Igreja local de praticar a comunhão e o amor.
Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. (Heb 10:24,25). Aqui nesta passagem da carta aos hebreus o autor nos ensina a importância de congregarmos, ou de fazermos parte de uma determinada igreja ou assembleia. É bem certo que somos Cristão não somente para nós, mas sim para que servimos como semeadores de uma semente que em seu tempo certo florescerá no coração semeado o transformando. Não há lugar no reino de Deus para aquele que vive pelo egocentrismo. Jesus nos ensinou de forma vívida e vivida que é dever de todo Cristão fazer mais pelo próximo do que para si mesmo. Ou seja, não somos cristãos só por nossa própria causa, mas também por causa dos demais. Muitos salvaram suas almas, interessando-se tanto em outros que se esqueceram de si mesmos e da própria salvação. É fácil ser arrastado a um cristianismo egoísta se pensarmos; a graça me salvou e não preciso fazer mais nada, e está forma de pensar nos levaria a um cristianismo egoísta. E a um contradictio in terminis. Ou seja, com este agir estaríamos na contramão dos ensinamentos de Jesus e logo seríamos qualquer coisa menos Cristãos.
O autor nos ensina que é em meio as pessoas que aprendemos a ser Cristão de forma prática e atuante, até mesmo porque o Evangelho de Jesus Cristo nos foi dado para ser vivido de for prática, e não meramente de forma intelectual, ascética ou ermitã. Como veremos a seguir. Primeiro estudaremos três motivo para irmos a igreja e em seguida três motivos que o ego nos impõe para não irmos a igreja.
1 – O dever de estimularmos uns aos outros a uma vida nobre. E na comunhão da igreja que podemos apresentar o bom exemplo, que podemos demonstra de forma objetiva o praticar da misericórdia e do amor Cristão. È nas reuniões e nos cultos que podemos lembrar outros de suas tradições, seus deveres, seus privilégios, suas responsabilidades quando provavelmente as estiverem esquecendo. Tem-se dito que um santo é alguém em quem Cristo se revela. É na igreja onde nos reunimos para estimularmos uns aos outros a praticar o amor mostrando-lhes a Cristo. É no relacionar uns com os outros que entendemos que cada um de nós é uma cópia de Cristo em formação.
2 – O Cristão é um ser comunitário. Entre aqueles a quem estava escrevendo o autor de Hebreus havia alguns que abandonavam o hábito de congregar-se. E ainda hoje é possível que alguém pense ser cristão e entretanto abandone o hábito de congregar-se. Talvez porque um desafeto ou uma decepção causada por um líder os tenha desanimado. Mas devemos entender que estamos ali na igreja justamente para aprender a lidar com os dissabores de uma vida comunitária. Cada pessoa nos ensina algo seja qual for seu nível hierárquico ou social. Porque infelizmente o ser humano só aprende com a dualidade. Só entendemos o que é amor quando nos deparamos com o desamor; só damos valor a alegria quando a tristeza se faz presente; a água passa a valer mais que o ouro quando estamos em um deserto e com sede. Ou seja, cada atitude de um irmão ou líder nos ensina a fazer o mesmo ou não la frente, desde de que levemos tudo para o filtro edificador do Espírito Santo.
3 – Devemos impulsionarmo-nos mutuamente. Um dos maiores deveres humanos é o de animar. No livro de Jó vemos Elifaz render involuntariamente um grande tributo a Jó: Eis que tens ensinado a muitos e tens fortalecido mãos fracas. As tuas palavras têm sustentado aos que tropeçavam, e os joelhos vacilantes tens fortificado. (Jó 4:3,4). É na comunhão do culto na igreja que podemos fortalecer e ensinar aqueles que precisam e querem ser ensinados e fortalecido. O Cristão não cumpre rituais, pois a igreja é um local de aprendizado e de praticar a comunhão. Louvamos e agradamos muito mais a Deus Pai quando buscamos entender e atender a outrem em suas falta e dificuldades. Nisto consiste a ordem dada por Deus Pai em: Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos. (Osé 6:6). E no Evangelho segundo Mateus vemos Jesus expressar está ordem aos judeus que indagavam o porque de seu comportamento: Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento. (Mat 9:13). Muitos de nós pensam que praticar a misericórdia está em somente atender os famintos os doentes e os necessitados de coisas materiais, sim isto faz parte de um ato misericordioso, mas a misericórdia deve se estender também ao entender a atender as necessidades da alma. Muitas vezes uma palavra de elogio, de agradecimento, de avaliação ou de estímulo consegue impedir que alguém desabe. Bem-aventurado é o homem que fala de tal maneira.
