Do tropeço da ambição ao triunfo da lealdade.

Está é uma das passagens na qual Jesus ensina o que é ser Cristão, ela inicia-se no versículo vinte e vai até o versículo vinte e nove. Vemos que um ato de ambição termina com a revolução do senhorio que seve mais que é servido. Dividiremos este estudo em três partes, e nesta feita estudaremos o real sentido de uma vida Cristã: Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda. Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; (Mat 20:20-23A). Estes versículos iluminam o que é a vida de quem escolhe seguir a Cristo.

A qui vemos aflorar a ambição e o uso da influência familiar. Alguns estudiosos afirmam que Tiago e João eram primos de Jesus. E foi talvez este motivo que os levou a buscar uma predileção no reino de Jesus. No Evangelho segundo Marcos ele narra que foram os próprios Tiago e João que fizeram tal solicitação a Jesus (Mar 10:35-45). E aqui mais uma vez vemos o amor de Jesus pelos seus liderados se fazer presente. Jesus já havia ensinado por três vezes que seu destino era a Cruz e que seu reino estava firmado nos céus, mas os seus discípulos ainda não haviam entendido. O surpreendente sobre Jesus é que nunca perdia a paciência ou se zangava com os seus. Apesar de tudo o que havia dito, aqui estavam estes homens e sua mãe tagarelando a respeito de postos em um governo em um reino terrestres. Mas Jesus não perde a paciência diante de sua teimosia, nem se indigna por sua cegueira ou se desespera diante de sua incapacidade de aprender. Trata de dirigi-los para a verdade com generosidade, amor e compreensão, sem pronunciar uma só palavra impaciente. É assim que deve agir todo um verdadeiro líder Cristão.

Mas voltando a malfadada ambição, ainda hoje é assim, vemos muitos de nós buscar incansavelmente versículos que apoiam uma doutrina da prosperidade material. Mas Jesus disse que aqueles que queriam compartilhar sua vitória, deviam beber seu cálice. O que era o cálice que Jesus falava com Tiago e João? Quando estudamos a história vemos que a vida tratou estes dois discípulos em forma muito diferente, Tiago foi o primeiro dos apóstolos que morreu como mártir (Atos 12:2). Para ele o cálice foi o martírio. Por outro lado, a história nos mostra que João viveu até uma idade muito avançada na cidade de Éfeso e que morreu de morte natural quando estava perto dos cem anos. Para ele, o cálice foi a disciplina e a luta constantes da vida cristã através dos anos. Isto nos ensina que é errôneo generalizar a maneira como Deus age na vida de cada Cristão. Cada um de nós bebera o seu cálice com um sabor bem definido, para uns o cálice será o martírio como sucedeu com Tiago. Para outros, será o cálice da luta que será sorvido longo de toda uma vida cristã com todos os seus sacrifícios diários, suas lutas cotidiana, seus desalentos, desenganos e lágrimas a exemplo de João. Ou seja, não há uma taça única na vida do povo de Cristo. Mas há uma única e verdadeira promessa que é o da vida eterna no amor De Deus.

Tiago e João entenderam o que Jesus lhes ensinou, porque mantiveram-se fiéis a Ele mesmo depois da negação. É bem certo que eles tropeçaram na ambição, mas também é certo que a fidelidade deles foi além da negação. E mais ainda, aqui se demonstra a lealdade invencível dos discípulos. Mesmo quando lhes foi dito que havia um cálice amargo pela frente, jamais pensaram em voltar atrás; estavam decididos a bebê-lo. Se triunfar com Cristo implicava sofrer com Ele, estavam perfeitamente decididos a enfrentar esse sofrimento. O triste é que hoje se construiu um cristianismo que não coaduna com o ser Cristão. Porque muitos de nós querem o trono, mas fogem do amargor cálice. Quando se fala em receber bençãos há um coro de glória e aleluia, mas quando se fala em amar e perdoar o próximo se faz um silêncio destruidor. Que cada um de nós se perscrute a si mesmo e faça a sua escolha, prazer na efemeridade, ou vida na eternidade no amor de Deus. (Continua).

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 02/05/2015
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