A ressurreição que se faz no aqui e agora em Cristo.
Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. (Joã 5:25). Este versículo traz consigo uma mensagem futura que aponta para o dia do juízo, e uma mensagem que se fazia nova na época em que foi dita e ainda hoje ela é atual e verídica na vida dos seres humanos. O mundo de hoje mais do que nunca se faz um vasto cemitério moral, onde amar está mais para sexualidade do para socorrer o próximo. Onde falar de amor é como se falássemos de algo ruim; onde odiar é mais prazeroso que amar um mundo onde o ser humano está cambaleando porque a alma mata o corpo por estar longe do espírito. Um mundo onde as doenças da alma se faz presente mais do que nunca. E este adoecer da alma faz com que o ser humano busque prazer nas coisas materiais e quando não encontram buscam nas drogas lícitas ou ilícitas. E ainda outros buscam alentos na religiosidade servindo as vezes de massa de manobra para líderes mal intencionados. E ainda tem aqueles que já não se importam com nada e vive uma vida de indiferença seja no sentir, seja no pensar; já não sentem comoção com a dor do próximo e fogem de pensar numa solução para tais problemas, ou seja, estão mortos espiritualmente.
Quando estudamos está passagem João nos dá um parecer de empregar a palavra morto com dois sentidos. A primeira Ele a emprega para referir-se àqueles que estão mortos no espírito, ou seja, ele se refere a aqueles que estão vivos na carne, mas mortos no espírito. E nisto podemos crer que o amor de Cristo traz e trará nova vida aos que estão espiritualmente mortos quando estes tomam a decisão de segui-lo. E, é este sentido que desta feita estudaremos para que entendamos um pouco o que significa estar morto no espírito.
Estar morto no espírito significa ter perdido o élan de progredir na vida. É olhar para o mundo e achar que tudo se resume nas coisas materiais que estão a nossa volta. É pensar que os defeitos e que as pessoas não podem mudar ou pior que nos não podemos mudar, é ter-se aceito a si mesmo tal como é. É ter chegado a considerar que todas as falhas são inevitáveis e impossíveis de corrigir e que todas as virtudes são inalcançáveis. É ter renunciado a toda esperança de progresso é se entregar aos vícios e manias. Ou seja, é manter-se estagnado. Esquecendo-se que tudo a nossa volta para gerar vida se mantém em movimento. E quando nos mantemos estagnados não geramos vida e caminhamos para a deterioração que a morte.
Também estar morto no espírito significa ter deixado de sentir. Todos nós durante o viver experimentamos momentos de um sentimento profundo ante o pecado, e também sentimos um incomodo e profundo com a dor e o sofrimento que existem no mundo. Mas pouco a pouco vamos nos acostumando e tornamo-nos insensíveis, ante as desgraças e os sofrimentos alheios. Chegando ao ponto de contemplarmos grandes injustiças sem experimentarmos a mínima indignação. Alguns de nós são capazes de contemplar sofrimentos e não sentir que uma espada de dor e tristeza a atravessa-lhe o coração. Isto porque estamos longe do espírito e na maioria das vezes olhamos tudo com a emoção que temos na alma, e a alma separada do espírito está desprovida do amor, e na alma desprovida do amor morre a compaixão, e o coração se faz morto.
Também estamos mortos no espírito quando deixamos de meditar ou de busca a entender o que acontece a nosso volta, ou seja, quando deixamos de aprender. Quer dizer que quando a mente de um ser humano está tão fechada que não pode aceitar uma nova verdade, ou ao menos meditar sobre ela, esta pessoa pode estar fisicamente viva mas sua mente e seu espírito estão mortos. No dia em que o desejo de aprender nos abandona, o dia em que uma verdade nova, métodos novos, ideias novas se tornam um estorvo, esse dia se produz nossa morte espiritual. Porque o Espirito de Deus sempre nos impulsiona a aprender.
E finalmente estar morto no espírito significa ter deixado de arrepender-se. O dia em que uma pessoa sentir que pode pecar em paz, é o dia de sua morte espiritual. No dia em que o ser humano matar e a morte de outrem lhe causar contento o seu espírito estará morto; quando a corrupção não causar tristeza no corrupto e nem no corruptor o espírito de ambos estão mortos; quando o médico deixa de curar por causa do dinheiro e isto não lhe causar incomodo seu espírito está morto; quando um ser humano causar dano a outrem e isto não lhe causar arrependimento, seu espírito está morto. Ou seja, quando o pecado perde seu aspecto horrível, quando pratica o mal sem o menor arrependimento ou luta interior, nesse dia morre seu espírito, e se fará petrificado seu coração. E aqui cabe um alerta; a primeira vez em que praticamos algo mau nós o fazemos com temor e apreensão, quando o praticamos pela segunda vez fica mais fácil. Se o praticarmos pela terceira vez, fica ainda mais fácil. E Se continuamos continuarmos a praticá-lo chega um momento em que nem sequer refletiremos a respeito de nossa ação, e então virá a morte espiritual.
E ficamos com a seguinte pergunta: o que faremos para que ressuscitemos o espírito ou não cheguemos na morte espiritual? A resposta é: para evitarmos a morte espiritual o ser humano deve manter-se sensível ao pecado, devemos buscar sempre olhar as coisas da vida com o olhar do amor, amor que vem de Cristo Jesus. Devemos buscar a todo momento estarmos em uma atmosfera do amor de Cristo, porque o amor de Cristo nos capacita a amar através do espírito Santo vivificando-nos por completo, ou seja, curando o corpo, limpando a alma e vivificando o nosso espírito. E então desde de já começaremos a viver uma vida eterna uma vida de Deus, porque somente em Cristo há vida e vida além da morte.
(Molivars).