Um mestre que viveu e vive o que ensina, Jesus.
Desta feita finalizaremos o estudo da passagem que começa no versículo vinte e vai até o versículo vinte e nove (corrigindo está passagem vai até o versículo vinte e oito). Jesus viveu e praticou, o que Ele pede a seus seguidores que façam. Quando Ele diz: tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. (Mat 20:28). Aqui Ele deixa claro não veio para ser servido, mas para servir. Não veio ocupar um trono e sim uma cruz. Foi por isso que as pessoas ortodoxas de seu tempo não o puderam entender. Ao longo de toda sua história os judeus tinham sonhado com o Messias, mas o Messias com que sonhavam era sempre um rei conquistador, um líder poderoso, alguém que esmagaria os inimigos de Israel e que reinaria com poder sobre todos os reinos da Terra. Como havia acontecido nos tempos antigos. Eles esperavam um messias que seria um general dos exércitos um conquistador; um messias que traria o gume afiado da espada para destruir os inimigos, mas receberam a alguém quebrantado em uma cruz, que ensinava a amar os inimigos e perdoar os perseguidores. Esperavam o leão feroz de Judá, mas receberam o manso cordeiro de Deus. Esperavam a ira de Deus sobre os inimigos, mas receberam o amor de Deus para com os inimigos.
O teólogo “Rudolf Bultmann” em seu livro diz: “Na cruz de Cristo se derrubam os critérios do julgamento judaicos e as ideias humanas de esplendor do Messias.” Ou seja, na cruz fica demonstrado de forma clara e única, a nova glória e a nova grandeza do amor sofredor e do servir em amor e verdade. É na obra da cruz que se restabelece e se refaz a realeza. E desta maneira fica claro que o Deus que amamos e servimos, serviu e serve muito mais que é servido. E que o maior louvor que podemos render a Deus é servir ao próximo em amor e verdade.
Na segunda parte do versículo vinte oito vemos Jesus dizer: mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. (Mat 20:28). E aqui mais uma vez vemos que Deus vai muito além do servir comum que conhecemos, pois toda lei foi feita por Deus, porque Ele é a própria lei. E sendo Ele a lei jamais Ele poderia ir contra Ele mesmo. Deus Pai sempre proveu a humanidade com seu amor, mas o ser humano fazendo um mal uso do livre arbítrio sempre optou por valorizar mais as coisas materiais que a Deus e a vida de outrem. Na Bíblia vemos isto acontecer sempre: No Edem com o ato da desobediência; na mal fadada atitude de Caim quando assina Abel; no tempo que antecedeu o diluvio; na nação de Israel que primou pelo poder e pelas riquezas do mundo. E em todas estas situações vemos Deus providenciar uma restauração para humanidade. No Edem Ele está ao lado de Adão e Eva; Ele avisa a Caim sobre o mal que estava a sua porta; Ele ampara e ajuda a Noé e o orienta na construção da arca; Ele chama a Abrão para iniciar uma nação que deveria ser a luz do mundo, e quando está nação falha em seu objetivo, Ele envia seu Filho para nos salvar.
Mas para nos salvar do que? A lei do pecado é clara quando nós primamos pelas coisas materiais e por viver num egocentrismo, nos afastamos de Deus que é amor, ou seja, perdemos o objetivo para o qual fomos criados, erramos o alvo. Uma das palavras no grego para pecado é: “αμαρτια hamartia”, que significa errar o alvo. E quando nos afastamos do alvo que é o amor nos tornamos cada vez mais frios e endurecidos de coração. E isto se sucedia na época e ainda hoje sucede. E Jesus veio para mudar isto, e foi Ele quem resumiu toda sua vida em uma frase muito aguda: “O Filho do Homem veio para dar sua vida em resgate de muitos.” A obra da cruz ao contrário do que alguns estudiosos diz. Não é para servir de pagamento a Deus, porque Deus nada nos Cobra, e muito menos para calar satanás, porque este não tem poder algum sobre nós. A obra da cruz traz consigo o sacrifício substitutivo, que cobre a lei do pecado e nos aproxima de Deus. Porque todo aquele que olhar a obra da cruz a não sentir nada, já está julgado, não porque Deus o julgue, mas sim porque este já não possui dentro de si um julgamento. E aqui entendemos que sem Jesus Cristo e sua vida de serviço e sua morte de amor, jamais teríamos encontrado o caminho que nos leva de volta ao amor que é Deus. Jesus viveu e deu sua vida para aproximar o ser humano de Deus, e nós também devemos seguir os passos daquele que amou ao máximo. Buscando amar o máximo que pudermos num servir em amor e verdade.
(Molivars).