Agora partimos para as três possíveis razões que nos impede de irmos ou de participarmos de uma igreja:
1 – Pode ser que não vamos à Igreja por temor. Pode ser nos envergonhemos de mostrar a nossa lealdade porque tememos a critica daqueles que estão fora da Igreja. Pode ser que em nosso local de trabalho existam pessoas que riem dos que vão à Igreja. Pode ser que tenhamos amigos não acostumados a este tipo de coisas e tema sua crítica e menosprezo. Ou pode ser que tentemos constituir-nos em discípulos secretos; mas bom que entendamos que esta maneira de agir nos levará a um ponto do caminho no qual fatidicamente acontecerá o seguinte: ou resplandecer do discipulado matará o segredo ou o segredo matará o discípulo ou o discipulado. Nós devemos entender que a lealdade é uma qualidade e não um defeito. E que fora de qualquer outra coisa ir à Igreja é demonstrar onde está nossa lealdade. Mesmo quando o sermão seja pobre e o culto tedioso, a Igreja nos dá ainda a oportunidade de mostrar ao mundo de que lado estamos. E neste caso não só do lado, mas em Cristo.
2 – Podemos não ir à Igreja porque estamos chateados ou triste por algo ou alguém. Talvez desgoste os grupinhos e a elitização hierárquicas que acontecem em algumas igrejas. Há Igrejas que são mais clubes que Igrejas. Isto pode ocorrer porque a igreja é composta de seres humanos que não deveriam, mas agem assim. E,é ai que entra o amadurecer em Cristo, são três coisas que nos deve levar a ira a igreja: porque amamos a Cristo Jesus, porque amamos a obra e para sermos bençãos na vida de outrem. Quando entendemo isto os grupinhos e a elitiza hierárquica já não se apresentam como obstáculos, mas sim como um estímulo para que possamos abraçar e estimular a aqueles que não pertençam a tais grupos. Acudindo assim os membros que permanecem fiéis se sentem tão confundidos. Jamais devemos esquecer que Cristo morreu por todos os homens e não somente por alguns ou pelas classes respeitáveis.
3 – Pode ser que a vaidade nos impeça de ir ou de pertencer a uma igreja. Talvez creiamos sinceramente que não necessitamos da Igreja; que intelectualmente estamos mais além do nível de sua prédica. O esnobismo social pode ser mau mas o espiritual e intelectual é pior. O homem mais sábio é néscio perante Deus e o mais forte é fraco no momento da tentação. Não há ninguém que possa viver uma vida cristã e negligenciar sua participação na Igreja. Se alguém pensa que deve agir assim lembre-se que vamos à Igreja não só para tirarmos proveito, mas também para darmos; não só devemos ir receber, mas também para dar nossa própria contribuição à vida da Igreja. Se sentirmos e notarmos que no corpo da Igreja existem falhas, é nosso dever fazer-se presente e ajudar emendá-las. Pois aquele que é capaz de apontar as falhas e não é capaz de ajudar a corrigir e tão falho quanto, e mais, chega a ser inútil.
Finalmente o autor alerta para o tempo que é curto, e para o dia que se aproxima. Pensando na segunda vinda de Cristo quando as coisas, tal como as conhecemos, terão fim. A Igreja primitiva vivia nesta expectativa. Seja esta nossa atitude ou não, devemos compreender, que não sabemos do minuto seguinte de nossas vidas e que num repente Deus pode nos chamar. Findando assim a oportunidade de aprendermos a amar. E sabendo disto devemos ocupar cada segunda de nossas vidas na prática do amor. Entendendo sempre que o tempo que temos devemos cumprir o nosso dever; que é o de fazer o bem a todos que pudermos, a quem pudermos e como pudermos.
(Molivars).