Dois caminhos se apresentam e somos livres para escolher.
Aqui nestes versículos Jesus nos ensina que não é Deus que nos condena, mas somos nós que escolhemos o caminho. E ao escolher este caminho podemos ir para vida eterna ou para destruição eterna: Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único? Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? (Joã 5:44-47). Deus sempre mostrou o caminho que o povo de Israel deveria trilhar, e deixou claro que a escolha de outro caminha os condenaria a destruição. Mas sempre coube a Eles a escolha, e agora cabe a nós a escolha de caminhar no amor e com o amor para vida eterna, ou na desobediência do desamor para morte eterna.
Quando estudamos o contexto histórico vemos que, era próprio dos escribas e fariseus desejar e se alegrar com os elogios das pessoas. Eles Vestiam-se de tal maneira que qualquer um pudesse reconhecê-los. Oravam de maneira que todos os vissem. Sempre escolhiam os primeiros assentos nas sinagogas. Encantavam-se com as saudações respeitosas que as pessoas lhes fazia na rua. E este modo de agir os tornavam surdos para as coisas de Deus. E assim se sucede ainda hoje em nosso meio, porque enquanto o ser humano usar como modelo para julgar a si mesmo outro ser humano, ele se sentirá muito satisfeito. Enquanto o ser humano mantiver como meta receber o respeito e o louvor de outrem, se fara fácil alcançar seu objetivo. Mas para o verdadeiro Cristão a real questão não é: " Se eu sou tão bom como meu próximo?" Mas sim " Será que sou tão bom como Deus?" A questão não está em questionar-se se: “Meus conhecimentos e minha piedade são maiores do que as das pessoas que me rodeiam?” Mas sim “Em que nível está o meu praticar do amor perante os olhos de Deus?” Ou seja, quanto eu tenho da obra do amor para apresentar para Deus no dia do juízo? Pois será esta obra que Ele nos cobrará e nos medirá no dia do juízo.
Enquanto nos guiarmos pelo eitos, preceitos e preconceitos humanos será fácil atingirmos uma satisfação, mesmo que falsa. Porque satisfazer o ego não se mostra difícil, e na maioria das vezes é prazeroso, mas ego satisfeito é fé morta. Porque quando vivemos para satisfazer os nossos desejos egoicos deixamos de satisfazer a vontade do Espírito. E as vezes o Espírito grita para que não o façamos, mas a satisfação egoica nos deixa surdos para ouvir este grito. Somente quando nos comparamos com Jesus Cristo e, olhamos atentamente para obra da cruz é que podemos notar quão pequeno é o nosso sacrifício. Somente quando olhamos através da graça amorosa e perdoadora de Cristo Jesus, é que podemos enxergar como estamos longe de atingir o ideal para o qual fomos criados. E entendemos que somente com Jesus em nossos corações é que somos capazes de amar e perdoar. E está dependência nos leva fé, porque não nos restará outro remédio que confiar na misericórdia de Deus.
E Jesus termina com uma afirmação que seus interlocutores, sem dúvida, compreenderiam. Já vimos o que pensavam os judeus a respeito dos livros que criam que Moisés lhes tinha dado; criam que era a própria palavra de Deus. Jesus disse: Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito.(Joã 5:46). Parafraseando o que Jesus disse fica mais ou menos assim: “Se tivessem lido, estudado e entendido o que dizem esses livros, teriam visto que apontavam para mim”. E antes disto ele diz: Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança..(Joã 5:45). Aqui está a grande e perseguidora verdade. Não é tanto Deus que nos julga ou julgará, mas sim, o que colheremos serão os frutos de nossas próprias escolhas. O que fora o grande privilégio dos judeus se tornou sua condenação. Deus deu a eles o conhecimento e o mapa do caminho que deviam trilhar, caminho este que os levariam para longe da destruição. Deus Pai em seu sempiternal amor jamais condenaria o ser humano, sem que antes lhe desse a escolha, ou seja, que lhe propicia-se de que este fizesse uso do livre arbítrio. Jamais podemos condenar alguém que não teve uma oportunidade de conhecer o que é certo. E os judeus receberam o conhecimento; mas não o empregaram e nem fizeram uso deste como se devia, e este conhecimento se tornou sua condenação. O que deveria levá-los para vida eterna os levará para morte eterna. E aqui cabe lembrar que o mesmo pode acontecer conosco, porque quanto maior seja nosso privilégio, e ele o é, maior será a condenação. Quanto mais oportunidades tenhamos para aprender, maior será a condenação se não aprendermos. A responsabilidade sempre é a outra face do privilégio. E nós que fomos salvos e perdoados pela graça amorosa e misericordiosa de Cristo Jesus que se fez homem e morreu por nós. Temos o dever de, pôr em prática o perdão a misericórdia e amor graciosamente. Para que naquele dia não ouçamos a seguinte frase: Mas ele vos dirá: Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniquidades. (Luc 13:27). Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o arbitro de nossos corações.
(Molivars).