A parábola do Filho pródigo ou melhor seria do pai amoroso. (Parte final)
Vamos continuar o nosso estudo sobre o capítulo quinze do Evangelho segundo Lucas. Nós já estudamos este capítulo de maneira geral e entendemos que aqui se apresenta a essência do cristianismo, também já estudamos em separado a parábola da ovelha perdida e da alegria do pastor; estudamos a parábola da moeda perdida onde se mostra o Deus que busca o que se perdeu e desta feita continuaremos a estudar a parábola do filho perdido ou do filho pródigo, melhor seria se fosse chamada de a parábola do Pai amoroso. Mas seja como for continuemos o estudo, como foi dito o estudo desta parábola foi divido em duas partes por ser está parábola uma da mais longas de Jesus e neste ponto do estudo se apresenta um terceiro personagem; o filho mais velho: "Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. "O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. (Luc 15:25-27).
Temos a figura do irmão mais velho que se incomodou porque seu irmão voltou. Este personagem representava os ortodoxos e religiosos da época. Que por seguirem a risca a lei se achavam melhores que os demais seres humanos. Achavam que eram perfeitos no cumprir a vontade de Deus, porque cumpriam os rituais a risca e caminhavam balizadamente dentro de uma fé legalista. Eles não entendiam que o Deus que eles serviam era misericordioso, e que eles tinha o dever de serem misericordiosos. E em seu coração endurecido preferiam a destruição de um pecador do que praticar a misericórdia para salvá-lo. E são estas atitudes que vemos destacar-se na pessoa do irmão mais velho:
1 – Toda sua atitude demonstra anos de obediência ao pai. Mas também podemos ver que esta obediência foi as custa de uma vida pesada pois estava sobre seus ombros a obrigação de ser obediente. A sua obediência não vinha do amor, mas sim de uma penosa obrigatoriedade, e de uma ansiosa espera por um pagamento, como veremos ele dizer: Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. (Luc 15:29,30). E ainda hoje muitos de nós não entenderam que tudo que fizermos deve ter origem no amor. A obrigatoriedade tira o brilho e apaga a bondade do ato. E aquele que faz esperando algo em troca aqui na terra terá a sua parte aqui na terra. Aqui podemos ver ressaltada a diferença entre ser leal e ser fiel. Leal é aquele que age dentro das leis da probidade, ou seja, é honesto, cumpridor de seus deveres e etc. Fiel é aquele que é zeloso no cuidado por algo ou alguém. Bom seria se todos pudéssemos ser os dois.
2 – Vemos também que a sua atitude era a de alguém que demonstra uma falta total de simpatia para com o seu irmão: Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! ’(Luc 15:30). Ele refere-se ao irmão, não como meu irmão, mas sim como seu filho. Era o tipo de santarrão capaz de se desviar do ferido caído a beira do caminho para não se contaminar. E o triste disto é que vemos ainda hoje isto acontecer, porque muitos de nós ainda não entendeu que o nosso dever é, de praticar o amor para todos e em tudo, deixando sempre se lado os nossos eitos, preceitos e preconceitos.
3 – Ele também tinha uma mente poluída por pensamentos ruins e desconfianças, ou seja, em sua mente o ódio navegava livremente. Não vemos menção de que o rapaz havia gasto a sua herança com rameiras, somente ele diz isto. Sem dúvida a desconfiança o fazia suspeitar de algo que talvez ele mesmo tivesse vontade de fazê-lo. E aqui fica mais uma lição devemos sempre buscar pensar o melhor de outrem, porque os fatos sempre mostrarão a verdade por si só. E que aquilo que mais desconfiamos ou detestamos em outrem talvez é o que mais vibra dentro de nós. Por isso que Jesus no Getsêmane disse: Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mar 14:38). Então devemos sempre vigiar o nosso interior buscando aquilo que polui a nossa mente e não a vida alheia, pois o sono da tentação está dentro de, e não fora de.
E nos últimos versículos a parábola como em todo capítulo quinze vemos mais uma vez o pai amoroso tentar leva luz e consciência ao interior enraivecido, do filho mais velho e mostra o por que de se festejar a volta do que tinha ido:"Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado (Luc 15:31,32). E aqui vemos que o filho mais velho também deveria cair em si, porque usufruía do amor e da bondade do pai mas, anida não havia notado.
E Finalmente devemos notar que estas três parábolas não são simplesmente três formas diferentes de dizer a mesma coisa. Há uma diferença interessante entres elas: A ovelha se perdeu simplesmente por insensatez porque se encantou com o pasto que estava a sua frente. Assim se dá com muitos se encantam com as coisas do mundo, e sem perceberem caminham com o pecado e se perdem; A moeda não se perdeu; extraviou-se, mas não por culpa dela. Muitas pessoas são arrastadas e extraviada do caminho de Deus por outros que não sabem ensinar ou só sabem ensinar meias verdades. Nem por isso Deus a considerará livre de culpa e nem tão pouco à àquele que a ensinou errado ou colaborou pelo seu extraviamento; O filho mais novo se perdeu deliberadamente, dando brutalmente as costas a seu pai. Assim também muitas pessoas dão as costas a Deus, preferindo as coisas do mundo do que praticar o amor, pois a prática do amor lhes parece custosa. Mas o amor de Deus pode vencer a insensatez do ser humano, as seduções das vozes tentadoras, e até a rebelião deliberada do coração que não quer amar. E como Cristãos que buscam ser cópias de Cristo devemos primar por fazer nascer e crescer este amor dentro de nós, um amor que apaga os eitos, preceitos e preconceitos e nos faz enxergar nas pessoas que erram, joias preciosas para o Deus que nos ama a ponto de dar vida por nós.
(Molivars).