A real ajuda que comove a Deus.
Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?(Mat 25:35-37). Aqui nestes versículos vemos a real função da vida de um Cristão, vemos também o que pesará no dia do juízo de nossas vidas como Cristãos. Nestes versículos Jesus narra a mais gráficas das parábolas, e o seu sentido se faz é tão claro como a água pura que sai da fonte. E ela nos ensina o seguinte: Deus olhará para as nossas mãos e nelas verá o quanto nos ocupamos em resposta à necessidade humana, ou seja, daqueles que nos rodeiam. O juízo de Deus não atentará para o grau de conhecimento que adquirimos, nem da fama que nos granjeamos, nem da fortuna que reunimos, mas sim do quanto nos empenhamos em brindamos com a ajuda a vida de outrem. E então vemos saltar desta parábola ensinos sobre como ajudar o próximo.
1 – Primeiro trata-se de uma ajuda nas coisas simples. O rol de coisas que jesus escolhe aqui são as mais básicas para uma vida; dar de comer a alguém que tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher a um estranho, vestir o que está nu, seja a nudez da carne ou da alma que anseia por uma palavra de amor, levar alento ao doente, visitar detento, são coisas que qualquer pessoa pode fazer. Ninguém é tão pobre ou tão ocupado que não possa praticar tais atos. Não se trata de dar milhares de dólares nem de escrever nossos nomes nos anais da história; trata-se de brindar a outrem com uma ajuda singela e humana, é brindar todas às pessoas com quem nos encontramos todos os dias. Nunca houve outra parábola que abrisse tanto o caminho para a glória às pessoas mais simples. Trata-se de nos aproximarmos dos mais simples de voltarmos os nossos olhos para necessidade básica da vida de um ser humano, ou seja, tratar de agirmos como verdadeiros seres humanos.
2 – Nos ensina que trata-se de uma ajuda desinteressada. Vemos na narrativa que aqueles que ajudaram não o fizeram pensando que estavam ajudando a Jesus e portanto acumulando méritos eternos; ajudaram porque não podiam evitá-lo. Foi a reação natural, instintiva, desinteressada, do coração amante. Em nosso tempo fala-se muito do amor ágape, e muitos entendem este amor como uma obrigação quando deveriam tê-lo como algo natural. O amar deve ser algo inerente ao ser humano como é o respirar. Quando vemos no amar uma obrigação agimos como se fizéssemos algo para receber um pagamento, agindo assim o amor perde o seu real valor. É comum nos dias de hoje vermos um certo tipo de crente que conscientemente ou inconsciente trata o amor como uma moeda de barganha, e diante desta situação poderia dizer assim: “Se tivéssemos sabido que eras tu Senhor, teríamos ajudado de todo coração, mas pensamos que se tratava de uma pessoa comum a quem não valia a pena ajudar.” O mais sério problema reside quando tentamos servir bem somente aqueles que de uma certa maneira é mais influente ou goza de uma posição mais elevada, mas devemos ter em mente que bajular não é servir. E nem tão pouco brindarmos alguém com alguma ajuda em troca de agradecimento, louvor e publicidade; porque isso não é ajuda, está mais para um fomentar louvor próprio. Essa ajuda não é generosidade: só é egoísmo disfarçado. A ajuda que obtém o louvor de Deus é aquela que acontece na espontaneidade do amor, que respira e expira a compaixão.
3 – E finalmente nos ensina uma magnífica verdade de que, quando praticamos este tipo de ajuda o fazemos a Cristo Jesus, e toda ajuda que se nega, é negada a Ele. Como pode ser? No comum viver vemos que se realmente queremos agradar o coração de um pai, se queremos comovê-lo para que experimente gratidão, a melhor forma de fazê-lo é ajudando a seu filho. E Deus é o grande Pai; e a forma de comover o coração de Deus é ajudando a seus filhos, que são nossos próximos. Conta uma história que “Francisco de Assis”, era rico e poderoso, pertencia à aristocracia e tinha um caráter muito alegre. Mas não sentia-se feliz, ele sentia que faltava algo em sua vida. Um dia saiu a passear a cavalo e se encontrou com um leproso, desagradável e repulsivo em sua doença. Algo fez com que Francisco desmontasse e rodeasse com seus braços a esse miserável. E neste exato momento, seus braços se fizeram braços de Cristo na vida daquele ser. Assim se dará com todo aquele que se propuser em amor verdade servir aquele que necessita. Pois cada Cristão é uma braço do amor de Cristo na vida de outrem. Mas o contrário também se faz verdade podemos ser braços do egoísmo na vida de alguém. Cabe a cada um de nós fazer a escolha; sermos braços de egoísmo que destrói a vida levando tudo a morte; ou sermos braços de Cristo que constrói e dá vida e vida de Deus e em Deus na eternidade. Que o amor de Cristo seja com todos.
(Molivars).