As Quatro Características de Ana a Profetisa.

E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade, e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. (Luc 2:36-38). Aqui nesta passagem vemos outra valorosa figura feminina do povo de Deus. Ana a profetisa, que também pertencia aos piedosos da terra como Simeão ela fazia parte do remanescente piedoso do judaísmo. Os piedosos era uma parte do judaísmo que observava mais a parte espiritual do servir a Deus em detrimento ao legalismo. Não sabemos nada a respeito de Ana a profetisa com exceção do que nos relatam estes versículos, mas até neste breve relato Lucas nos desenhou muito bem seu caráter, fazendo saltar aos nossos olhos quatro características de sua personalidade.

1 – Era uma pessoa de caráter resignado, era uma viúva; Tinha conhecido a dor mas não se amargurou. O interessante é que na vida a dor pode nos proporcionar duas visões sobre Deus e a fé: pode nos tornar duros, amargurados, ressentidos, e rebeldes contra Deus e consequentemente contra o próximo. Ou, pode nos tornar mais bondosos, mais suaves, mais solidários e mais íntimos de Deus e do próximo. Pode nos despojar de nossa fé, ou pode fazer que esta lance raízes mais profundas e inamovíveis. Tudo depende de como encaramos a dor e do que entendemos de Deus. Se encaramos a dor com o olhar da revolta e pensarmos que Deus é um tirano, só veremos motivos para nos ressentirmos e perderemos a fé. Se encararmos a dor como algo que aperfeiçoa e pensarmos em Deus como Pai, poderemos estar seguros de que: A mão de um pai nunca causará uma lágrima desnecessária a seu filho.

2 – Era uma pessoa que tinha bases na profunda esperança. Era anciã mas nunca tinha perdido a esperança. A idade pode levar embora o vigor e as forças de nosso corpo; mas o tempo pode levar mais que isso, os anos podem levar a vida de nosso coração até que as esperanças uma vez acariciadas morram e nos convertemos em seres languidamente satisfeitos e morbidamente caminharemos em direção da morte. E aqui uma vez mais tudo depende do que pensamos a respeito de Deus. Se pensarmos nEle como algo distante, remoto e isolado, então a desesperança tomará conta do nosso interior; mas se pensarmos nele como vida que flui e buscarmos incessantemente ter intimidade com Ele. A vida fluirá em nós e nos tornaremos seres esperançosos em vida. E em que nos firmamos para dizer isso? Firmamo-nos naquilo Jesus Cristo disse: Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:6). Pois quando deixamos que Ele ponha a sua mão sobre o leme da nossa vida, somos guiados pelo caminho da real esperança de que o melhor Deus para nossa vida está por vir, e nem as vicissitudes ou o passar dos anos, jamais matarão nossa esperança.

3 – Era uma incansável adoradora de Deus Pai em espírito e corpo. Tinha como primazia de sua vida a adoração na casa de Deus e com o povo de Deus. Jesus firmou a igreja

para que ela seja a mãe que promove e fortalece a nossa comunhão e para o fortalecimento de nossa fé. Estamos perdendo um tesouro incalculável quando nos negamos a ser um com o povo que adora a Deus.

4 – Era uma pessoa com inteireza de coração, que vinha através da contínua oração, ela nunca deixou de orar e jejuar. A adoração pública tem o seu real valor; mas se faz grande também oração que fazemos em particular. Como dito antigo: “Oram melhores juntos aqueles que oraram primeiro sozinho.” Quando somos capazes de ter uma vida diária de oração, o nosso interior e transformado e fortalecido, e isso se refletirá na oração em grupo. Como podemos ver os anos e as tribulações da vida tinham deixado a Ana sem amargura e com uma esperança inamovível porque ela se nutria num orar constante. E este orar constante a tornava cada vez mais íntima de Deus, pois dia a dia estava em contato com Aquele que é a fonte do vigor, e é este vigor que advém de Deus que transforma as nossas fraquezas em força e nos aperfeiçoa no amor.

Estas são algumas das qualidades de Ana a profetisa, e que todos nós Cristãos enquanto imitadores de Cristo devemos fazer brilhar em nossos caráteres. Que o amor de Deus faça viva em nossos corações a esperança de que o melhor de Deus para nós ainda está por vir.

(Molivars).