Os Setes tons De Jesus Em Mateus Onze. (Parte 2)
Seguindo o nosso estudo desta feita estudaremos a entonação do apreço. Quando Jesus diz algumas coisas a respeito de João e principalmente quando Ele diz: Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele. (Mat 11:11). Jesus rendeu honra para poucas pessoas e nenhuma foi tão grande como a de João Batista.
Ele começa perguntando às pessoas que tinham ido ver o deserto, e faz porque uma considerável multidão, foi ao deserto para ver João. E Jesus pergunta o que foram ver usando uma analogia: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?(Mat 11:7). Só para entendermos um pouco o contexto desta frase, Sobre as margens do Jordão cresciam grandes canaviais; a expressão “uma cana açoitada pelo vento” significava, naquela época, uma coisa comum algo trivial sem muita importância. E também tinha o significado de uma ser débil que se curva e cai ao menor soprar do vento. Mas João com certeza não tinha este perfil, ele não era nem tão comum como as canas nem um fantoche invertebrado que como as canas se dobra ante a menor brisa. Ele se manteve firme ao entregar a sua mensagem mesmo que isto custasse a sua liberdade como vemos no estudo anterior.
E nem tão pouco foram ver uma pessoa com roupas luxuosas ou elegantes. Tal pessoa, naquela época, teria sido um cortesão, e João, era tudo, mas certamente não era um cortesão. João não conhecia a arte cortesã de adular aos reis; seguia o perigoso caminho de dizer a verdade, até aos reis. Era embaixador de Deus, não cortesão de Herodes. O triste de hoje é que muitos de nós somos cortesões de Herodes, quando deveríamos ser embaixadores de Cristo. O nosso Herodes não um reinado externo, mas sim um rei egocêntrico que reina em nosso interior. E com seu exército domina todo o nosso sentir, a saber os componentes deste exército são: ira, ódio, rancor, desejo de vingança disfarçado de justiça e o tão malfadado desamor. Somos seres agraciados e salvos pelo amor perdoador, mas a nossa ingratidão nos faz ser seres que não perdoa e sempre acha difícil amar.
E Jesus continua a falar: Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta. (Mat 11:9). O profeta é o homem a quem Deus revela seus segredos. No livro de Amós vemos o profeta dizer: Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas. (Amós 3:7). O profeta tem duas características ele é a pessoa que recebeu uma mensagem de Deus, e tem a coragem suficiente para comunicá-la. O profeta é a pessoa que tem em sua mente a sabedoria de Deus, em seus lábios as palavras de Deus, e em seu coração a coragem que somente Deus pode dar. E tudo isto, certamente, e João possuía, e possuía muito mais. João era mais que um profeta, quando Jesus diz: Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti. (Mat 11:10). Aqui Jesus faz referência ao texto de Maquias que diz: Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; (Mal 4:5). De modo que Jesus declarou que João era nada menos que o arauto divino, o precursor divino cujo dever e privilégio era anunciar e saudar a vinda do Messias. João não era senão o arauto de Deus, e ninguém pode ter uma tarefa maior. Mas muitos dos profetas de hoje esquecem da honra e da responsabilidade de ser um arauto de Deus, em anunciam uma a mensagem que agrada os corações e as ambições humanas. Em muitos lugares o púlpito já não é mais Cristocêntrico e sim o é antropocêntrico.
E por fim chegamos a entonação do apreço quando Jesus diz: Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele. (Mat 11:11). Aqui está o tributo a João que Jesus presta, aqui se afirma e expressão do apreço que Jesus tinha e tem por João Batista. Em toda a história não tinha havido um personagem tão grandioso, entre os “nascidos de mulher”. Mas em seguida Jesus diz algo que parece meio fora de contexto; “O menor no Reino dos Céus é maior do que ele.” Mas quando estudamos aprofundadamente vemos o que Jesus realmente quis dizer. Com a vinda de Jesus algo totalmente novo chegou até nós. Vemos que os profetas foram grandes pessoas, suas mensagens foram preciosas; mas somente Jesus trouxe o Evangelho da boa nova e com o Evangelho algo ainda mais extraordinário. É inegável que o nascimento de Jesus dividiu a épocas. Mas algo ainda mais maravilhoso se revelou aos seres humanos. E aqui cabe uma pergunta, o que tem o menor dos Cristãos que João o grande arauto não tinha? A resposta é muito simples e muito fundamental. João não tinha visto, nem veria, a obra amorosa na cruz. E portanto havia uma coisa que João nunca conheceria; e esta seria a revelação plena do amor de Deus. João e os profetas conheceram e anunciaram santidade de Deus; conheceram e declararam a justiça de Deus; vivenciaram e anunciaram o poder de Deus, mas jamais puderam ver aqui na terra a expressão máxima do amor de Deus. Jesus foi o amor de Deus Pai encarnado aqui na terra em toda a plenitude de sua manifestação que culminou na obra da cruz. A Cruz nos mostra todos os ângulos do amor de Deus, a obra na cruz mostra a nós seres humanos a longitude, a largura, a profundidade e a altura do amor de Deus. Por este motivo não pode haver Cristão sem cruz, é a cruz que torna o menor dos Cristãos, maior que João Batista. Porque a obra do amor representada na cruz deve ser a mola mestra da maquinaria da vida de um Cristão. Pois aquele que foi resgatado pelo amor e se alimenta continuamente deste amor tem o dever de ser amoroso.
(Continua).
(Molivars).