A presença de Jesus transforma a tempestade em bonança.

E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. (Mat 8:24-26). Segundo os historiadores esta cena é muito frequente no Mar da Galileia. A origem destas tormentas é o seguinte: O Mar da Galileia está a mais de duzentos metros abaixo do nível do mar. Está rodeado de terras planas atrás das quais se elevam as altas montanhas. Os rios penetraram profundas gargantas nas planícies ao redor do mar. Estas gargantas atuam como grandes funis que trazem o vento frio das montanhas e assim surgem as tormentas. A palavra do relato em grego se faz vívida no relato: “σεισμος” seismos, É um termo que usual que designa um terremoto, ou tormentas em mares abertos com ondas gigantescas. Mas também é usada para designar: Agitação, comoção. O que nos leva a entender que o relato nos mostra um evento da natureza, como uma ação no emocional humano. E além disso vemos três lições que Jesus nos passa nesta passagem.

1 – Primeiro nos mostra a humanidade de Jesus enquanto Ele esteve aqui na terra. Vemos que Ele pediu para cruzar o lago porque necessitava descanso e silêncio e vemos isto porque ao zarparem, Ele dormiu. É bonito pensar em Cristo dormindo. Estava cansado, como também nos cansamos.

2 – Segundo vemos uma expressão máxima da confiança Ele confiou em seus homens, experientes pescadores, Estes eram pescadores daquele mar e podia confiar em sua capacidade e experiência, e descansar. Também podemos ver, em um ponto mais auto da representativa confiança que Ele mostrou, a confiança em Deus Pai. Ele sempre esteve tão próximo de Deus Pai que nem a fome ou fraqueza física de um jejum, nem um mar revolto devido a tremenda tempestade e nem tão pouco a dor de uma crucificação o afastaria do Pai. É este exemplo que Jesus nos dá, confiança é algo que se deposita; se alguém disser a outro: você precisa conquistar a minha confiança; vá para outra vizinhança porque este não é digno de seu trabalho. Deus sempre confiou e depositou confiança na humanidade desde o Edem, mesmo sabendo que somos fracos e que temos 99,99%¨de possibilidades de errar. É bom que entendamos quando se diz confiança é no âmbito do relacionamento pessoal, e não no mundo dos negócios que são geridos pelas suas regras e leis. A confiança aqui mencionada esta naquela que temos com os amigos e familiares, e em Deus que sempre esta e estará ao nosso lado, a confiança aqui mencionada é aquela na qual nós devemos ser confiáveis e não aquela que exigimos do próximo.

3 – também vemos uma outra lição que Jesus nos dá. Além da demonstração da humanidade de Jesus e de sua preciosa confiança, vemos também o milagre do acalmar a tempestade. Mas o milagre da presença de Jesus vai muito além de acalmar um evento da natureza. E aqui entendemos que quando Jesus está presente e no comando, todas as tormentas da vida se acalmam. Significa, em outras palavras, que quando Ele está presente há paz, seja qual for o tipo de tormenta que nos acosse. Quando sopra o vento frio, gélido da tristeza, podemos encontrar calma e consolo na presença de Jesus Cristo. Quando sopra o ardente vento da paixão, temos paz e segurança na presença de Jesus Cristo. Quando a tormenta da dúvida ameaça desarraigar os mais profundos fundamentos de nossa fé, quando o soprar demoníaco quer nos tirar a confiança se nos mantermos na presença de Jesus Cristo o seu gracioso amor e a sua harmoniosa paz nos manterá seguros de nós mesmos. Em todas as tormentas que sacodem o coração do homem, Jesus Cristo nos oferece a paz. Em meio a tanta desconfiança que no mundo se faz presente o amor de Jesus nos convida para uma comunhão com o próximo, pois é desta preciosa comunhão que é feito reino dos céus.

E o que aprendemos aqui? Aprendemos que:

Que Jesus jamais negou ou fez algo para relegar a sua humanidade.

Que a confiança e a mais preciosa das virtudes do ser humano.

E que todos nós Cristãos devemos primar por uma confiante comunhão para com o próximo, independente da classe social ou de quaisquer outros aspectos da vida humana. Ou seja: O amor, o perdão e a confiança são os ingredientes da perfeita comunhão com o próximo.

E a comunhão nos mantém na presença de Cristo, e Ele estará ali conosco, e graças à sua presença o furor da tormenta se transformará em uma paz que nenhum cataclismo poderá nos roubar. Que a Paz de Cristo Jesus seja sempre conosco.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 16/10/2015
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