Não há Cristão Melhor ou Maior e Sim Cristão Responsável Pelo Próximo.

Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem. (Rom 14:13-16). Aqui vemos o apóstolo Paulo alertar sobre os costumes e atitudes que podem de alguma maneira afetar alguém que está próximo a nós. Já naquela época tinha-se o entendimento de que há coisas que por si só são neutras, ou seja, não é em si mesma boa ou má. Depende do uso da mesma e de quem a usa. Esta é uma profunda verdade. Um debate, para um grupo de pessoas, pode ser uma experiência interessante, estimulante da mente; para outros, o mesmo debate pode se tornar um embate. Uma atividade, uma diversão, um prazer ou um passatempo, pode parecer para alguns algo genuinamente inofensivo e para outros uma coisa proibida. É bem certo que ele estava falando dos usos e costumes do povo judeu versos do modo de vida dos gentios.

Mas quando trazemos isso para os dias de hoje vemos que rede da web e seus meios de comunicação para uns podem ser uma ótima ferramenta de ensino, e um amplo meio para ministrar a palavra. Mas também pode ser uma meio de destruição da família e as vezes algo hipnotizante que leva o ser humano a um vício e todo vício é algo destruidor. Por exemplo quando um casal se deixar levar pelos segredos e pôr a frente da união uma falsa individualidade. Usando senhas e segredas dentro das várias formas de mídia. Estes deixam de ser um casal e torna-se duas pessoas; o que devemos entender é que duas pessoas unidas formam um casal, mas duas pessoas individualistas jamais serão um casal. Este é só um exemplo, o que devemos entender é que tudo depende do interior de cada um. Alguém firme na fé será capaz de fazer bom uso de tudo que o rodeia.

Mas há outro porém nas palavras de Paulo ele deixa claro que todo aquele que é mais forte na fé e de alguma maneira é capaz de entender algo. Não é em sim melhor, mas sim mais responsável pelo próximo. Devendo abdicar de algo que para ele pode ser inofensivo, mas para o próximo poderá ser fatal. Há muitos prazeres e passatempos que alguém pode estar genuína e sinceramente convencido por princípio de que são inteiramente legítimos, mas a pessoa movida por escrúpulos e de estreita visão os verá como pecados, e, se fosse persuadida a tomar parte neles, não poderia livrar-se do sentimento de participar do proibido, e isso a levaria a destruição. O conselho de Paulo é muito claro. É um dever cristão pensar em tudo, não como nos afeta, mas sim, como afeta a outros.

A orientação de Paulo não é para que deixemos que nossa conduta seja dominada e ditada pelas opiniões, ou até os preconceitos de outros; há questões que são essencialmente questões de princípios, e nelas a pessoa deve escolher seu próprio caminho. Mas há muitas coisas que são neutras ou indiferentes; há muitas coisas que não são em si mesmos nem boas nem más; há muitíssimas coisas que são realmente prazeres e passatempos, hábitos e costumes, que a pessoa não precisa fazer, a menos que queira. Não são partes essenciais da vida e da conduta; pertencem ao que poderíamos chamar extras da vida, e, é a convicção de Paulo, que em tais coisas, não temos o direito de ofender a um irmão mais escrupuloso. A vida deve ser guiada pelo princípio do amor; se fizermos isto, o nosso modo viver será pensar, não tanto em nossos supostos direitos de fazer o que quisermos, como em nossas responsabilidades para com os outros. Não temos direito a afligir a consciência de outro nas coisas que realmente não importam. A liberdade cristã nunca deve ser usada como uma desculpa para atropelar os sentimentos genuínos de outros. Nenhum prazer é tão importante que justifique o ofender e angustiar e até causar a ruína de outros. Porque em suma toda ética Cristã se resume em: Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. (Mar 12:30,31).

(Molivars).