Centelha de luz
Centelha de luz
“Aos seus olhos pueris somos ventos que sopram a imensidão desse vasto campo, ceifando, cortando os males dessa terra. Sempre em conjunto, em união com o divino, embora seja uma missão sem volta dignificante, sem louros a serem demonstrados. É escuro e sem plateia, em um sem fim de lugares, estamos sempre a trabalhar. Carregando junto a nós a certeza de estar no caminho do bem Maior.
A passagem desse mundo está estreita e regida por condições pífias, algozes da alma, que se deterioram sem deixar rastro legível por onde passam errantes os que se perdem do caminho certo. Em algum lugar, escondido aos olhos cegos daqueles que detém a angústia nos cerne de seu peito, a porta que conduz ao deleite do descanso, faz-se a esperar que por ela alguém atravesse sem medo do juiz enfrentar.
Quero que saibam que aquém a ela passar, passa também pela vida que os prende em pequenos mundos. Sorrateiros estão alguns no limiar das zonas de fronteira da alma à espera de uma oportunidade de desenfrear um novo ritmo em suas vidas, mas ainda não é chegada a hora, pois, seus pensamentos se tornam seus comandantes e os colocam justamente a correr no lado oposto.
O desejo ainda é pouco e singelo, é fugaz. Considero a imperfeição uma forma digna de evolução, é sendo imperfeito que se pode ascender à majestade do ser. Somos parte de uma estirpe composta de seres que possuem suas tarefas muito bem esclarecidas, uns carregam sempre que uma centelha de luz se acende, outros encaminham para o lado negativo os que se afinam, se assemelham a nós.
Fracos e entorpecidos pelos sentimentos que habitam suas mentes, ferindo-lhes a alma. Incentivando os sentimentos que por natureza lhes pertencem, declaram-se ótimos exemplos daquilo que realmente são, pois são e agem da mesma forma como pensam. Apenas uns poucos furtuitos se deslocam a zonas mais altas, a maioria permanece privando-se de seus poderes elevados, culpando outrem por suas indignas vidas.
Ajuda-los? E por acaso quem ajuda quem não quer ser ajudado? Aqui tudo o que sentimos está potencializado ao extremo. Basta um pensamento e pronto! Tens o inferno ou o paraíso! Alguns acreditam que seja uma espécie de treinamento mental, onde a alma pode se expandir e se fundir com aquilo que mais fere seus sentidos ou os acalenta, a fim de estudar as fraquezas e poderem evoluir mais adiante em outras missões que por merecimento tiverem, mas essa armadilha pode ser responsável por inúmeros dias a sofrer em seus paraísos errôneos e cáusticos.
A chave que libera das algemas dessa prisão os pulsos cortados desses atormentados, é o esclarecimento de sua não culpa. Sentimento esse que precede uma segunda chance, livre do passado aliada ao trabalho para ajudar aqueles que ainda estão gatinhando, é o segredo do elo iluminado a que tanto procuram e buscam incansavelmente pelas esferas de aprendizagem.
- Que sirva de lição aos que leem e podem enxergar. Claro está, basta querer ver!”