A POMBA

A Pomba

Certa ocasião, indo para a capela na Ala de Vila Nogueira, Diadema, São Paulo, Brasil, pensava, como de costume, em muitas coisas referentes a minha vida e aos membros em geral, afinal de contas, eu havia sido apoiado para o cargo de 1° Conselheiro dos Rapazes, e queria mostrar serviço.

Minha família, num todo, estava bem, meu filho havia melhorado depois de uma broncopneumonia contraída de maneira até hoje mal entendida. Simplesmente levamo-lo para um exame de rotina com sua pediatra e a doutora constatou a doença. Graças ao bom Deus meu filho se curou depois de muita oração e uma boa dose de medicamentos.

Ok, até posso imaginar o que você, que não faz parte da igreja acabou de imaginar: “Tudo bem, mas quem o curou foram os medicamentos”.

Irmãos, bem sabemos que todas as ciências do mundo são como grãos de areia aos olhos de Deus (1 Corintios 8:11). E de maneira alguma a ciência dos homens é maior do que nosso Pai Celestial. Porventura, meus queridos e amados irmãos, a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga a todos, a Ele que tudo sabe? (Jó 21:22)

Claro que não.

Deus é muito maior do que a ciência. Afinal de contas Ele é o Alfa e o Ômega de todas as coisas. (Apocalipse 1:8, 1:11, 21:6, 22:9 e 22:13).

Deus esta em tudo, mas, infelizmente, nós é que somos os tolos e insensatos. Tanto em poder quanto em saber.

Pois bem, andava eu na calçada da rua que dava acesso a minha casa quando me deparei com uma cena inusitada. Cerca de 20 metros antes da avenida principal eu percebi uma pomba que bicava farelo um punhado de farelo de milho que alguém havia jogado próximo à um aparelho telefônico.

Até aí, tudo bem.

Porém, do outro lado da rua, esgueirando-se sorrateiramente, um gato ia de pata em pata avançado na direção da pomba.

Algumas vezes a ave parava de bicar, ameaçava ir embora, mas voltava e continuava a bicar.

Fazia isso insistentemente, talvez pela fome, talvez pelo falso sentido de segurança, uma vez que o gato ainda se encontrava quase no meio da rua.

Achei a cena hilariante e mal percebi quando o gato, com três grandes saltos, pegou a pomba quando ela tentava alçar vôo. Imediatamente dois outros gatos se aproximaram e dilaceraram a pomba.

Fiquei observando aquela cena com um sentimento de pena e isso foi me acompanhando durante toda Sacramental, enquanto pela primeira vez eu abençoava o Sacramento, depois se seguiu na aula de Princípios do Evangelho enquanto discutíamos sobre um capítulo referente ao Julgamento Final. Em casa, enquanto recebíamos o Bispo e outros irmãos de nossa Ala para um agradável almoço, ainda sentia aquela cena. E ela me acompanhou até esse momento.

Irmãos, muitas vezes nós somos como aquela pomba que perdeu a vida por achar que tudo estava bem.

Ela se sentiu segura e inatingível como nós mesmos nos sentimos em diversas ocasiões onde, por pura soberba, esquecemo-nos de nosso Pai Celestial.

Muitas vezes brincamos com o pecado sem nos darmos conta de que podemos ser aprisionados por ele.

Lembro-me de uma história contada por meu Presidente dos Rapazes que relatava mais ou menos isso:

Uma empresa estava em busca de motoristas para transportar cargas por uma estrada que seguia pela encosta de uma cadeia de montanhas.

O primeiro a ser entrevistado disse:

- Não tenho medo de nada. Sou capaz de dirigir bem próximo do despenhadeiro.

O segundo foi mais longe.

- Isso pra mim é moleza. Posso dirigir me equilibrando nas duas rodas.

Por fim, veio o terceiro motorista a ser entrevistado.

- Ah, Isso não é pra mim não. Tenho medo de altura. Se for para dirigir nessas condições vou bem no canto. Bem longe do despenhadeiro.

O entrevistador acabou contratando o terceiro por um único motivo. Ele temia sofrer um acidente, logo, faria tudo por sua segurança (Salvação de sua alma) e pela segurança daquilo que transportaria (a mensagem de Deus).

Há casos de irmãos que quebram o Dia do Senhor por diversos motivos: jogo de futebol na televisão, visita à algum parente, uma soneca depois de um agradável almoço, uma palavra mais áspera depois de um mal entendido, uma fofoquinha.

Outros irmãos se perdem em pensamentos sexuais, raivosos, levianos. Mas por fim meus irmãos, todos, sem exceção, se perdem.

Nós devemos vigiar nossos pensamentos e atitudes.

Devemos coibir em nós mesmos o mal que é inato ao ser humano, pois é isso que nosso Pai Celestial espera que façamos.

Devemos nos lembrar daquilo que temos recebido por revelação de nossos profetas e do quão grande é a sapiência de nosso Pai Amado. Pois se não vigiarmos e guardamos suas palavras, sobre nós ele virá como um ladrão sem sabermos o momento em que tal situação ocorrerá. (Apocalipse 3:3)

E quem, afinal de contas, será capaz de encarar o Pai Celestial de frente e dizer: “Nada tenho a esconder. Procurei agir e agi de maneira a respeitar tuas palavras”.

Irmãos, o que Deus nos pede é algo tão infinitamente pequeno que não fazê-lo é no mínimo tolice.

Não aceitar de bom grato os conselhos e sussurros do Espírito Santo é ignorar a própria ajuda que Deus dá a cada um de seus filhos.

Pois Ele, meus irmãos, não difere nenhum de seus filhos ou faz acepção dizendo: “Este é mais amada ou aquele é menos amado”. (Atos 10:34, Rm 2:11, Ef 6:9, Cl 3:25, Tiago 2:1, Tiago 2:9, 1 Pe 1:17)

E assim também o é Cristo.

Não tenhamos o espírito daqueles que se julgam maiores em conhecimento, eles nada sabem. Tenhamos sim, valores cristãos e pensamentos dignos de crescimento para que ao alçarmos vôo não sejamos abatidos e levados ao chão devido a nossa soberba e falta de princípios cristãos.

Que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco.