Fazendo a vontade do Pai.
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. (Joã 13:34). De todos os versículos do Evangelho de Jesus Cristo, este é a que se faz mais atual. Vivemos num tempo onde se falar de amor é como se falássemos de algo utópico ou irreal. O amor que deveria ser o alvo maior de todos os seres humanos, foi relegado a um segundo plano. Muitos de nós vivemos de paixões em paixões ou pior ainda vivemos de saciar desejos, e de conquistar coisas efêmeras até mesmo dentro da Igreja Cristã vemos pessoas se aferrarem numa busca materialista, onde o material é o saciador da alma. Não que seja errado vivermos e conquistarmos bens materiais, mas isto se torna errado quando empenhamos a nossa vida somente na busca disto. Pode até parecer fora de contexto falar sobre isto, mas esta passagem antecipa o acontecimento da cruz. Em muito poucos instantes se derrubaria a vida dos discípulos. O Sol se poria ao meio-dia e seu mundo cairia no caos. O amado mestre morreria, como o amor está morrendo hoje, e naquele momento como hoje, só se podia e só podemos fazer uma coisa: confiar em Deus com todas as forças. Como disse o salmista: “Eu creio que verei a bondade do SENHOR na terra dos viventes.” (Salmo 27:13). “Pois em ti, SENHOR Deus, estão fitos os meus olhos: em ti confio; não desampares a minha alma.” (Salmo 141:8).
Há momentos quando temos que crer apesar de não podermos comprovar a outros o que cremos e as vezes temos que aceitar o que não compreendemos. E, é nas horas mais terríveis que pomos a prova o que cremos, e então demonstramos ao mundo que o objetivo da vida é o praticar do amor. E quando praticamos o amor entendemos que, até o mais insuportável se faz suportável e na escuridão mais extrema se percebe uma luz. E, é aqui que nos firmamos no que disse Jesus: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.” (João 14:1). Jesus nos chama para uma fé de dupla afirmação quando ele diz “Credes em Deus” e também “Crede também em mim.” É como se Jesus dissesse: Se ao salmista pôde crer na bondade última de Deus, sem o ver, quanto mais para eles que o viram e para nós que conhecemos a história. Pois em Jesus ficou firmada a prova de que Deus está disposto a dar tudo o que tem por nós. Com o apóstolo Paulo disse: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rom 8:32).
E aqui entendemos que se realmente cremos em Deus Pai, temos o dever de praticar o amor. Temos o dever de levantarmos a bandeira do amor perdoador, do amor que serve mais que, do amor que ama o inamável. Do amor que está sempre pronto a servir. Porque aquele que se alimentar do amor e não se torna amoroso é igual à figueira que não deu fruto, (Mat 21:19). Quando olhamos para obra da cruz e vemos Jesus, vemos a imagem de Deus, e a nossa alma se comoverá perante esse amor esmagador e então se fará fácil e possível, aceitar até o que não podemos entender e manter uma fé serena nas tormentas da vida, mesmo que muitos gritem que amar se faz impossível. Nos manteremos firmes sabendo que o amor de Deus refletido em nossas ações, fará do mundo a nossa volta um mundo que se assemelha ao reino de Deus, pois nisto consiste a vontade do Pai.
(Molivars).