Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. (Mat 5:8). Este versículo coloca a nossa frente uma das condições da bem-aventurança, ou seja, da plena felicidade. São nove as bem-aventuranças citadas no sermão do monte, sermão que contem toda ética do ser Cristão. Desta feita estudaremos a bem-aventurança dos limpos de coração. Estamos perante a bem-aventurança que exige de todo aquele que a lê uma introspecção, ou um auto examinar-se. A palavra do idioma grego usada para limpo é: καθαρος katharos; segundo os linguistas está palavra possuía vários significados e usos diversos. Mas no contexto da bem-aventurança o significado que cabe é: livre de desejo corrupto, de pecado e culpa, livre de qualquer mistura com o que é falso, genuíno, sincero. E, é por isso que a bem-aventurança envolve uma exigência tão formidável. “Barclay” em seu livro parafraseia esta bem-aventurança da seguinte maneira: “Bem-aventurado é o homem cujas motivações são sempre integras e sem mescla de mal algum, porque este é o homem que verá a Deus.”

Como foi dito acima devemos sempre fazer uso da auto-observação, no intuito de limparmos os nossos corações. E aqui pode surgir uma pergunta; limparmos os nossos corações de que? E a resposta pode parecer um pouco amargar com um certo travor ao paladar do nosso ego. É comum nos revoltarmos com as injustiças que vemos a nossa volta, pois uma das bem-aventuranças diz sobre a fome de justiça. Mas é bom que entendamos que existe uma diferença entre ser praticante da justiça, ou justo, e ser justiceiro que na maioria das vezes pratica a vingança disfarçada de justiça. Também é comum praticarmos algum ato de misericórdia esperando que a outra parte retribua com gratidão. E mais uma vez devemos entender que gratidão é algo que devemos ter dentro de nós e não esperamos que o outro tenha. E seguindo muitos de nós busca a felicidade em outrem ou nas coisas materiais, e estes fatalmente quedarão no solo da infelicidade. Porque felicidade é algo que devemos ter dentro nós, devemos exalar felicidade para que o mundo a nossa volta se faça feliz. E ainda queremos um mundo onde a bondade deveria imperar, mas comumente nós seguimos pela vida enchendo os nossos corações com ressentimento e ódio, e as vezes até temos razão para isto, mas o que devemos entender, é que geralmente nos momentos em que temos razão é que cometemos atos irrazoáveis. E agora falaremos dos pilares do ser Cristão, queremos ser amados e perdoados pelos nossos semelhantes, mas não entendemos que maior é aquele que perdoa e ama sem ter razão de fazê-lo.

E seguindo a nosso estudo para que possamos entender melhor o que devemos expulsar dos nossos corações vamos para a carta de Paulo aos gálatas no capítulo cinco onde ele diz: Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. (Gál 5:19-21). São estas coisas que devemos buscar dentro do nosso coração e ao encontrá-las devemos pedir ao Espirito santo que as elimine. E aqui cabe lembrar que tempos atrás num dos movimento que povoam o caminhar da igreja na terra era comum ouvirmos alguns crentes dizerem: tira está dor de porque ela não me pertence. A dor pode até ser que nos pertença, porque Deus a está usando como ferramenta de aperfeiçoamento em nós. Mas com certeza os itens citados acima, estes jamais devem pertencer a vida de um verdadeiro Cristão.

E assim começamos a entender que cada item citado no paragrafo anterior quando eliminado dará lugar para que uma qualidade do Espírito Santo nasça em nós qualidades que Paulo cita neste mesmo capítulo: Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gál 5:22,23). E de pouco em pouco vamos nos tornando a semelhança de Cristo Jesus, porque este deve ser o real objetivo do ser Cristão. E devemos entender que se converter é mudar e mudar a si mesmo e não aos outros. Porque aquele que aceita Jesus somente numa atitude de religiosidade, e não busca mudar o seu interior e a sua forma de agir, está no caminho errado.

Pois quando o fruto do Espírito nasce em nós, o servir torna-se mais fácil e prazeroso, e já não dependeremos da aprovação nem da ovação de outrem. Serviremos porque entendemos que servir é muito melhor que ser servido. Servimos pelo impulso do amor que se fará presente em nós. E até pode aparecer alguém e dizer: como você sabe disso no você se firma para dizer algo assim? E a resposta será, em Cristo Jesus que deu a sua vida e favor da nossa. Ele é o meu maior exemplo de amor, perdão e servir em obediência e verdade. E como discípulos de Cristo devemos ir além da religiosidade, de vemos buscar sermos cópias de Cristo, somente assim poderemos ter certeza de que somos Cristãos, do contrário seremos crente e crente qualquer um pode ser até satanás.

E mais tudo é puro para o puro, quem tem o coração puro não vê somente a maldade, este consegue enxergar o que de bom pode se tirar desta situação ou pessoa. Jesus viu em Pedro o grande apóstolo e discípulo que ele se tornaria. Viu em Saulo o caçador de Cristão, o apóstolo Paulo, que dedicaria a vida para propagar os ensinamentos Cristãos. Ou seja, o coração puro está muito além de ser tolo, porque ele enxerga o real valor de cada coisa ou pessoa, porque seus olhos não estão poluídos pelo eitos, preceitos e preconceitos. E fechamos este estudo com a frase que na minha visão se faz linda e que sempre vibrou em meu coração: “Tudo é puro, para o puro.” Que a pureza do Espírito Santo, seja o desinfectante dos nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 14/09/2015
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