Amando e Orando Pelos Inimigos.

Esta passagem é a que de maneira mais clara nos ensina a real ética Cristã: Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; (Mat 5:43,44) Jesus nos ordena a amar os nossos inimigos ao fazer isso Ele tinha em mente a seguinte passagem do Antigo Testamentos: Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.(Lev 19:18). E também o Salmo cento e quarenta nos versículos do nove ao onze. E com isso em mente Ele nos ordena ir além do amar involuntário. Mas, o mais interessante é que Ele não nos ordena a amar os nossos inimigos da mesma maneira que amamos os nossos entes queridos. Pois isso não somente seria impossível como também incorreto. Trata-se de um tipo diferente de amor. O amor aqui ordenado por Jesus é o amor ágape o amor vontade.

Já estudamos em um estudo anterior sobre as quatro palavras que se traduzem por amor do idioma grego para o nosso, e que cada palavra exemplifica um tipo de amor. Aqui nesta passagem é usada a palavra; agapao que tem sua raiz na palavra, ágape que significa o amor vontade, o amor benevolente. O amor ágape é a benevolência invencível, ou seja, a infinita boa vontade. Ao praticarmos o amor ágape, não nos importará o que a outra pessoa possa fazer ou nos causar, não importará a maneira que ela nos trate, se nos insulta, calunia ou ofende: nunca permitiremos que em nosso coração entre outro sentimento que não seja a melhor e mais elevada boa vontade, sempre olharemos para ela com o olhar da benevolência indescritível que busca, em toda situação, o melhor bem para o outro.

E porque Jesus nos leva a observar esta diferença? Quando ele diz: Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também mesmo?(Mt 5:46,47). No caso dos que estão muito perto de nós por razões de parentesco ou de outro tipo e constituem o grupo de nossos seres amados, que dificilmente deixaríamos de amá-los. Nos leva a vivenciar um tipo de amor que pertence a uma classe de sentimento que nos sobrevém sem que o busquemos ou precisemos cultivá-lo. Corresponde ao grupo dos nossos afetos íntimos e profundos. Mas no caso de nossos inimigos, o amor não é algo somente do coração; neste tipo de amor tem que haver a participação ativa da sublime vontade. Não é algo que nasce na involuntariedade, é algo que devemos nos propor a fazer. De fato, constitui uma vitória e uma conquista frente aos sentimentos que experimentamos instintivamente, como seres humanos naturais, ou seja, é o princípio do caminhar no sobrenatural.

O amor ágape não é um sentimento do coração, que sobrevém espontaneamente, sem que o peçamos nem procuremos; ele se radica na determinação do querer em corpo e mente, e só advém com o orar constante. Amor que somente Jesus Cristo pode propiciar a nós, e somente Ele nos capacita através do agir do Espirito santo nos levando a vencer nossa tendência natural para a ira e o ressentimento, e como resultado alcançaremos a inquebrantável boa vontade para todos os seres. Este é o dom da maravilhosa benevolência impulsionadora da boa vontade até para com aqueles que nos ferem, caluniam e insultam.

Agindo desta maneira faremos brilhar em nós a real semelhança que temos com o nosso criador. (Gn 1:26). É isso Jesus nos ensina quando Ele Diz: para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. (Mat 5:45). Aqui se mostra o por que devemos possuir a indescritível benevolência e invencível boa vontade, é porque Deus Pai as tem; e nós devemos buscar incessantemente possuí-las, porque ao possuí-las seremos nada menos que filhos de Deus, ou seja, seres humanos com um caráter similar ao de Deus.

E quando buscamos atingir um caráter semelhante ao de nosso criador Deus Pai, caminhamos para cumprir e exercer o real objetivo par o qual fomos criados. Porque a nossa perfeição não está em atingir uma perfeição abstrata, filosófica ou metafísica. Mas sim em cumprir o propósito para o qual Deus nos criou. E para que fomos criados? A Bíblia não deixa espaço para dúvidas com respeito à resposta adequada a esta pergunta quando lemos: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gênesis 1:26). O homem foi criado para ser como Deus. E, uma das características de Deus é a de ser universalmente benevolente, e munido da boa vontade invencível, Ele busca constante do bem-estar de todos os seres e de todos os humanos. Porque Ele é o amor e seu amor se faz presente na vida daqueles que o amam, e também na vida daqueles que nem se quer, se lembram que Ele existe de maneira igual e uniforme. Ou seja, não importa o que os seres humanos lhe possam fazer, Deus sempre lhe proporcionará o mais elevado bem-estar porque aquEle que é o amor só faz amar. E quando um ser humano reproduz em sua vida a incansável, perdoadora e sacrificial benevolência de Deus se faz semelhante a Deus, e portanto é perfeito, no sentido de que Jesus em seu Evangelho nos dá a esta palavra. Para dizê-lo de maneira ainda mais singela, o ser humano só é completo em sua humanidade quando se importa mais com os outros do que consigo mesmo.

Sendo assim entendemos que todo ensino da Bíblia é para que alcancemos a plenitude de nossa humanidade, atingindo assim a plena semelhança com Deus Pai. E o único sentir que nos aproxima, e nos capacita, a nos torna mais semelhantes a Deus é o amor que jamais deixa de interessar-se pelos outros, façam eles o que fizeram. E é somente com o praticar deste amor que atingiremos a plenitude de nossa humanidade, e ingressaremos na perfeição cristã. E então se fará real a petição da oração modelo; perdoaremos como Deus perdoa e perdoando com Ele perdoa, amaremos como Ele nos ama. E amando como Cristo Jesus nos ama nos tornamos filhos perfeitos no amor de Deus. E como filhos perfeitos no amor, habitaremos o reino de Deus na eternidade.

Molivars
Enviado por Molivars em 17/07/2014
Reeditado em 17/07/2014
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