Ficando em pé quando já não se pode ficar sobre os pés.

Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face; (Col 2:1). Quando lemos este versículo e olhamos para o contexto da época vemos um ser humano que vivia em Cristo e isto nos serve de exemplo para os dias difíceis que vivemos ou viveremos. É certo que vivemos tempos difíceis e que se apresenta um quadro a nossa frente onde as dificuldades de ser Cristão se farão maiores ainda. Hoje ser Cristão na maioria das vezes é ser tachado de intolerante e parvo. Mas o que o apóstolo Paulo ensinou à igreja da época e nos ensina aqui é que o verdadeiro Cristão está sempre pronto para ajudar e seguir em frente sem temor, independente do que pensam ou da situação que nos cerca, porque o Cristão como cópia de Cristo não está aqui para julgar e sim para servir. E aqui vemos Paulo travar uma batalha por aqueles Cristãos que jamais tinha visto, mas os que amava.

O interessante aqui é que Paulo lutava não só por ele mesmo a sua luta era em prol de vários, vemos ele cita também Laodiceia e todos aqueles que jamais haviam visto seu rosto. Quando estudamos mais afundo vemos que ele engloba um grupo das três populações do vale do Lico: Laodicéia, Hierápolis e Colossos estavam estreitamente ligadas entre si. Laodicéia e Hierápolis estavam à vista uma de outra em ambos os lados do vale com o rio Lico ao meio, a uma distância de mais ou menos dez quilômetros. Paulo estava pensando nos grupos de Cristãos que se encontravam nesta área de três povos que amadureciam em Cristo. Ele usa uma palavra para expressar a sua luta que nos mostra quão difícil se fazia ser Cristão naquela época. A palavra é: “αγων agon”. Esta palavra traz consigo uma significância muito interessante. Ela significa assembleia geralmente para ver jogos onde se disputavam os prêmios. Más quando nos aprofundamos vemos que dela se originou a palavrar: “αγωνια agonia”. Que significa a luta travada com as emoções mentais severas, agonia, angústia. E quando olhamos para os dias de hoje vemos que o ser humano mais do que nunca luta em agonia diante de conflitante emoções.

E então abre-se a nossa frente duas linhas de seu sentir:

1 – A primeira era uma luta que ele travava em oração numa ânsia de ir em pessoa a Colossos para enfrentar-se com os falsos mestres, que já naquela época traziam e disseminavam falsos ensinamentos ou meios ensinamentos. E então ele ansiava em levar e expressar seus argumentos e chamar os que se desviavam da fé. Mas estava na prisão. Para ele tinha chegado o tempo em que não podia fazer outra coisa senão orar. O que não podia fazer por si mesmo devia deixá-lo a Deus. Por isso Paulo lutava em oração por aqueles que não podia ver. E aqui, fica para nós uma lição nem o tempo e nem a distância ou as dificuldades, servem de desculpas ou de pretexto que para nos impedir de praticar o servir em amor e verdade. Quando o tempo, a distância e as circunstâncias nos separam dos que desejamos ajudar, sempre fica um caminho para obter o mesmo: lutar por eles em oração.

2 – A segunda segue em direção que na mente de Paulo se travou outra batalha. Paulo era um ser humano com todos os problemas normais do homem. Estava na prisão e à espera de um juízo perante Nero. E o resultado quase seguro era a morte. E aqui ele nos ensina outra cara lição. Teria sido muito fácil acovardar-se e abandonar a verdade por motivos de segurança. Teria sido mais fácil para ele falhar com Jesus Cristo e abandonar sua causa, mas ele tinha consciência de sua responsabilidade e sabia que tal deserção e fracasso traria consigo consequências desastrosas. Se as Igrejas jovens tivessem suposto que Paulo tinha fracassado, traído e negado a Cristo se teriam desanimado, sua capacidade de resistência se teria esgotado e os falsos ensinamentos se fortaleceriam e para muitos teria significado o fim do cristianismo. Paulo não lutava só por si mesmo mas também por causa daqueles que tinham os olhos fixos nele, considerando-o seu guia e pai na fé.

E o que aprendemos com isso? Aprendemos que não existe o impossível para aquele que se dispõe servir em amor e verdade, e que a oração justa é a ferramenta que se faz grande diante das impossibilidades; aprendemos que a cada instante e em cada situação há pessoas nos observando e a nossa ação confirmará ou destruirá sua fé. E por fim aprendemos que na vida nunca lutamos só por nós mesmos; sempre temos em nossas mãos a honra de Cristo, e a fé de outros sob o nosso cuidado. A salvação é individual, mas o habitar no reino de Deus só advirá se formos capazes de contribuir para uma salvação coletiva. Que o amor de Cristo seja sempre o arbitro de nossos corações.

(Molivars)

Molivars
Enviado por Molivars em 22/09/2015
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