O agir do DNA de Deus em nós.

Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. (Flp 2:122,13). Nestes versículos vemos algo que vai de encontro com a visão de muitos, pois é comum pensar que uma vez salvo jamais nos perderemos, e que Deus muda-nos a nossa revelia. Mas não é bem assim, e aqui mais uma vez entra o meu dito preferido; “Meia verdade sempre é uma mentira completa”. Porque uma parte da verdade é que a salvação veio pela graça graciosa de Deus, e que tudo que nos remete a salvação vem de Deus Pai. E o apóstolo Paulo afirma isto, mas a outra parte da verdade é que nós temos uma participação ativa no levar a cabo está salvação, e, é isto que estudaremos aqui.

A interpelação de Paulo aos filipenses é mais que um chamado a viver em unidade e harmonia numa dada situação humana; é o apelo a viver toda a vida de tal maneira que conduza à salvação de Deus no tempo e na eternidade. Quando estudamos o Novo Testamento vemos que aqui a obra da salvação se estabelece em forma mais sucinta e epigramática Paulo diz: “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;”. E o que ele quis dizer com isto? Aquele que estuda as cartas de Paulo percebe que ele sempre usa as palavras com o cuidado e a meticulosidade de transmitir algo além da forma direta. A palavra traduzida como desenvolvei vem do verbo grego: “κατεργαζομαι katergazomai”. Que entre seus significados têm o de: realizar, executar, conquistar modelar. Ou seja, tornar-se próprio para algo. Sendo assim ela traz inerente a ideia de levar a cabo, de fazer uma coisa em forma plena, completa e perfeita de modo que se termine e conclua. Então parafraseando o que ele disse fica assim: "Não fiquem na metade de caminho, não se satisfaçam com uma salvação parcial. Pratiquem o amor que os lerá a ser participantes da vida de Deus. Continuem até que a obra da salvação chegue a realizar-se em vós de forma plena e definitiva.” Soa como um incentivo para que nenhum cristão contente-se com menos que o benefício total do evangelho.

No versículo seguinte vemos que Paulo diz: porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. (Flp 2:13). E aqui que muitos de nós cai no equívoco de pensar que basta tornar-se Cristão para que a vida eterna se faça presente em nós. Muitos de nós pensa que ser Cristão é torna-se um ser indolente inerte, a espera que Deus nos mude ou que Ele faça toda a nossa vontade. Muitos de nós pensa que por ser a salvação graciosa não precisa contribuir com nada. Mas não é bem assim, quando aceitamos a Jesus como nosso Senhor e salvador é bem certo que entramos na salvação. Mas para que possamos permanecer nesta salvação e adentramos na vida eterna se faz necessário que façamos a nossa parte. E a nossa parte é buscar a eliminação dos nossos defeitos para que nasça em nós o fruto do espírito. E aqui mais uma vez se faz necessário entendermos o que realmente diz a palavra efetua e a palavra realizar. A palavra do grego traduzida para efetuar e realizar é a mesma: “ενεργεω energeo”. Segundo os linguistas, sobre este verbo devemos notar duas coisas importantes: sempre se usa com respeito à ação de Deus; e sempre se aplica a uma ação efetiva. Todo o processo da salvação é uma ação de Deus e ela só se efetiva diante da ação de Deus. Jamais conseguiremos a plena mudança interior sem a ajuda do espírito Santo, ou seja, sem a ativa ação de Deus dentro de nós. E todo aquele que crê e entende sabe que a ação de Deus não pode frustrar-se nem ficar inconclusa; deve ser plenamente efetiva.

Já entendemos de maneira mesmo que superficial como permanecemos na salvação e agora entenderemos um de como rejeitamos a salvação. É certo e verdadeiro que é Deus que opera em nós a vontade e o desejo de sermos salvos. Deus é aquele que desperta o desejo dEle em nossos corações. É bem certo que a nossa alma distante do espírito vive uma constante busca do divino, ou do religar com o Espírito. Mas também é certo que se em nossa alma não tivesse o DNA de Deus jamais o buscaríamos. E, é o DNA de Deus em nós que nos leva a buscá-lo. E sem este DNA não teríamos o desejo de bondade, de paz e de salvação de Deus e fatalmente nos perderíamos nas emoções baixas. Sendo assim entendemos que Deus é aquele que acende a chama do amor dentro de nossos corações. O começo do processo de salvação não depende de nenhum desejo humano; só Deus é aquele que o desperta. Esta é uma parte da verdade.

A outra parte da verdade é que a salvação tem que ter uma parte ativa do ser humano. Ou seja, a salvação também tem o participar do ser humano, e entendemos isto quando vemos Paulo dizer: desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; (Flp 2:12). Ou seja, sem a cooperação do ser humano; e aqui vai algo que muitos não gostarão de ouvir, mas é uma verdade a ser dita; em relação a salvação tornamos Deus impotente. Porque Deus nos deu discernimento, raciocínio e o livre arbítrio, para que estas qualidades nos tonasse capazes de entender que os dons e os benefícios, têm que ser aceitos e recebidos. Por exemplo: Quando uma pessoa está doente o médico pode ser muito capaz de curá-lo, os medicamentos e as técnicas de cura podem estar ao seu dispor, mas jamais se curará e restabelecerá se ela mesma não recorrer. Ela pode rechaçar obstinadamente o convite e a persuasão para fazê-lo. Nem o melhor ensinamento poderá ter algum efeito, se o aluno não quiser aprender.

E assim se sucede com a salvação. O oferecimento amoroso de Deus está aí; sem este oferecimento não se pode falar de salvação e nem em amor. Deus chega até a exalar seu alento dentro do coração do ser humano para obter que este deseje o ter a ele. Mas o ser humano nunca pode receber a salvação enquanto não responde ao chamado de Deus e tome o que Deus lhe oferece e manda. Não pode haver salvação sem Deus, mas na há salvados sem a aceitação humana. Jamais Deus negará o seu amor ou impedirá a salvação a alguém, mas é bem certo que pode alguém negar a si mesmo a salvação e o amor de Deus. Não é Deus que se afasta ou deixa de falar com nós, mas sim somos nós que nos afastamos e deixamos de falar com Deus. Seja em orações ou na incapacidade de amar: Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (1Jo 4:8).

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 08/09/2015
Código do texto: T5374981
Classificação de conteúdo: seguro