Impulsionadas pelo amor, regozijaram-se na alegria.
No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. (Mat 28:1,2). Esta passagem que aqui inicia-se vai até o versículo nove do presente capítulo. E nela vemos o relato de Mateus sobre o sepulcro vazio. E vemos aqui algo interessante sobre o amor, vemos duas pessoas que seu amor por Jesus ia além dos milagres que Ele fez, e do poder que Ele representava. Maria Madalena e a outra Maria, elas foram as primeiras em receberem as notícias do Senhor ressuscitado e isto se sucedeu porque elas se mantiveram ao seu lado. Tinham estado presentes junto à cruz, tinham estado presentes quando o puseram no sepulcro, e agora recebem a recompensa do amor: e como não podia ser diferente foram as primeiras a inteirar-se e regozija-se da alegria da ressurreição.
Ao ler este relato sobre as duas primeiras pessoas do mundo que entenderam o que é o amor e se confrontaram com a realidade do sepulcro vazio e do Cristo ressuscitado, parecem surgir três impulsos gerados pela alegria.
1 – Foram impulsionadas a crerem. Até o presente momento tudo levava a crer que Jesus havia morrido, e que restara somente os corações desalentados. A cena da cruz ainda se fazia viva em sua mentes. O seu mestre adorado tinha sofrido e sangrado até a morte, e a morte até aquele momento era o fim para elas. Elas haviam momentaneamente esquecido da promessa da ressurreição. Tudo era tão surpreendente que poderia parecer além de toda possibilidade de crer naquilo, algo muito belo para ser certo. O anjo relembra-lhes a promessa de Jesus e as confronta com o sepulcro vazio, Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. (Mat 28:5,6). E cada uma de suas palavras é uma chamada à fé. Ainda hoje é certo que muitos sentem que as promessas de Cristo são muito belas para serem verdadeiras. E que uma vida que continua após a morte é algo insólito longe da verdade. E, esta dúvida só poderá ser dissipada ser buscarmos incessantemente o amor, pois com o amor firma a fé e alimenta a esperança na promessa que Jesus Cristo fez a todos nós. A promessa de uma vida eterna, ou seja, uma com Deus e em Deus.
2 – Foram impulsionadas a compartilhar. Quando elas descobriram a realidade do Cristo ressuscitado, seu primeiro dever foi o de proclamar e compartilhar com outros. “Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. É como vos digo! E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos.” (Mat 28: 7,8). a ordem foi imperativa “Vá, proclame!” é a primeira ordem que deve ser obedecida por aquele que descobriu a maravilha do amor de Jesus Cristo. Quando nos deparamos com o imensurável amor de Deus em Jesus Cristo somos impulsionados a proclamá-lo a tudo e a todos. E aqui entendemos que a nossa principal missão não é pregar sobre uma teologia da prosperidade financeira e nem tão pouco sobre um dogma de uma vida sem tribulações ou problemas. Somos impulsionado a falar sobre o amor de Cristo que nos torna capazes de vencer tudo, pois é este amor que nos levará a vencer até mesmo a morte numa vida plena que virá após ela.
3 – E por fim foram impulsionadas a alegrar-se ao encontrarem-se com Jesus: “E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram.” (Mat 28:9). A palavra com que o Cristo ressuscitado as saudou foi Chairete que tem sua raiz no verbo primário: “χαιρω chairo”. Que significa: regozijar-se, estar contente. Ou seja, Jesus disse: “Alegrai-vos!” Sabemos que esta era a fórmula comum de saudação da época, mas quando buscamos o seu significado para o Cristão, entendemos, que todo aquele que encontrou o Senhor ressuscitado e regozija-se em seu amor, deve viver para sempre em plena alegria; e um sempre na sua real extensão que começa aqui e continua na eternidade numa amorosa vida de alegria na presença de Deus Pai, de quem nada pode nos separar.
(Molivars).