Libertos para servir por amor e verdade.

Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. (Gál 5:13). Neste versículo e nos que se seguem, vemos o apóstolo Paulo sair de um ensino teológico para apresentar o resumo de toda ética Cristã. Paulo com sua capacidade de conhecimento era capaz de apresentar a teologia e ao mesmo tempo fazer-se entender pela ética pratica do ser Cristão, vemos isto acontecer também na carta aos romanos um dos mais grandiosos tratados teológicos. Quando no capítulo doze vemos ele sair do campo teológico para o campo prático de uma vida onde se exige um praticar e um agir em Cristo. Pois o verdadeiro teólogo é aquele que tem está capacidade de apresentar o ser Cristão como algo prático.

Paulo tinha a consciência que ao ensinar a liberdade da graça, podia levar as pessoas da época e pensar da seguinte maneira: se estamos livres da lei agora podemos fazer o que bem quiser. Ou seja, dar vazão as paixões, desejos, emoções e as ambições mesmo que em detrimento a vida do próximo. Porque muitos argumentavam que se a Lei passou, e a graça assegura de toda maneira o perdão, podemos fazer o que quisermos e seremos perdoados. Já naquela época o poder sempre fascinou o ser humano, e cabia a Paulo o líder de nação Cristã a cada findar do dia a duas obrigações, que ainda se faz necessária neste tempo moderno onde as confusas lideranças e os governos corruptos se mostram cada vez mais presente.

1 – A primeira não está mencionada aqui, mas ele deixou implícito em todos seus escritos este pensamento; o da obrigação para com Deus. Que basicamente consiste em: respeitar a Deus em amor e verdade. Porque Deus nos amou de tal maneira que deu seu filho para nos salvar, e quando nos deparamos diante do imensurável amor de Cristo que foi em direção da cruz por nós. Devemos ficar constrangidos não por medo da lei, mas sim por respeito ao amor gracioso. Que nos leva a pensar da seguinte maneira: Não posso manchar e nem sujar uma vida pela qual Deus pagou com sua própria vida.

2 – Há também a obrigação para com nossos semelhantes. Somos livres, mas esta liberdade é de tal índole que ama o próximo como a si mesmo e este praticar nos levará a amar o próximo como Cristo nos amou. E aqui vemos aflorar a diferença do governo de Deus na vida daquele que crê. As diferentes formas de governo humano se apresenta com características singulares. A monarquia é o governo de um; em sua defesa diz-se que ela está baseada na eficiência da centralização do poder porque o governo de comitês teve sempre suas desvantagens. Oligarquia significa governo dos poucos; pode justificar-se sustentando que só poucos são capazes de governar. Aristocracia significa governo dos melhores. Mas não se define a palavra melhor. Plutocracia significa governo dos ricos; justifica-se aduzindo que aqueles que possuem os maiores bens no país têm o direito lógico de administrá-los. E a democracia significa governo do povo, pelo povo e para o povo. Mas não vemos isto acontecer, porque muitos eleitos pelo povo governam para si mesmo, pensando somente em seus interesses. Somente quando olhamos para Cristo é que vemos a verdadeira democracia. Democracia esta que deveria ser praticada por todo líder que se diz cristão, porque num Estado Cristão cada um pensaria tanto em seus semelhantes como em si mesmo: Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Gál 5:14). Isto nos leva a entender que a liberdade cristã não é libertinagem pela simples mas tremenda razão que o Cristão não foi feito livre para satisfazer a si mesmo, seja pecando ou dando vazão aos seus desejos de poder. Mas sim, pela graça de Deus, é livre para servir em amor e verdade. O cristão é aquele que pelo Espírito de Cristo que habita nele, está tão purificado do eu mesmo, que aflora nele a capacidade de amar a seu próximo como a si mesmo, algo que não é possível senão para o Cristão, e, é bom que entendamos que isto só acontece porque o Espirito o capacita para tal. No final Paulo acrescenta uma advertência breve mas severa: Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. (Gál 5:15). Parafraseando este versículo é como se ele dissesse: “O egoísmo desenfreado não exalta o ser humano; destrói-o”. Então devemos trazer gravado em nossos corações seja qual for a nossa posição, cargo ou profissão executemo-las com a mentalidade da verdadeira democracia Cristã onde o próximo sempre está a frente de nós.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 06/04/2015
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