A Assembleia de Deus
“Porque, quem esteve no conselho do Senhor; viu e ouviu Sua Palavra? Quem esteve atento à Sua Palavra e ouviu?” Jr 23; 18
O contexto é de uma dura diatribe de Jeremias contra falsos profetas. A pergunta parece sugerir que os verdadeiros participam de um “conselho” celeste, onde diretrizes Divinas, uma vez homologadas passam a ser sua missão. Confesso que não era bem essa a ideia de poder absoluto que eu tinha. Um soberano legisla, executa e julga desde Seu Trono, sem “pedir bexiga”.
Entretanto, no livro de Jó temos uma audiência de anjos apresentando relatórios ao Eterno; Satanás imiscuído entre eles. No mesmo livro, quando Deus questiona ao patriarca sobre os fundamentos da Terra menciona, por ocasião da Criação, um júbilo coletivo; trabalho de equipe. “Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam e todos os filhos de Deus jubilavam?” Jó 38; 6 e 7
Outro dia, o Papa Francisco fazendo vergonhosa concessão à Teoria da Evolução disse que Deus não criou o Universo com uma varinha mágica. Certo. Porém, não serve de argumento evolucionista, absolutamente. Afinal, são coisas excludentes, uma vez que, Darwin pressupõe a negação de Deus.
Basta que leiamos com atenção o quê significa, “Criar pela Palavra”. O Gênesis narra que o Eterno dizia: “Haja animais viventes...” isso equivale a dar uma ordem aos serviçais. Se Ele mesmo criasse não necessitaria supervisionar o trabalho, como fazia; “Viu que era bom”. Do ser humano sim está dito que O Santo fez com Suas mãos, invés de ordenar a criação.
Acaso não é assim na construção civil? Muitos serventes, carpinteiros, pedreiros, hidráulicos, eletricistas, pintores, etc. Para se edificar um prédio. No fim, se diz que a obra é do engenheiro tal; uma vez que foi o autor e supervisor do projeto. De igual modo foi criado tudo o que há pela Palavra de Deus; O Qual delegou aos anjos o serem criativos dentro do projeto original. Isso explica a belíssima diversidade de espécies.
Mas, voltando ao ponto de partida, um profeta verídico conhece mesmo o “conselho do Senhor”? Há uma assembleia celeste a tomar diretrizes sobre os destinos da Terra? Não é Deus que resolve tudo sozinho? Não.
Longe de significar que Ele precise de ajuda. Mas, parece ser de Sua escolha dividir decisões com os quais confia. Micaías conta-nos de um conselho assim, quando do juízo de Acabe. “... Ouve, pois, a Palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado sobre o Seu Trono, todo o Exército do Céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda. Disse o Senhor: Quem induzirá Acabe, para que suba e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira, outro de outra. Então saiu um espírito, se apresentou diante do Senhor e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe disse: Com quê? Disse ele: Eu sairei e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E Ele disse: Tu o induzirás e prevalecerás; sai e faze assim.” I Rs 22; 19 a 22 Vemos que a decisão de matar Acabe partiu do Senhor; mas, a forma de como fazer foi decidida pela assembleia de anjos.
O Eterno não tem problema nenhum com a participação em Seu Governo; apenas, com o “Pedigree” de quem participa. Diferente dos governichos humanos onde qualquer súcia de vagabundos sai quebrando tudo e exigindo participação, lá apenas uma elite moral e espiritual tem assento.
Houve um caso em que as diretrizes celestes permitiram a interação da Terra. Deus mostrava em visão a Zacarias a restauração pós exílio na figura do sacerdote Josué; o jovem deu pitaco em plena visão e foi aceito. “...Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti tua iniquidade; te vestirei de vestes finas. ‘E disse eu’: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça,...” Zac 3; 4 e 5
Se, às câmaras humanas ascendem fazendo promessas, à Divina, só fazendo faxina.
“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente pratica justiça, fala a verdade no seu coração. Não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra seu próximo; a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra aos que temem o Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda. Aquele que não dá seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra o inocente. Quem faz isto nunca será abalado.” Sal 15