som, denotando que partia de uma edificação que abriga uma Igreja Evangélica, mais precisamente situada na Rua Camaipí, 113 – Campo Grande – RJ.
Atipicamente, caia uma fina garoa e permaneci por alguns instantes nas cercanias como se estivesse hipnotizado pela canção. Decorridos alguns instantes, optei por dirigir-me para outra edificação ao lado da Igreja, que abrigava uma casa de lanches denominada Bia & Cris e que à sua frente possuía um abrigo de lona. Como o estabelecimento encontrava-se fechado pude por lá permanecer, protegido da intermitente garoa que caia. Convém salientar que deste local podia ouvir com maior nitidez o som que da Igreja provia.
E prosseguiam vozes afinadas e com excelente interpretação entoando hinos de louvor falando das ‘coisas do Céu’!
Extremamente concentrado, olhos fixos no ‘farfalhar’ emanado pelas vozes e pelo respingar dos tênues pingos que insistentemente seguiam despencando amenizando o calor reinante, não podia (e nem queria...) refrear as lágrimas que insistiam rolar pelas minhas faces!
Num repente, interromperam-se os acordes com a finalização do louvor entoado e uma veemente voz iniciou a fala de algo que de imediato me soou como uma pregação de evangelho. Confesso que senti certo desapontamento e, porque não dizer decepção ao ver interrompida esta minha ‘curtição’ com a audição dos louvores que vinham, sob a minha avaliação, sendo cantados por vozes anônimas e que estavam me trazendo lenitivo e calmaria!
Mesmo assim, por ali permaneci elucubrando acerca das andanças da vida em sociedade que nos é apresentada atualmente. Porém, como costumo enfatizar, Graças, ainda tenho todos os meus sentidos funcionando a contento e minha audição seguiu captando as palavras que agora estavam sendo proferidas!
A pregação seguiu por uma linha de explanação relativa a um fato de certa forma comum, abordando as avarias sofridas pelas construções que são atingidas por fenômenos da natureza e, por vezes, provenientes da atuação danosa engendradas pelos próprios seres humanos, requerendo providências que por vezes levam a uma interdição parcial e até mesmo total das habitações. No caso de uma interdição total detectada pelos experts da defesa civil, é feita uma evacuação e interdição do local, raramente havendo somente nova liberação que seja executada uma nova obra no local para novo acesso. Quando, sob o ponto de vista dos avaliadores, é detectada necessidade de uma interdição parcial, não necessariamente torna-se necessária a total evacuação do local, sendo apontadas as necessidades de reparos prementes para seguir com o uso de forma segura.
Ainda com os olhos marejados, fixos nas esparsas gotas que teimavam cair do firmamento sobre a ‘caliente’ cidade maravilhosa, segui bastante interessado ouvindo onde o pregador iria chegar em sua explanação e em um eventual elo com a vida espiritual do cidadão.
O Pastor, como ele mesmo havia se intitulado, prosseguia explanando de forma clara e segura que nossa vida poderia ser comparada com tudo o que havia abordado.
Enquanto nossa vida segue todas as premissas estabelecidas para uma sequência de paz, harmonia, congraçamento, amizade, fé, sólida união no ambiente familiar e, acima de tudo, AMOR, não há necessidade de uma reformulação para seguir trilhando nossa estrada por aqui!
Entretanto, quando intempéries começam a, total ou parcialmente, interferir no correto andamento, faz-se mister providências para sanar as avarias ocorridas.
E devem ser providenciados tais reparos, haja vista não haver, como em uma construção de uma casa, de um prédio, de um bem material, nos alicerces que sustentam sua estrutura?
Fica fácil perceber que os alicerces são os acima citados, e embora não palpáveis como nas construções fáticas dos bens materiais, somente podem ser colocados novamente ‘nos eixos’, com a retomada das premissas do 'bem viver', como anteriormente existentes.
E a quem correspondem neste caso, aos elementos da defesa civil que concluem se há necessidade da interdição ou reestruturação somente de alguns itens prioritários que deverão ser ajustados?
Também é fácil de fazer a constatação de que, além de sua própria atuação, reavaliando o que fez ou está fazendo de forma errada, que está diretamente contribuindo para esta débâcle em sua outrora feliz vida, há de agregar-se muita fé, perseverança e entrega, sempre acreditando que tudo superará!
Após estes ditos do pregador, iniciou-se uma murmuração em aparente linguajar diverso, que me fez comparar com o ocorrido na Torre de Babel, com repentes de agradecimentos, louvações e agradecimentos.
Para mim, prevaleceu de tudo do que consegui captar, a certeza de que o 'bem viver' depende MUITO da forma pela qual administramos nossas vidas, englobando muito respeito e amor ao próximo, lealdade, fidelidade, entrega, sólida estrutura familiar, ética, moral e muito mais muito fora de moda nos tempos atuais!