Papa Francisco e a relativização
“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30; 5 e 6
Provérbios é definido mais como literatura sapiencial que profética. A exortação sobre o valor Absoluto da Palavra de Deus poderia ser mera concepção humana, de Agur, que escreveu. E, como o conhecimento humano evolui ao curso do tempo, bem poderia estar superado esse conceito.
Entretanto, o Senhor ressuscitado foi além de um conceito de sabedoria. No Apocalipse deixou a preservação da integridade como mandamento sob séria ameaça: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, da cidade santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22; 18 e 19
Desse modo, qualquer que incidir na relativização, seja por acréscimo, omissão, ou mesmo, interpretação adulterada, insurge-se não apenas contra a Sabedoria; mas, contra o mandamento do Senhor.
Dado que, Deus respeita ao arbítrio humano, ninguém é, nem será forçado a crer. Todavia, se afirmar fazê-lo, que o faça na íntegra; pois, se é livre para crer, não o é para alterar.
Porções convenientes, até satanás usa; como fez quando tentou ao Salvador. “Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” Luc 4; 10 a 12
Assim, aquele citou uma fração que parecia autorizar a temeridade; O Senhor socorreu-se de outra que vetava. Desse modo, ou temos A Palavra por inteiro, ou, não temos nada.
Alguns se apressam em dissipar uma bruma que ela não contém. Tentam “flexibilizar” coisas espirituais, como se tomássemos tudo ao pé da letra, ou, por outra, como se a Bíblia fosse um tratado mitológico que a ciência desmistifica.
Embora não seja um compêndio científico, seus postulados devidamente entendidos em nada contrariam à verdade. Chega a vaticinar o progresso da ciência nos últimos dias. “...muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Dn 12; 4
Todavia, adverte contra os simulacros que em nome da ciência profanam a Deus negando Sua Palavra. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6; 20 e 21
Então, quando vejo o Papa Francisco querendo ser legal com a “ciência” tentando acomodar Deus e Darwin no mesmo assento preciso parafrasear a Lei da Física; Se, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, dois espíritos excludentes não cohabitam na cabana do saber.
Em momento algum ciência e fé rivalizam. Atuam em campos diversos, ainda que, ambas podem testificar de Deus. Acima, temos Paulo denunciando a opção pela falsa ciência como desvio da fé.
Afinal, se Deus apresenta-se à fé via revelação; faz o mesmo para a ciência via criação; leiamos: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto seu eterno poder, quanto sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1; 20
Longe, pois, de ser uma oposição à existência de Deus, a verdadeira ciência é também revelação que deixa seus alvos sem desculpa para não crerem. A propósito, ocorre-me uma definição ácida se Spurgeon: “ Aquele que, contemplando os céus estrelados, o sol em seu esplendor e todas maravilhas da criação- disse- ainda se declara ateu, juntamente declara-se imbecil e mentiroso.”
Que me perdoem eventuais leitores se acham que ofendi o Francisco, mas, Paulo ensina: “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” Arranjos políticos são coisas desse mundo; O Salvador afiançou que, Seu Reino não é daqui.
Verdadeiros servos de Deus se atêm à higidez da mensagem para devida sanidade do rebanho, não em aumentar o número, simplesmente.
E nem se apressem a me apontar erros dos “protestantes” como se defendê-los a todo custo fosse meu alvo. Quem lê o que escrevo sabe que não defendo o indefensável, antes, sou mais severo com tais, que com os que professam outra fé.
Meu negócio é A Palavra, interpretada de modo limpo, honesto, não, eventual aplauso humano. Afinal, se Deus não conta, para quê igreja? Se, conta, como alteraríamos o que Ele disse, se nem nós, falhos, aceitamos que se ponha palavras em nossa boca???