Parakletos Mais Que Um Consolador.

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. (João14:16,17). Quando estudamos esta passagem vemos Jesus nos prometer um consolador, a palavra usado no grego aqui é: παρακλητος parakletos; que o seu significado é amplo quando estudamos o seu uso na história da época. Segundo os historiadores parakletos era a pessoa que era chamada sempre para ajudar a outrem. Quando examinamos em detalhe a palavra parakletos percebemos parte da riqueza do trabalhar magistral do Espírito Santo na vida do Cristão. Esta palavra no grego vai além do termo consolador, porque segundo o “Dicionário Internacional de Teologia”, ela significa alguém a quem se chama. Não somente para consolar, mas para ajudar em diversas situações ou circunstâncias. Segundos os historiadores os gregos empregavam esta palavra de diversas maneiras. Um parakletos podia ser uma pessoa a quem se chamava para dar testemunho a favor de alguém em um tribunal; podia tratar-se de um advogado a quem se chamava para defender uma causa quando o acusado estava na iminência de receber uma pena muito grave; podia ser um perito a quem se chamava para aconselhar sobre alguma situação de difícil solução. Podia ser uma pessoa a quem se chamava para alentar um batalhão de soldados quando estes se sentiam deprimidos e desacoroçoados com o intuito de reavivar o ânimo e estimular a coragem destes. O que percebemos então é que em todos os casos, um parakletos é alguém a quem se chama para prestar ajuda quando a pessoa que o convoca tem problemas, está perdido na tristeza, na dúvida ou em meio a confusão física ou mental.

Aqui se mostra a necessidade de entendermos um pouco mais da atuação do Espirito Santo em nossas vidas. Em nosso idioma, a palavra consolador esta relacionada quase que exclusivamente com a tristeza e a dor. O consolador é alguém que nos traz consolação, ou seja, alguém que nos compreende quando estamos tristes ou desalentados. Sem dúvida alguma, o Espírito Santo cumpre também este papel e o cumpre com maestria, mas limitá-lo a isso em nossa psique implica em limitar a ação do Espirito Santo em nossas vidas. No viver diário temos que enfrentar as duras situações e a maiorias das vezes não sabemos o que fazer; principalmente quando ficamos frustrados com algum acontecimento ou pessoa, e a ira sobe pelo nosso corpo querendo aflorar, é neste exato momento que devemos pedir a ajuda do Espirito Santo. E Ele virá a nós, tirará o que é inadequado e nos capacitará a enfrentar este momento, fazendo com que guardemos a santidade do sentir. Quando por um momento nos sentirmos fracos, derrotados ou perdidos devidos a opressão dos acontecimento e infortúnios. É, o Espírito Santo que nos dará força e substituirá a momentânea derrota por uma vida continua de vitória. Sendo assim entendemos que o Espirito Santo sempre nos ajudará em quaisquer aspectos de nossas vidas. E por mais que nos sintamos sós e a solidão se faça penosa e incapacitante, enfraquecendo-nos ao ponto, que nos impossibilite de orar como devíamos, até mesmo neste momento o Espirito Santo nos ajudará, e nos ensinará a orar e não só nos ensinará como o fará por nós.: Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. (Rom 8:26).

O que aprendemos com isso? Aprendemos que servimos a um Deus que nos provê de tudo, seja no mundo físico como no mundo espiritual. Mesmo que a fascinação pelas coisas do mundo obstrua os nossos sentidos incapacitando-nos de perceber a Ele. Ele estará sempre conosco, pois Ele fez, faz, a fará tudo por amor a humanidade. Cabendo a todos nós servimos mais, pois não há melhor forma de agradecer ao Pai do que servir ao próximo em amor e verdade. Que o concurso consolador do Espirito Santo seja sempre conosco.