O Conhecimento sobre Deus está aberto para aquele que busca.
Aqui nesta passagem o apóstolo Paulo diz aos da época e a nós a diferença entre as etapas do ensino Cristão: Entretanto, falamos de sabedoria entre os maduros, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada. Pelo contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Todavia, como está escrito: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam”;(1Co 2:6-9). Quando estudamos o contexto histórico da Igreja primitiva vemos que existia uma distinção na forma de ensinar; no grego tem várias palavras para ensino, mas hoje nos ocuparemos de duas delas por elas estarem ligadas ao anunciar do Evangelho de Jesus Cristo:
1 – A primeira é: “κηρυγμα kerugma,” que tem entre seus significados o de: aquilo que é proclamado por um arauto ou clamador público, uma proclamação por arauto. No Novo Testamento é a mensagem ou proclamação dos arautos de Deus ou Cristo. Quando o escritor usa está palavra está se referindo ao anúncio e dos ensinamentos básicos do cristianismo a respeito dos quais não havia nenhum argumento. Obviamente tratava-se de uma primeira etapa, anunciava-se as pessoas a história da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e de seu futuro retorno.(Lucas 4:18-19;Romanos 10:14;Mateus 3:1).
2 – A segunda é: “διδαχη didache”, Que tem entre seus significados o de: Doutrina, ensino a respeito de algo nas assembleias religiosas dos cristãos, fazendo uso do discurso como meio de ensinar, em distinção de outros modos de falar em público. Quando o escritor faz uso desta palavra ele está se referindo a um ensino mais adiantado do que é ser Cristão. (Cl 3.16;1Co4:17; Tito2:7). Ou seja, didache consistia na explicação do significado dos fatos que já tinham sido anunciados. Obviamente esta segunda etapa era dedicada àqueles que já tinham recebido o (kerugma). Paulo se está referindo a isto nesta passagem. Até o momento falou de Jesus Cristo e de sua crucificação; era o anúncio básico que devia fazer todo aquele que estava incumbido de ensinar sobre o evangelho. E ele continua a dizer que o aprender sobre as coisas de Deus não parava ali, e afirmava que a instrução cristã deveria e deve ser contínua, ou seja, devemos em um primeiro instante ensinar os atos, mas também em um discipulado ensinar os seus significados.
E o que aprendemos com isto? Aprendemo que não podemos nos contentar com uma visão básica do ser Cristão, devemos sempre buscar conhecer mais e melhor a Cristo Jesus. Vemos que Paulo insiste em que este ensino especial não é o produto de uma atividade intelectual dos homens, é um dom de Deus, e veio ao mundo com Jesus Cristo. Foi Jesus Cristo que nos revelou de forma clara e vivida quem é Deus e o que Ele que realmente quer de nós. E quando buscamos com firmeza entender o que realmente é fazer a vontade de Deus isto se faz claro. E isto se faz quando há o encontro do espírito investigador do homem com o Espírito revelador de Deus. Porque não mistérios nas coisas de Deus, Ele as revelou para que todo aquele que busque a encontre no seu tempo certo. Mas isto de maneira nenhuma nos liberta da responsabilidade do esforço humano da busca. Só o estudante que trabalha pode capacitar-se para receber as verdadeiras riquezas da mente de um grande mestre. Todo conhecimento só pode acontecer através de um esforço incansável. O mesmo acontece entre Deus e nós. Quanto mais busquemos e procuremos compreender, mais nos ensinará Deus, e este processo não tem limites devido ao fato de que as riquezas de Deus são inescrutáveis. O triste é que muitos de nós fica esperando que o conhecimento venha de forma automática, mas pode ter certeza isto não acontecerá. E, é isto que aprendemos aqui: “Cabe a cada um de nós buscar incansavelmente o conhecer das coisas de Deus, e que este conhecimento é infinito pois começa aqui e se estende pela eternidade de Deus.”
(Molivars).