VIRGEM DAS DORES
Maria procurou Jesus e ao encontrá-lo o olhar da Mãe cruzou o olhar do filho. Diante de tamanha dor, ao vê-lo ali humilhado, caído, sangrando, seu primeiro impulso foi segurá-lo em seus braços e libertá-lo de todo aquele martírio.
Maria, no silêncio de seu coração, contemplava diante de si, a importância de ser mãe Daquele que deu a vida pela humanidade. Ela daria a vida por Jesus, e naquele momento, apenas clamava a Deus que tivesse misericórdia de seu amado filho, contudo prevalecia a vontade do Pai. Com Jesus, Maria foi humilhada, por Jesus todo seu ser de Mãe se doava. A cada golpe que o corpo de Jesus recebia, também recebia o de Maria. Dores físicas, morais e principalmente na alma, que fazem doer o coração.
Dilacerda pelas lágrimas, naquele instante toda sua vida passou como um filme em seu pensamento, e ela se lembrou do menino pequenino que dela dependia, do adolescente sábio que falava com autoridade e do adulto decidido que pregava com sabedoria e amor. Talvez pensou por alguns instantes que havia falhado, mas em seu íntimo, sabia que tudo se cumpria para honra e glória do Pai.
Hoje ao contemplarmos Maria, podemos experimentar todo amor que só um coração de Mãe pode sentir.
Maria também se doou pela humanidade, e se doando se tornou corredentora na ação de resgatar e resguardar seus filhos, que a ela foram dados aos pés da cruz.
Diante do que nos propõe a Campanha da Fraternidade deste ano, Maria, vem ao encontro destes nossos irmãos que sofrem com o tráfico humano, se solidariza com tantas mães, que sequer sabem onde seus filhos estão. Maria vem consolar os aflitos e ajudar a libertar os que perderam sua dignidade, os que são vítimas de toda e qualquer exploração, os que são massacrados pelo egoísmo. Como Mãe, ela vem interceder por todos esses nossos irmãos que sofrem e fazê-los enxergar que o sofrimento é um mistério de amor que conduz a Deus, e que este não pode ser escalado sozinho. No silêncio de Maria, a própria divindade do Pai se faz presença, tornando-a caminho de luz para guiar todos os que se encontram prisioneiros nas trevas do tráfico humano.
Assim Maria é a “senhora das dores”, que Deus quis associar ao seu Filho, como sua mãe e partícipe de todo o projeto de salvação de toda a humanidade.