Pacificadores e Não Belicosos.
Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; (Rom 12:17,18). Aqui o apóstolo Paulo nos ensina uma regra regia da vida Cristã. Ele nos ensina que devemos suportar a perseguição com uma oração pelos que o perseguem. Usando uma frase de Platão: “O homem bondoso preferirá antes suportar o mal e não cometê-lo”. E nós que nos alimentamos na bondade de deus temos o dever de sermos bondosos. Porque o ódio mesmo que seja cheio de razão para existir, é sempre o mal. E nós Cristãos mesmo que feridos, insultados, maltratados, devemos olhar exemplo do nosso Mestre, que sobre a cruz orou pedindo perdão para aqueles que o estavam maltratando e o matando. E nunca, mas na extensão real do nunca que começa aqui e vai até a eternidade, não devemos esquecer que ser Cristão é ser cópia de Cristo. Pois Não houve e não há força maior, que possa aproximar os seres humanos, que não seja o exemplo do real amor perdoador de Cristo Jesus. Lembremos da passagem onde Estêvão morreu pedindo perdão para aqueles que o estavam apedrejando (Atos 7:60). E neste lindo exemplo humano de amor perdoador vemos o início de uma conversão que muito ajudou no início da igreja primitiva. Porque entre os que o mataram havia um jovem chamado Saulo, que logo veio a ser Paulo, o apóstolo dos gentios, escravo de Cristo. A morte de Estêvão foi um dos acontecimentos que aproximou Paulo de Cristo. Como disse Agostinho: “A Igreja deve o início da conversão de Paulo na oração de Estêvão”.
Mas hoje em dia vemos muitos de nós se deliciando com o sofrimento do inimigo, quando deveríamos orar para que ele recebesse sabedoria. Pois a sabedoria que advém do alto abre o coração do ser humano e quando isso acontece ele se torna capaz de enxergar o amor de Cristo. E ao enxergar o amor de Cristo ele se alimentará do mesmo se tornando assim um ser amoroso. Mas quando embatemos com nossos inimigos mostramos que somos iguais o mundo. E se somos iguais ao mundo somo anticristos, fazendo guerra onde a guerra abunda. Também não podemos esquecer o exemplo que a história nos traz, que muitas vezes um perseguidor se converteu em um seguidor da fé que tentava de destruir, porque viu como um cristão pode perdoar.
Estes versículos resumem toda ética da vida cristã. Pois se amarmos a alguém da mesma maneira que Cristo nos amou e ama, estaremos dispostos a perdoar. Quando entendemos quão gracioso é o amor de Deus, desejaremos que todos também desfrutem deste amor. E devemos lembrar, que a graça é um favor imerecido. Quando damos de beber a um inimigo, estamos tão somente reconhecendo o que Jesus fez por nós, e quando perdoamos e amamos à pessoa apesar de seus erros e enganos, estamos simplesmente seguindo o exemplo o seu amoroso exemplo. Pois não eramos tão diferentes destes quando Jesus tocou os nossos corações.
Não é fácil ser pacificadores em um mundo onde a belicosidade aguça o nosso ego que por natureza e belicoso. Mas devemos nos pormos em oração de momento a momento de instante em instante, pedindo sem cessar que o Espirito Santo seja conosco. Porque se realmente estivermos cheios do Espirito Santo seremos pacificadores. No sermão do monte onde Jesus nos ensina o código de ética da vida cristã Ele diz: Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. (Mat 5:9). Então lembremos que para sermos filhos de Deus precisamos pormos em prática o amor perdoador com firmeza e decisão, e nos isentarmos de desculpas, para que nasça em nós o fruto do Espírito. Que o amor de Deus Pai seja sempre o arbitro de nossos corações.
(Molivars).