Os Setes tons De Jesus Em Mateus Onze. (Parte 5).
Desta feita daremos mais um passo no estudo do capítulo onze de Mateus, e nesta estudaremos a entonação da comoção de Jesus ante a indiferença. Esta entonação inicia quando Jesus diz: Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza. (Mat 11:21). A frase, “ai te ti” vem de uma só palavra do grego: ουαι ouai; que é uma exclamação primaria, com o seguinte significado: exclamação de pesar, tristeza, preocupação como: ai de mim! meu Deus! E isto nos leva a entender que Jesus não está condenando tais cidades ou povo que nela reside. Mas sim está olhando para elas ou para eles com um olhar de piedade, como a mãe ou pai que vê o filho caminhando no erro, e quando estes o admoesta ele dá com os ombros e continua em direção ao abismo. Restando somente ao pais o coração partido ao ver o ente querido caminhando em direção da própria destruição.
Só para entendermos um pouco a geografia do lugar segundo alguns historiadores relatam que possivelmente Corazin estivesse em um lugar situado a uma hora de viagem para o norte de Cafarnaum. Betsaida era uma aldeia de pescadores sobre a margem oeste do Jordão, onde o rio entrava no extremo norte do lago. Nestas cidades aconteceram grandes milagres de Jesus, mas o povo aqui reagiu de uma maneira diferente de outros lugares, aqui não reagiram com surpresa ou com admiração que os levariam a seguir Jesus. Nem tão pouco com ódio ou com repúdio invejoso que o levariam a perseguir a Jesus. Aqui eles agiram com o pior dos sentimentos a indiferença.
Quando entendemos que o pecado da indiferença é o pior de todos os defeitos que um ser humano pode ter? Entendemos quando vemos Jesus dizer: E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras. Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. (Mat 11:22, 23). O pecado da indiferença está quando a pessoa que esquece as responsabilidades que implica o privilégio. As cidades da Galileia receberam um privilégio, uma oportunidade que jamais tinham tido Tiro e Sidom, ou Sodoma e Gomorra, porque as cidades da Galileia tinham visto e ouvido a Cristo em pessoa. Não podemos condenar uma pessoa que tenha feito alguma coisa errada por ignorância e porque jamais teve a oportunidade de aprender outra coisa. Mas se alguém que teve todas as oportunidades possíveis para distinguir o bem do mal, faz alguma coisa má, esta pessoa é condenável. Não podemos tratar uma falta que uma criança comete, com o mesmo rigor que trataríamos a falta de um adulto. Um índio selvagem não pode ser condenado por roubo, porque para ele tudo na tribo é um bem em comum, mas já uma pessoa civilizada este sim pode ser condenada. E aqui se faz bem lembrar que na lei de Deus a penalidade é maior para aquele que sabe mais, e que teve mais privilégios. Devemos recordar que quanto maiores sejam nossos privilégios, maior será nossa condenação se não cumprirmos as responsabilidades e se não aceitarmos as obrigações que implicam esses privilégios. Só para frisar melhor quão grave é a indiferença, lembremos da parábola do rico e de Lázaro em (Luc 19:16-31). Ali vemos que o rico foi para o inferno não por ter maltratado ou repudiado a Lázaro, mas sim por tratá-lo com indiferença.
Vemos que nestas cidades não atacaram a Jesus Cristo; não o expulsaram de suas portas, e nem buscaram crucificá-lo; limitaram-se apenas a não levar a sério suas palavras ou milagres. E aqui entendemos que a indiferença pode matar tanto quanto a perseguição. Por exemplo; um autor escreve um livro, o distribui para que se façam comentários, alguns podem elogiá-lo, outros podem condená-lo, isso não importa com tanto que lhe preste atenção; a única coisa que pode aniquilar uma obra é que ela jamais seja levada em conta, seja para elogiá-la ou para censurá-la. E ainda hoje vemos isto acontecer muitos de nós relegam a Cristo. O colocam na prateleira, do daqui a pouco eu vejo ou se der tempo em vejo, primeiro vou ver a novela ou o noticiário o ainda a um show de realidades. Mas é bom que tenhamos e mente que neste meio tempo, do se der tempo podemos morrer, e ai vem o tempo do inferno. Então devemos estar sempre vigilantes para que jamais coloquemos a um desejo, uma ambição ou algo material a frente da palavra de Deus e do praticar do misericordioso amor.
Na afirmação a seguir Jesus deixa um alerta para eles e este também serve para nós: Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo. (Mat 11:24). Pois aqui nos deparamos com uma verdade aterradora: não fazer nada também é um pecado. Há pecados que são cometidos por ações, outros por comissão; mas aqui entendemos que também existe o pecado da omissão. O pecado de Corazim, de Betsaida e de Cafarnaum era o pecado de não fazer nada. É comum ouvirmos mais de uma pessoa se defender dizendo: “Mas eu nunca fiz nada.” Aqui entendemos, que para Deus este tipo de defesa pode ser sua condenação.
E tudo que estudamos até aqui nos leva ao seguinte entendimento: Que pecado da indiferença é o pior de todos os pecados, porque a indiferença mata. A indiferença não queima a fé, congela-a até que morra. Não a decapita, sufoca-a lentamente até que o último alento de vida se apague. A indiferença leva a omissão e a omissão ao desamor. Sendo assim, a antítese do amor é a indiferença e sendo Jesus Cristo o amor encarnado todo aquele que prática a indiferença, é um anticristo. Guardemo-nos do praticar da indiferença, e busquemos o praticar do amor que nos aproxima de Cristo Jesus. Para que no dia do juízo não ressurjamos para morte eterna, mas sim para vida eterna e vida eterna com Deus.
(Continua).
(Molivars).