As vocações do Verdadeiro Cristão. (Parte 4)

Nesta parte do capítulo cinco da carta de Tiago estudaremos a vocação do suporta em paciência o próximo, e vemos isto quando Tiago diz: Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. (Tgo 5:10). Ele diz isto porque no versículo anterior ele disse para que não queixemos uns dos outros. È comum vermos em uma reunião de pessoas, que os que estão ali geralmente falam mal daquele que está ausente. E geralmente só se fala dos defeitos de outrem esquecendo-se das qualidades que ele tem. Mas é dever do Cristão enxergar as qualidades e esquecer dos defeitos de outrem. E também é muito comum vermos acontecer que quando as coisas vão mau sempre culpamos alguém. Na vida comum tendemos a culpar a outros por nossas desditas (veja Gen 3:11-13). Culpar ou condenar os outros é mais fácil que mudar o nosso interior ou aceitar nossa culpa, mas resultado disto é destrutivo e pecaminoso. Devemos lembrar que os defeitos que mais nos incomodam nos outros é aquele que mais temos vivo em nós. E antes de julgar a outros por suas faltas, recorde que Cristo, o Juiz, virá a nos avaliar a cada um de nós (Mat 7:1-5; Mat 25:31-46). E, é bom que saibamos que seremos julgados pelas obras do amor, pois cada ato de amor deixa sua marca em nossa alma e são estas marcas que Jesus verá no dia do juízo. Aqui Tiago nos alerta para que mudemos o nosso modo de agir para que no dia do juízo não cheguemos a ouvir: Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. (Mat 7:22,23). E para que isto não aconteça sejamos vigilantes em observar o agir em amor e verdade que nos leva a ser pacientes com as falhas e os defeitos dos outros.

E Tiago toma como exemplo a Jó, o exemplo de Jó como um ser paciente era ouvido com frequência, nos discursos da sinagoga. E até mesmo nós nos dias de hoje geralmente citamos a Jó como exemplo de paciência. Mas paciência é uma palavra muito passiva. Mas ao lermos o tremendo drama da vida de Jó, notamos que a paciência de Jó foi bem diferente de uma passividade onde se prostra esperando que tudo aconteça. Vemos ele apaixonadamente ressentido pelo que se amontoou sobre ele, questionando acalorado os argumentos convencionais e ortodoxos de seus supostos amigos, agonizando desafiante frente ao terrível pensamento de que Deus podia tê-lo esquecido e abandonando. Poucos homens seríamos capazes de pronunciar palavras tão apaixonadas como Jó. Mas o que se faz notável com relação a Jó é que, apesar dos seus questionamentos, apesar das agonizantes dúvidas que rasgavam a sua alma, nunca perdeu a confiança (fé) em Deus. E ele diz firmemente: “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15), e mais a frente ele diz: Já agora sabei que a minha testemunha está no céu, e, nas alturas, quem advoga a minha causa. (Jó 16:19). Aqui está a grandeza da atitude de Jó, ele realmente tinha a certeza de que Deus estava no comando de sua vida. E apesar de todo o sofrimento que rasgava o seu corpo e que conturbava a sua alma. Ele nunca deixou de confiar em Deus, pois toda a sua esperança e fé estava posta nEle.

A palavra usada para paciência referente a Jó é: υπομονη hupomone, o significado desta palavra no Novo Testamento tomo uma forma que a diferencia da paciência passiva, segundo o dicionário DITAT, ela traz consigo o seguinte significado: no NT, a característica da pessoa que não se desvia de seu propósito e de sua lealdade à fé e piedade mesmo diante das maiores; provações e sofrimentos. Ou seja, ela descreve não uma paciência passiva, mas sim um espírito valoroso que pode enfrentar as ondas da dúvida, a desdita, os ataques, as difamações, as injurias e os desastres que venha acontece em nosso diário viver. É a atitude de manter-se firme com uma fé ainda mais robusta e chegar à outra margem. Pode até existir alguém com uma fé que nunca em sua vida foi questionada o se queixou; mas maior ainda é a fé que, torturada por interrogantes, mesmo assim ainda crê. Essa foi a fé de Jó que o manteve e meio a circunstâncias espantosas, fazendo com que ele alcança-se outra margem e Deus o abençoou: Assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. (Jó 42:12). Então cabe a cada um de nós manter-se firme na fé, mesmo que sejamos acusado difamado, ou até mesmo que sejamos usados como muletas por alguém. Pois é abençoando que somos abençoados e amando que somos amados. E ainda mais é dever de todos os Cristãos suportar uns aos outros pois estes habitarão o reino de Deus. (Continua).

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 10/02/2015
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