Jesus demonstra a importância do praticar do amor.
De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos. E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem. (Mar 3:2 Mar 3:1). Hoje estudaremos uma versículo que é bastante conhecido, para que possamos entender um pouco melhor o versículo citado. Se faz necessário entender como os judeus da época viam o sábado. Para nós é bastante difícil entender o respeito que se tinha pela guarda do sábado. A melhor maneira de podermos captar os alcances da concepção ortodoxa judaica com respeito ao sábado é lembrando que um judeu obediente nem sequer se defendia de um ataque armado no dia de sábado. Durante a guerra dos Macabeus, quando a resistência judaica foi vencida pelos sírios, alguns rebeldes judeus se refugiaram nas grutas de uma montanha. Os soldados sírios os seguiram e o historiador “Flávio Josefo”, nos conta que, depois de lhes oferecer a oportunidade de render-se, e os mesmos não aceitaram, estes lutaram contra os judeus no dia de sábado, e os queimaram vivos dentro de suas covas, sem que os judeus oferecessem resistência alguma e nem sequer se tomassem o trabalho de fechar as entradas de seu refúgio. Não estavam dispostos a lutar nesse dia pelo respeito que merecia o sábado, até em uma situação tão desesperada; e Josefo reitera; “em respeito nossa Lei (Josefo era judeu), porque ela exige-nos descansar no dia de sábado”.
Se olharmos do mesmo ângulo que os religiosos da época viam, Jesus estava cometendo uma heresia. E aqui notamos que Jesus e os dirigentes ortodoxos do povo judeu divergiam substancialmente em seus critérios, de como fazer a vontade de Deus. Os ortodoxos da época pensavam que seguir uma vida legalista e cumprir todos os ritos e rituais da religião era o bastante para estar com Deus. Mas o que vemos nestes versículos é que Jesus nos ensina que devemos ir além dos ritos e rituais. E vemos também da parte de Jesus um ato de valentia, ao voltar a sinagoga. Era a atitude do homem que se nega a ocultar-se em uma posição segura e que se atreve a olhar o perigo face a face. Na sinagoga havia uma comissão enviada pelo Sinédrio. Ninguém teria podido deixar de vê-los, porque nas sinagogas os primeiros assentos eram lugares onde estes se assentavam.
Jesus estava ciente de tudo disso. A vida do homem da mão ressequida não corria perigo algum. Fisicamente não teria piorado se se adisse a cura por mais um dia. Para Jesus, entretanto o caso era um desafio, e o enfrentou com decisão ao tomar a seguinte atitude: E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio! (Mar 3:3). Duas razões, provavelmente, moveram Jesus a dar essa ordem ao doente. Possivelmente intenção era de um último esforço para despertar a compaixão do público para aquele homem, fazendo que todos pudessem ver sua desgraça. E em segundo Ele queria que todos ali estivem cintes de sua posição no que se diz respeito fazer a vontade do Pai.
E quando o homem vem para o meio, Jesus fez duas perguntas aos doutores da Lei: Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? (Mar 3:4 A). Ele os pôs em um dilema. Estavam obrigados a reconhecer que era lícito fazer o bem, e o que Jesus se propunha fazer era um bem. Estavam obrigados a reconhecer, por outro lado, que não era lícito fazer o mal e, ou seja, deixar aquele homem em sua miséria quando era perfeitamente possível ajudá-lo, era praticar o mal. Então Jesus lhes faz a segunda pergunta: Salvar a vida ou tirá-la? (Mar 3:4 B). É lícito salvar uma vida ou matar? Com esta pergunta Jesus estava chegando ao núcleo da questão. Ele estava trabalhando para salvar a vida daquele pobre infeliz. E aqui vemos a diferença daquele que é guiado pelo amor e daquele que é guido pelo fanatismo ou por uma vida de legalismo. Enquanto Jesus guiado pelo amor buscava salva uma vida, os fanáticos legalistas tramavam uma foram de como poderiam matar a Jesus. E ainda hoje muitos de nós agem assim porque matamos quando deixamos de lado o praticar do amor para vivermos uma vida de religiosidade ou de busca de uma riqueza em detrimento aos necessitados. E aqui entendemos que sob qualquer ponto de vista era melhor, indubitavelmente, pensar em oferecer ajuda ao necessitado que pensar em matar uma pessoa. E diante desta questão só restavam aos corações endurecidos calar-se diante de um ato de amor, (Mas eles ficaram em silêncio. Mar 3:4). Então Jesus, com uma palavra de poder divino, curou o homem: Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada. (Mar 3:5).
E o que aprendemos aqui? Aprendemos duas coisas:
1 – A prendemos que para os ortodoxos da época fazer a vontade de Deus consistia em cumprir rituais e seguir uma vida legalista. Ou seja, para eles a lei do amor ficava de lado, eles preferiam seguir a frieza da lei que o calor do amor. Preferiam praticar os rituais do que se aproximar de Deus no praticar da misericórdia. E Deus já os havia alertado a respeito de sua vontade através do profeta Oseias: Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos. (Osé 6:6). E só podemos conhecer a Deus através do caminho do praticar do amor. E no Evangelho segundo Mateus vemos Jesus afirmar: Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; (Mat 9:13).
2 – Também aprendemos que para Jesus, fazer a vontade do Pai era e, é ter uma vida voltado para o servir em amor e verdade. Ou seja, a vida e a alegria do verdadeiro Cristão está praticar o amor a Deus e amor aos seres humanos, através de um exemplo de vida. Em todos os lugares porque qualquer ritual perde o seu valor, em comparação com o amor posto em ação. Para Jesus o mais importante de tudo na vida não era a execução correta de um ritual, até o mais mínimo detalhe, e sim a resposta espontânea ao clamor da necessidade humana.
(Molivars).