Sendo Senhor Se Fez Servo Por Amor.

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. (Flp 2:5-8). Estes versículos são os mais importantes e os mais emocionantes das cartas paulinas que falam a respeito de Jesus Cristo. Aqui Paulo expõe seu pensamento favorito a respeito de Jesus como ele já o tinha feito aos Coríntios: pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos. (2Co 8:9). É nestes versículos que se apresentam quão glorioso foi e é Cristo Jesus. Paulo os usa para pedir aos Felipenses que vivam em unidade e harmonia; que deponham suas desavenças e discórdias; que deixem de lado toda as ambições, orgulhos, desejos de distinções e prestígios; e que abriguem em seus corações o desejo humilde e sem egoísmo de servir que era a própria essência da vida de Jesus Cristo. Seu apelo final e irrefutável à unidade consiste em assinalar o exemplo de Jesus Cristo. Mas para que possamos entender melhor devemo nos aprofundar em alguns termos do rico idioma grego.

Paulo diz que Jesus estava na forma de Deus quando estudamos esta passagem no idioma grego vemos que a palavra forma usado em nosso idioma tem no grego duas palavras diferente e com significados diferente:

A primeira é: μορφη morphe, que significa a forma essencial de algo ou alguém, aquilo que é intrínseco. Ou seja, aquilo que não muda em sua essência.

A segunda palavra e: σχημα schema, que significa; forma ou aparência, que engloba tudo o que numa pessoa afeta os sentidos, a forma, o comportamento, o discurso, ações, forma de vida, tudo que é mutável.

Sendo assim schema nos diz sobre o aspecto externo e tudo que é mutável e morphe nos diz a respeito do interior essencial de cada ser; Barclay em seu livro usa uma comparação interessante: “As rosas, os narcisos, as tulipas, os crisântemos, os cravos, as dálias e os girassóis têm todas uma mesma morfe porque são igualmente flores; mas a forma externa, o schema, é diferente.”

E para que precisamos saber disto? A resposta se faz importante. Precisamos saber disto para que possamos firmar o nosso amor naquilo que realmente importa. É para que possamos conhecer um pouco mais sobre Jesus Cristo nosso senhor e salvador. Muitos de nós seguem a Jesus pelos milagres e pelas maravilhas que fez e faz na vida de cada um. E eu não estou aqui para dizer se estão errados ou certos, mas somente para mostrar que há algo superior a milagres e maravilhas. Quando vemos que Jesus Cristo deixou a sua forma (Morphe) de Deus, e se esvaziou de si mesmo para assumir a forma (morphe) de servo. Jesus não assumiu a forma (schema) de servo, mas sim a forma (morphe) de servo, ou seja, Jesus foi ser humano em seu sentido mais profundo. Ele sendo, Deus atemporal que não sentia a dor, que não podia ser tentado, que estava fora das limitações humanas. Deixou tudo e se tornou um ser humano em (morphe e schema), e seguiu sendo obediente ao Pai até a morte e morte de cruz.

E nisto que Paulo e eu seguindo o exemplo dele firmo o meu amor por Jesus Cristo. Ele se despiu de sua deidade para vir salvar a nós do lodo do pecado. Fazendo uma fraca comparação; é como se um de nós pulasse em uma fossa cheia de detritos pútridos, sem usar nem uma proteção para salvar alguém. Então o meu amor a Jesus Cristo e o meu desejo de servi-lo esta fincado muito mais além dos milagres e das maravilhas que Ele pode fazer em minha vida. Está fincado no exemplo vívido e vivido de amor e verdade que Ele nos deu em seu lindo ministério terreno da obediência. E que cada um de nós analise, e por si mesmo e decida onde firmar seu amor em Cristo Jesus.

(Molivars).