Os Setes tons De Jesus Em Mateus Onze. (Parte 3).

Dando continuidade ao estudo do capítulo onze do evangelho segundo Mateus, chegamos a entonação da mudança aqui Jesus Diz: Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele. (Mat 11:12). Seria muito incoerente tomarmos este dito ao pé da letra, pois o reino de Deus jamais pode ou pode ser conquistado. Mas quando unimos este versículo com o de Lucas vemos algo que aponta para uma direção diferente: A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. (Luc 16:16). E aqui abrem-se duas linhas de pensamentos.

A primeira; Mateus diz que do tempo de João até agora o Reino de Deus sofre violência, e que os violentos o tomam pela força. A própria forma deste dito tem toda a aparência de uma data muito antiga: avança, para trás, a um considerável curso de tempo. Soa muito mais como um comentário de Mateus que como um dito de Jesus. É como se Mateus dissesse: “Desde a época de João, que foi posto na prisão e justiçado, até nossos dias, o Reino dos Céus foi objeto de violências e perseguições à mãos de homens violentos.” (Trecho extraído do livro de Barclay).

E a segunda é a de Lucas que diz; que todos se esforçam por entrar no Reino; e quer dizer com isto, que o Reino de Deus não é para os satisfeitos, e sim para os desesperados, e que ninguém cai no Reino por acaso, o Reino abre suas portas somente aos que estão preparados para fazer um esforço comparável ao que se exerce quando se toma de assalto uma cidade. (Trecho extraído do comentário de Moody)

Mas com todo respeito aos teólogos e comentaristas eu vejo que este dito aponta para uma outra direção. Até a vinda de Jesus o povo de Deus sempre esteve acostumado a cumprir a lei que as vezes se tornavam cruéis e difícil de seguir. E na maioria das vezes tornava o seguidor um legalista e de coração duro, que primava pela lei aos invés de primar pela misericórdia ao ser humano. E também vemos que no decorrer da história o povo de Deus sempre conquistou outros povos através da força, pois Deus sempre os proveu de forças e capacidade para vencer os exércitos e derrotar impérios. E era isso que os Judeus da época esperavam do messias. Eles esperavam que o messias fosse um comandante dotado de poder para derrubar o império Romano e restituir a soberania do povo de Israel. Mas aqui Jesus afirma que iniciava-se uma nova era onde o reino de Deus não usaria da força nem do poder para estabelecer o seu reino mas sim o reino se estabeleceria através da misericórdia e do amor perdoador.

E isto fica claro quando Jesus diz: Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir. (Mat 11:13,14). Com este dito Jesus afirma que João batista foi o último profeta da antiga dispensação. Mas os fariseus e os escribas cegos pela lei não conseguiam ver que João era o arauto de Deus que anunciava a vinda do messias. João é o arauto e o precursor que Israel tinha estado esperando durante tanto tempo. E eles se negam a receber a mensagem de João porque ao recebê-la eles teriam que entender que Jesus era o messias tão esperado. E aqui reside toda tragédia humana, pois a verdade batia a porta do povo de Deus e eles se negaram a enxergá-la, a verdade estava sendo dita em auto e bom tom mas eles se recusavam a ouvir. E assim acontece conosco, as vezes a verdade grita a nossa porta mas fingimos não ouvir, porque se a ouvirmos e a aceitarmos isto poderá nos custar uma comodidade, uma posição ou a perda de bem material. Há um antigo provérbio que diz: que podemos levar o cavalo até a água; mas não podemos obrigá-lo a beber. Deus pode enviar seu mensageiro, mas os seres humanos podem negar-se a reconhecê-lo. Deus pode revelar sua verdade, mas os seres humanos podem rechaçá-la e negar-se a vê-la. A única pessoa que pode frustrar o planos de Deus para sua vida é você, e os planos de Deus para a humanidade pode se tornar ineficaz diante da incapacidade de enxergar a mudança que Ele quer para o mundo, ou seja, revelação de Deus é impotente sem a resposta humana.

E aqui entendemos que fazemos parte de uma nova aliança onde o amor gracioso permeia tudo e a todos. Onde Deus nos provê de amor, de misericórdia para que sejamos um novo povo que deve primar pelo servir em amor e verdade, um povo onde o perdão é uma constante na vida de cada um, ou seja, um povo que faz e fará a vontade de Deus aqui na terra para que em um tempo certo a possa fazê-la nos céus. Um povo que tem ouvidos abertos para ouvir e atender a vontade de Deus, e, é por isso que Jesus termina recomendando: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Mat 11:15).

(Continua)

(Molivars)

Molivars
Enviado por Molivars em 27/01/2015
Código do texto: T5116403
Classificação de conteúdo: seguro