Num belo texto de meditação bíblica, o saudoso cardeal Carlo Maria Martini, SJ (ex-arcebispo de Milão), dizia que Mateus e Marcos falaram do Cristo, mas não da Igreja. E só Lucas, ao escrever os Atos dos Apóstolos, nos conduz do Cristo à Igreja. E para ele (Martini) essa experiência da Igreja é a experiência do Cristo total, ou seja, do Cristo ressuscitado em forma de comunidade. Li isso e concordo, no sentido da Igreja comunhão. A Igreja que eu tento entender e vivenciar. Comunhão: ser amigo e companheiro... Foi assim que vi a presença simples, humilde e generosa do Papa emérito Bento XVI presente no Consistório. Mas não consigo mais do que isso. Mesmo com o Papa Francisco, sinto a maior parte da minha Igreja ainda afundada no triunfalismo clerical, em uma cultura auto centrada e em valores que não são exatamente o Evangelho de Jesus. É a impressão que me deixou esse último Consistório.
Não posso e não quero romper com a Igreja instituição até porque eu mesmo vejo em mim o pecado e a tentação permanente do poder e da vaidade, mas me sinto muito impotente. Minha única consolação é mergulhar cada vez mais na inserção junto aos mais empobrecidos - é junto aos pequeninos de Deus que encontro o rosto e o carinho de Jesus. É a experiência interior e não a reflexão; é o deixar-se conduzir pela energia do amor e não tanto discorrer sobre ela.
Graças a Deus.
Não posso e não quero romper com a Igreja instituição até porque eu mesmo vejo em mim o pecado e a tentação permanente do poder e da vaidade, mas me sinto muito impotente. Minha única consolação é mergulhar cada vez mais na inserção junto aos mais empobrecidos - é junto aos pequeninos de Deus que encontro o rosto e o carinho de Jesus. É a experiência interior e não a reflexão; é o deixar-se conduzir pela energia do amor e não tanto discorrer sobre ela.
Graças a Deus.