O Triunfo da Verdadeira Obediência.
Aqui vemos Jesus dizer a seguinte frase: Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. (Joã 12:27). A Jesus neste momento está tenso, porque Ele sabia o quanto sofreria nos dias que se aproximavam e no ato da crucificação e, como era humano, sua alma estava aflita. Ele estava aflito não somente pelo sofrimento físico que havia de passar, sua aflição ia mais além, pois sabia que deveria carregar os pecados do mundo e sabia que isso o separaria de seu Pai, e mesmo que fosse somente por um momento esta separação lhe afligia a alma. E então podemos destacar dois itens deste versículo.
1 – Primeiro Jesus nos ensina que sentir medo não é demérito algum, mas a maneira como reagimos diante do medo e que mostra a nossa coragem. Podemos notar quando estudamos o Evangelho segundo João que ele não nos relata a história da agonia no Getsêmani. Mas aqui ele nos mostra a luta de Jesus contra seu desejo humano de evitar a cruz. Ninguém quer morrer, muito menos aos trinta e três anos e ainda mais sobre uma cruz. Não haveria mérito algum na obediência a Deus da parte de Jesus se lhe tivesse sido fácil de se cumprir. Se Jesus tivesse passado pela obra da cruz como um Deus, sem temer a dor e o sofrimento e até mesmo sem sentir a dor que o pecado pode causar, toda obra da cruz não teria sentido. E mais ainda a ressurreição não seria verdadeira seria somente uma encenação. Mas o que vemos é a humanidade de Jesus sendo retratada, e vemos Jesus nos ensinar algo de grande valia. Ele nos ensina que verdadeira coragem não está em não ter medo, mas sim na maneira de como trabalhamos este medo. Não há nenhum mérito em fazer algo que seja fácil e não nos custe alguma coisa. Jesus nos ensina que como seres humanos não há demérito algum sentir medo ou ficar aflito diante de uma situação, o demérito vem quando deixamos que uma adversidade nos tire do caminho ou nos faça ressentir, esquecer que a lei máxima é o amor a Deus e ao próximo. A verdadeira coragem se mostra quando, mesmo que diante de um profundo temor e da maior aflição, esquecemos de nós mesmo e fazemos o que deve ser feito. Nisto se firmava a coragem de Jesus. Como disse, Johann A. Bengel: "Aqui se encontraram o horror à morte e o ardor da obediência". Aqui vemos Jesus travar uma batalha entre a fraqueza humana e a força advinda do Espirito, para obedecer a vontade de Deus, e vontade que apontava para cruz e Jesus teve que armar-se de coragem para obedecer. Jesus venceu o mundo para que nós soubéssemos que também podemos vencê-lo. A nossa luta não é do tamanho da cruz mas, mesmo assim haverá momentos em que sentiremos medo e aflição e, é ai que a nossa fé em Cristo Jesus deve se fazer forte. Mesmo que todos virem as costas e nos deixe sozinho, ainda assim não estaremos só, porque o Espirito Santo sempre estará conosco. Nos fazendo lembrar do amor de Deus para conosco. E nos impulsionando a servir mais e melhor em amor e verdade.
2 – A segunda coisa é, onde é que está firmada a nossa luta. Jesus não fincou pé nos momentos de tensão ou de aflição como se tudo fosse acabara por ali. Ele tinha os seus olhos voltados para o triunfo que se seguiria após a obra da cruz. Jesus estava seguro de que se seguiria adiante, Ele sabia que ao obedecer a vontade do Pai destroçaria o poder do mal de uma vez para sempre. Se fosse obediente e até a morte se chegasse até a cruz, ele estava seguro de que daria um golpe fatal ao Amo deste mundo, ou seja, destronaria a Satanás, e a seus demônios. Devia ocorrer uma última luta, um último esforço que destruiria para sempre o poder do mal. E sua visão ia ainda mais além, sabia que se chegasse até a cruz, a visão de seu corpo elevado e crucificado terminaria reunindo a todos os seres humanos a seu ao redor. Jesus também desejava a conquista, mas não uma conquista pelo simples prazer do poder, mas uma conquista que tinha e tem como objetivo a melhora de todos os seres humanos. Melhora que só advém quando somos participantes e praticantes do amor de Deus. Este versículo começou assinalando a tensão interna de Jesus, e termina nos mostrando o triunfo da verdadeira obediência. E aqui fica uma lição que devemos aprender, é certo que nunca teremos que enfrentar a uma tarefa tão difícil e espantosa, como a obra da cruz, mas também é certo que temos um chamado a obedecer. Peça o que peça o Pai, devemos fazer sua vontade e glorificar seu nome. Para que sejamos participantes do corpo de Cristo e não culpados pelo sangue derramado na cruz. Que a paz e o amor de Cristo Jesus seja sempre conosco.
(Molivars).