Santa bandeira branca

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5; 1

Ouse sair um recenseador qualquer e perguntar às pessoas se estão em paz com Deus. Certamente uns 98% ou mais dirão que sim; exceto algum louco, ou, desviado honesto que assumirá o contrário. Os que nunca O conhecerem jactam-se de “seu” Pai: “Deus é Pai, não é padrasto.” Dizem. Assim, a ideia de estarmos em guerra ou, de carecermos paz com Ele, passa longe de tais cogitações.

Distante ou perto, porém, é cristalina doutrina Bíblica. Claro que não devemos entender esse estar em guerra como se estivéssemos sob Seu ataque. Se quisesse nos destruir bastaria um sopro. Na verdade, quem está em guerra direta contra o Santo é o inimigo. A humanidade é só uma massa útil que coopera com os desígnios do traidor mor.

Mais adiante Paulo ensina: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer sois servos daquele a quem obedeceis…” Rom 6; 16 Quanto ao Eterno, mesmo nos amando e sofrendo com nossa indiferença está do outro lado de um muro que construímos ao abraçar a rebelião.

Desde dias antigos Deus queixa-se disto. “… porque me viraram as costas, não o rosto;…” Jr 2; 27 Assim, claro está que a separação parte de nós, nossas escolhas. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59; 1 e 2

Quando o Salvador “pulou o muro” para o humano lado, ao assumir nossas culpas sentiu, por um momento, o peso dessa guerra inglória. “E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mat 27; 46

Assim, tanto é vero que o Pai abandonou, circunstancialmente, Seu Filho, quando assumia a culpa pelo Pecado, quando é, que justifica a qualquer pecador que reconheça, obedeça e siga ao Salvador.

A justificação, contudo, não é convite para festa na embaixada. Isso será no Reino. Cá estamos no front. Paulo admoesta ainda aos justificados. “Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência; a paciência, experiência; a experiência , esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Rom 5; 2 a 5

Deixa claro que a glória dos salvos é ainda em esperança, sem tolher o concurso das tribulações nos que são justificados. Se tais permissões começavam a engendrar dúvidas nos seus ouvintes, ele reforçou com um argumento insofismável; “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” Vs 8 e 9 A ideia é: Se quando estávamos em guerra fomos buscados e justificados, agora que Lhe pertencemos seríamos abandonados? De jeito nenhum.

A única posse necessária aos justificados ainda na Terra é precisamente a paz com Deus. Ele pode curar; mas, permite doenças. Pode enriquecer; mas, testa na pobreza. Pode dar fama; e deixa no anonimato. Pode salvar da morte física; contudo, permite que muitos Seus tombem jovens… a coisa indispensável como testemunha da eficácia do Sangue de Cristo é a paz restabelecida mediante justificação.

Claro que reatar a amizade com Deus pressupõe compromisso; a manutenção da mesma, via obediência, prática da justiça. “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 47; 20 e 21

Assim, mais prudente que alardearmos uma paz que desconhecemos seria considerar as condições para encontrá-la. Certos “efeitos colaterais” são necessários, coisa que foi cantada pelos anjos quando da vinda do Pacificador; “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2; 14

A boa vontade para conosco estava sendo demonstrada; a paz na Terra será na derrota final do inimigo; Glória a Deus nas alturas depende de nós e pode ser alcançada desde já. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5; 16