A petição do perdão no Pater Hemom. ( Pai Nosso)

Vamos dar continuidade ao estudo da oração modelo ensinada por Jesus. A petição que nesta oportunidade estudaremos e: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;” (Mat 6:12). Mas antes de iniciarmos o estudo desta petição, vamos conhecer um pouco mais sobre a palavra pecado. No Novo Testamento cinco palavras distintas que significam pecado.

A primeira é: “αμαρτια hamartia” que tem o significado de; “errar o alvo ou o de errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro”. Ou seja, pecado é não ser, o que deveríamos ser e que tivéssemos podido ser. Isso quer dizer que em algum momento de nossas vidas deixamos de lado aquilo que deveríamos ou podíamos fazer Por exemplo: Será que somos um bom marido ou uma boa esposa, como poderíamos ser? Será que somos um bom filho ou filha, como poderíamos ser? Será que somos bons trabalhadores ou patrões, como poderíamos ser? Será que somos bons pais, como deveríamos ser? Será obedecemos o desígnio do Espirito Santo, como deveríamos obedecer. O tempo sempre responderá as questões levantadas. Esta palavra nos leva a entender que o “pecado” significa não ter atingido o alvo, não ter chegado a ser ou fazer tudo o que poderíamos ter feito sido, aqui fica evidente que todos somos pecadores. E que devemos nos manter focados em Cristo Jesus, e diante de um destes questionamentos procurarmos agir como Jesus agiria.

A segunda palavra é: “ανομια anomia” que tem o significado: a condição daquele que não cumpre a lei; quer por desconhecê-la ou por desprezo. É o pecado da transgressão (1Jo. 3;4). Este pecado está ligado aquele que, mesmo conhecendo o bem opta por fazer e andar no mal; ou seja é pecado de quem conhece a lei do amor, mas deliberadamente a ignora em seu modo de agir. Se deixarmos o nosso instinto atuar livremente em nosso viver sempre tenderemos a satisfazer os nossos desejos. Portanto, sempre haverá momentos na vida de qualquer ser humano em ele decidirá desafiar a lei e agir por conta própria indo de encontro com a ela. Embora existam pessoas que possam dizer que nunca transgrediram a um dos Mandamentos, não existe quem possa sustentar que jamais desejou fazê-lo. Então devemos sempre estar atentos aos nossos desejos pois tudo começa por um simples pensar.

A terceira palavra que significa “pecado” é: “αραπτωμα paraptoma”, que entre seus significados têm o de: cair ao lado ou próximo a algo escorregão. Trata-se do tipo de pecado que pega-nos, desprevenido como se escorregasse-nos em uma casca de banana, por andar distraído(Ef.2;5). É diferente do termo anterior, neste caso o movimento não é tão deliberado por exemplo: muitas vezes reagimos diante de uma situação com palavras, gestos ou atitudes que não coaduna com os ensinamentos de Jesus. Outras vezes somos arrastados por um impulso, ou uma paixão que se apossou momentaneamente de nós e nos fez perder nosso domínio próprio. E mais uma vez cabe a cada um de nós, atentarmos para nosso interior para não escorregarmos diante das frustrações e acontecimentos diários.

A quarta palava é:”παραβασις parabasis “que tem sua raiz na palavra;” παραβαινω parabaino” que entre seus significados têm o de: ultrapassar, negligenciar, violar, transgredir; ou seja literalmente quer dizer “cruzar a fronteiras mudar de lado.” (Rm.4:15) aqui podemos entender que Pecar é cruzar a linha que separa o bem do mal. Estamos sempre caminhando em cima da linha que separa a honestidade da desonestidade, o amor do desamor. E devemos sempre questionar o real intento de nossas ações no intuito de que em nossos atos não seja acompanhado, sequer do menor gesto ou da menor atitude desonesta. Devemos estar sempre atentos para não cruzarmos a tênue linha que separa a verdade da mentira, o amor do ódio, obediência da desobediência.

A quinta palavra é a que é mencionada no Pai Nosso: “οφειλημα opheilema “, que tem o significado de: aquilo que é devido. Significa literalmente “dívida”. Ou seja, não pagar o que se deve, ou deixar de cumprir um dever. Não há um de nós que possa dizer que em sua vida cumpriu de maneira perfeita todos os deveres para com o seu próximo e para com Deus. Tal perfeição não existe entre nós seres humanos, pois sempre tenderemos a fazer o que é mais fácil por exemplo: entre servir e ser servido, buscamos sempre ser servido; entre amar ou desprezar tendemos a desprezar; entre perdão e a vingança, tenderemos para vingança. Aqui entendemos que de uma maneira ou de outra somos devedores. Mas de não uma dívida material, e sim de uma dívida de amor respeito e carinho, a Deus e ao próximo.

Então como podemos ver esta petição é a mais temível e difícil. O perdão humano, e o divino estão inextricavelmente relacionados entre si. Não é possível separar nosso perdão ao próximo e o perdão que esperamos receber de Deus. Pois cada cristão enquanto copia de Cristo deve sempre observar o perdão em seu diário viver. Buscando compreender os seus semelhantes. Se esforçando sempre para entender a razão que leva algumas pessoas a agir da maneira como o fazem. Se alguém se comportar de maneira pouco amável, ou irascível, possivelmente esteja atravessando por um momento difícil ou de sofrimento. Se alguém nos tratar com suspeita ou desagrado, devemos analisar se as nossas atitudes, não está obscurecendo a visão do real intento que temos em nosso coração. A nossa vida torna-se mais fácil quando perdoamos e buscamos compreender em vez de condenar. O perdão tem que vir acompanhado do esquecer e somente o Espírito Santo nos ajudará a esquecer. Devemos orar sempre para que o Espírito Santo faça nascer em nós um coração perdoador e uma mente que é capaz de esquecer a falta de outrem. Se não somos capazes de esquecer e relembramos as ofensas ou feridas que nos tenham infligidos, não seremos capazes de perdoar. Porque quando trazemos a tona a falta que alguém cometeu contra nós, agimos como se tivéssemos um ferimento que a todo instante o cutucamos impedindo a cura e de tanto cutucar um dia ele se tornará incurável. Assim acontecera se não esquecemos a falta e frequentemente dissermos: “Não posso esquecer o que Fulano me fez.” "Nunca esquecerei como me tratou beltrano naquela ocasião. O nosso coração endurecerá e o perdão não entrara nele. E neste momento estaremos nos afastando de Deus, porque Deus é amor e o amor não habita onde a mágoa, o ódio e a vingança se faz presente.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 21/07/2015
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