Um apelo uma visão restabelecida e um ato de gratidão.

E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! (Mat 20:30,31). Aqui nestes versículos temos a história de dois homens que não se intimidaram com o que diziam ou queriam aqueles a sua volta, e mesmo quando mandavam que eles se calassem eles abriram caminho para um milagre. É por isso esta passagem se faz deverás significativa. Porque neles vemos descrito o espírito, a atitude mental e o coração ao qual são acessíveis os dons mais preciosos de Deus.

Estes dois homens estavam esperando a valiosa oportunidade e quando está chegou a agarraram-na com as duas mãos. Sem dúvida tinham ouvido falar do poder maravilhoso de Jesus, e não resta dúvida que eles se perguntariam se esse poder poderia ser exercido sobre eles. Se o tivessem deixado passar, teriam perdido para sempre sua única oportunidade; mas quando esta lhes chegou agarram-na sem importar-se com as vozes que pediam para que eles se calassem. Isto nos ensina que há uma quantidade de coisas que devemos fazer em um momento determinado ou nunca serão feitas. Há uma quantidade de decisões que se devem tomar imediatamente, ou nunca serão tomadas. O momento de agir passa, o impulso para decidir se esvai, há um momento para agir e um momento para decidir.

Vemos que estes dois homens se detiveram mesmo quando todos pediam que se calassem. A multidão queria que eles se calassem, porque segundo os historiadores era de costume que os rabinos da Palestina ensinavam enquanto caminhavam. E pode ser que os gritos destes homens atrapalhavam a eles ouvirem os ensinamentos. Mas nada os fez calar porque para eles era questão de ver ou não ver e não havia nada que pudesse impedi-los de obter seu objetivo. Acontece frequentemente que nos sentimos facilmente desalentados quando tratamos de chegar à presença de Deus. O homem que não permite que nada o impeça de chegar a Cristo é quem por fim O encontra.

Mesmo que a princípio a nossa fé seja de forma imperfeita Ele nos ouvirá, como podemos ver eles se dirigiam a Jesus como filho de Davi: Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! (Mat 20:31). Eles acreditavam que Ele era o Messias, mas em seus corações eles pensavam num messias com um poder real e terrestre. Era uma fé imperfeita, mas agiram de acordo com ela, e Jesus a aceitou. Porque Ele nos conhece no mais profundo de nosso ser, e por mais imperfeita que seja nossa fé, se houver fé, Jesus Cristo a aceita.

E vemos agora algo sublime na vontade destes homens: Então, parando Jesus, chamou-os e perguntou: Que quereis que eu vos faça? Responderam: Senhor, que se nos abram os olhos. (Mat 20:32,33). Eles eram mendigos, mas não pediam dinheiro; pediam nada menos que a visão. Nenhum pedido é demasiado grande para apresentá-lo a Jesus Cristo. Hoje em dia ainda há muitos de nós que se ocupa em pedir algo para satisfazer desejos egoicos, e quando este desejo não é atendido se revoltam e viram as costas para Deus. E naquela época também era assim. Aqueles pobres mendigos cegos careciam de tudo. Mas mesmos cegos puderam ver que Jesus era o tão esperado Messias, enquanto que os líderes religiosos que foram testemunhas dos milagres do Jesus permaneceram cegos a sua identidade, não abriram seus olhos à verdade. Ver com os olhos não garante ver com o coração. Porque o amor só pode ser sentido com o coração e não há bens materiais que possa comprar o amor.

E só o amor nos torna capazes de ter gratidão e, é isto que vemos aqui: Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo. (Mat 20:34). A palavra usada para condoído é mesma que é usada para compaixão: “σπλαγχνιζομαι splagchnizomai “. A compaixão de Jesus por estes homens foi seguida de um ato de gratidão e aqui temo mais uma importante lição. Quando receberam o dom que tinham solicitado com ardor, não se afastaram jogando-o ao esquecimento; seguiram a Jesus. Há muitos que obtêm o que desejam, seja no material ou no espiritual, e logo se esquecem até de agradecer. A ingratidão pode até não ser o pior dos pecados mas, com certeza é o mais feio dos pecados. Estes cegos receberam de Jesus a visão e logo lhe entregaram sua lealdade agradecida. Jamais podemos devolver a Deus o que Ele nos deu, mas sempre podemos nos sentir agradecidos e lhe expressar nossa gratidão servindo a Ele e ao próximo em amor e verdade.

E o que aprendemos aqui? Aprendemos que por mais que mundo diga não, devemos nos manter firmes em Cristo; que ao apresentar-se a oportunidade devemos agarrá-la; e que devemos sempre sermos gratos ao que Deus e o próximo nos fizer.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 23/05/2015
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