Olhando sempre além do tempo presente.
Nesta passagem vemos Jesus exortar o povo e seus discípulos, e esta exortação chega até nós sem perder nada que ela tem de real. Quando Jesus diz: Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma? (Mar 8:36,37). Ele está nos levando a refletir sobre os valores que visamos em nossa jornada por este mundo de efemeridades. Um ser humano pode viver sua vida firmando o seu êxito na aquisição de coisas materiais e na busca do poder pelo poder. Esquecendo-se que as coisas, materiais tem seu tempo de duração, e o poder pode ser perdido. Ou ainda levando uma vida que tem como base a emoção, mas toda emoção depois de vivida deixa um vazio em seu lugar. Quando deveríamos viver uma vida pautada no real sentir que advém, dos valores que Deus Pai nos ensinou e ensina, ou seja, uma vida que valha a pena ser vivida. A intenção real deste dito de Jesus é de nos levar a fazer o seguinte questionamento: “Onde estamos baseando os nossos valores na vida?” É possível que estejamos valorizando mais a roupa que o corpo, e pior ainda que venhamos a descobrir isto só no tempo do juízo. E aqui destacamos três pontos:
1 – Podemos mal gastar o nosso tempo de vida na materialidade. Pode desejar coisas materiais e não ser muito escrupuloso quanto à maneira de obtê-las. Querer obter êxito nas coisas materiais não é errado, o erro advém do desequilíbrio, na maneira como adquirimos. O mundo está cheio de tentações que nos levará a uma desonestidade falsamente produtiva. O ministro Cristão “George Macdonald”, em um de seus livros: conta-nos que um dono de loja de tecidos sempre usava de um artifício para lesar os seus fregueses; ele usava o polegar para medir um pouquinho menos de pano. E ele então comenta o seguinte: “este Tirava o valor de sua alma; para pôr em seu cofre.” E aqui cabe a cada um de nós fazer a si mesmo as seguintes e verdadeiras perguntas, que tipo de obra eu tenho para apresentar ao Pai que tanto me amou? E Como aparecerei aos olhos de Deus com balanço de minha vida? Pois no dia do juízo se abrirão dois livros, que servirão para auditar o modo como usamos a dadiva da vida que Deus nos deu.
2 – Podemos empregar o valor da nossa vida tentando ser politicamente correto. Podemos ser uma pessoa que vive uma falsa felicidade tentando ser agradável, dócil a fim de ganharmos a simpatia de outrem para que isto nos traga fama. O contrário também é certo podemos ser inflexíveis e dedicarmos uma vida a um princípio, pautado em determinados eitos, preceitos e preconceitos tornando-nos antipáticos. O mais triste é que na maioria das vezes fazemos isto para contentar a opinião pública ou para sermos bem-vistos por um determinado grupo de pessoas. E aqui mais uma vez o desequilíbrio de uma vida pautada nas emoções nos levará a ruína. A verdadeira questão que todos nós teremos que enfrentar no final, não é “o que pensam de nós os seres humanos?”, e sim “o que sabe Deus de nós?” O que decide o continuar da vida na eternidade não é o veredicto da opinião pública, e sim o veredicto de Cristo Jesus, o dono da vida.
3 – Podemos mal gastar a nossa vida em busca da futilidade e detrimento da perenidade. Sempre é mais fácil ter um êxito imediato e barato. Um escritor pode sacrificar o seu dom para que sua obra seja vendida com rapidez e lhe dê um retorno breve. Um músico pode produzir frivolidades efêmeras quando poderia produzir algo que fora real e duradouro. A gente pode escolher uma profissão que produza mais dinheiro e comodidade, e voltar as costas a um trabalho no qual poderia prestar mais serviço a seus semelhantes. A gente pode desperdiçar a vida na superficialidade e perder as coisas verdadeiramente importantes. Um ser humano pode preferir uma vida de prazeres sexuais momentâneos e de uma pretensa liberdade, em vez de buscar montar um lar e formar uma família. Mas a vida tem uma maneira de revelar os valores verdadeiros e condenar os falsos à medida que passam os anos. Uma coisa barata não é duradoura. As coisas superficiais se vão e em seu lugar resta um vazio que fatalmente nos levará a uma triste sobrevivência. Mas quando primamos pelo real sentir pode até ser que isto nos cause uma tristeza momentânea, mas em um tempo certo virá a felicidade duradoura que nos faz ter vida e vida abundante.
E o que aprendemos com o que foi dito? Aprendemos que é possível sacrificar-se a eternidade por um momento presente de prazer o de satisfação do ego. E que nos libertaríamos de todo tipo de enganos se sempre olhássemos as coisas à luz da eternidade. Muitas coisas são agradáveis no momento, mas ruinosas depois. Foi isto que Jesus nos ensinou aqui, que devemos buscar ver as coisas como Deus as vê, olhando sempre além do tempo presente. Porque o ser humano que vê as coisas como Deus as vê nunca gastará sua vida nas coisas que perdem sua alma e destrói o seu espírito. Que a verdade do amor misericordioso de Deus seja sempre conosco.
(Molivars)