Reino dos Céus

Quando falamos de Deus, o primeiro pensamento é os céus. Ficamos a imaginar ser bonzinhos para ganhar o céus, desta forma agimos como aquelas crianças que procuram fazer tudo o que o pai pede, pensando no prêmio ou no presente.

Outros momentos ficamos acuados e não fazemos nada de errado porque temos medo de ser castigado e então sermos queimados no fogo eterno.

Desta forma mesmo que inconscientes vivemos como negociantes, fazendo barganha com Deus, vou ser assim para ganhar; não serei deste jeito para não perder, mas na verdade estamos com nossos planos direcionados ao futuro pós morte deixando de viver aqui a plenitude desta vida.

Mas a interrogação é; será que é desta forma que devemos proceder? Penso não é bem assim.

É fundamental ter em mente que estamos vivendo neste mundo e que nossa salvação é um presente de Deus, não pelos nossos méritos, mas sim pela Graça e misericórdia. Não podemos fazer algo por medo ou por barganha, mas sim por amor.

Somos construtores deste mundo, a cada dia com nossas ações, nossas atitudes, gestos estamos ampliando o Reino de Deus aqui, e desta forma é que devemos viver.

Quando Deus criou o mundo segundo a Bíblia, nos fez Sua imagem e semelhança, a partir daí Ele nos deu a condição de serem criadores. Nos deu a capacidade de realização, a inteligência necessária para melhorar aquilo que pode ser melhorado e vemos isto ocorre constantemente quando olhamos para tanta coisas que o homem já inventou, criou. Esta qualidade é que nos diferencia de todas as espécies de animais existentes.

Sabemos nós que a capacidade de realização é que nos motiva a felicidade. O homem é movido pelo prazer, pelas emoções, pela criação, pelos objetivos propostos. Se faltar estes impulsos falta lhe o ar e assim o torna-se totalmente destrutivo.

Deus deu ao homem o poder da vida e o da morte. O homem pode construir como também pode destruir. Cabe a ele aproveitar-se da sabedoria e ampliar a vida gerando-a, quando deixa de si mesmo e de seu egoísmo procurando exercer este poder que está na“ semelhança ” de Deus.

Tudo aquilo que pode ser nocivo ao homem como a vaidade, o orgulho, o poder, o prazer, o ter , a ambição podem torna-se em qualidades e estímulos para esta construção do Reino de Deus aqui, desde que não sejam olhados e encarados de forma egoistica, mas sim de crescimento e busca para o bem comum.

O homem não foi criado para ser gerenciado, pelo contrario para ser livre e viver sua liberdade. O que ocorre é que a liberdade muitas vezes leva o homem a morte e desta maneira Deus intervém, não para limita-lo, mas sim orienta-lo, deixando-o livre para a viver.

Finalizando, diria; a eternidade é um presente, não que busco, mas que recebo. Não por merecimento, mas pela Graça e Misericórdia. Certamente, se viver aqui o Reino dos céus poderei desfrutar da vida eterna.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 16/09/2005
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