HOMENS DE VISÃO
Texto Base: Números 13 e 14
INTRODUÇÃO: Há um filme de ação e aventura muito interessante que assisti há um tempo atrás, o nome desse filme é: “Os Doze Condenados”. O filme conta à história de doze homens que são julgados por seus crimes e sua condenação é a prisão perpétua. Eles compunham um grupo completamente diferente. Cada homem tinha uma especialidade relativa à guerra; seus conhecimentos em artes marciais, estratégias bélicas, explosivos, etc, os tornava um pequeno exército incrivelmente eficiente.
Agentes do governo, preocupados em solucionar um sério problema pendente e sem saber mais a quem recorrer, reúne estes doze condenados na prisão e expõem-lhes a tarefa, sendo que cada um teria um papel diferente e importante a cumprir e, é claro, praticamente impossível.
No desenrolar do filme, é emocionante e gratificante assistir como cada um cumpre sua missão, excedendo em muito a expectativa do espectador.
Este filme pode ser relacionado com momentos que vivenciamos na vida em tempos de mudança. Algumas difíceis de assimilar, de compreender, ou até mesmo aceitar. Por esses motivos às mudanças causam medo e preocupação.
Mas para as mudanças serem bem sucedidas é completamente imprescindível você ter visão: habilidade de discernir o que ocorre em sua cultura e saber o que deve ser feito para causar um impacto inquestionável em sua vida, casa, seu bairro, cidade, enfim, em seu contexto.
Talvez o melhor exemplo de visão que encontramos nas Escrituras Sagradas seja o de dois homens corajosos que faziam parte de uma expedição de espionagem. Eles eram Josué e Calebe. Parte desta história está em Números 13 e 14. Antes quero relembrar outros acontecimentos que nos darão uma compreensão mais objetiva do contexto.
Os filhos de Israel estavam libertos da escravidão egípcia sob a liderança de Moisés e a Poderosa mão de Deus. Partiram do Egito lavando todos seus pertences. Confiantes atravessaram o Mar Vermelho a seco. Foi sob o comando determinado do homem de Deus, Moisés, que Israel chegou às margens do rio Jordão para atravessa-lo e alcançar a terra prometida.
Desde que Israel saíra do cativeiro no Egito, até ali, o Senhor não deixara um só dia de demonstrar Seu amor por aquelas pessoas, que tantas vezes corresponderam com desconfiança, dúvidas, murmurações e ingratidão. Não lhes faltou alimento, água e muitos outros milagres.
Do lugar onde estavam acampados era possível avistar, o outro lado do rio, os muros altos das cidades a serem conquistadas, sua Terra Prometida, com fumaça saindo das casas e o costumeiro burburinho dos locais habitados. Tudo o que Israel conseguia enxergar do outro lado do rio, o Senhor prometera que lhes pertencia. Também prometera que seria deles a vitória na luta contra os habitantes que ali viviam. Israel estava prestes a enfrentar exércitos dezenas de vezes mais numerosos que eles, gigantes de quase três metros de altura. Mas Deus afirmara que a vitória seria do povo escolhido e guiado por Deus.
Antes de atravessar o Jordão e conquistar a terra, o Senhor deu ordens para que Moisés escolhesse doze homens, um de cada tribo, capacitados, corajosos, honestos para que espionassem todo o lugar. Sendo assim, Israel poderia planejar melhor sua estratégia de guerra. Em Nm 13. 3-16 lemos quais homens foram chamados para essa tarefa. É importante relembrar que a nenhum deles foi solicitada qualquer opinião sobre a capacidade de Israel vencer ou não seus oponentes. Isso não era necessário, pois Deus já lhes dera a vitória. Do versículo 17 ao 20 lemos as ordens dadas a eles. (Nm 13.17-20).
Os espiões partiram e voltaram após terem se passado quarenta dias. De volta ao acampamento israelita eles mostraram os maravilhosos e deliciosos frutos que haviam trazido e o quanto a terra era produtiva, terra que mana “leite e mel”. Até então, tudo era muito bom. Mas de repente, dez espiões deram a Moisés e ao povo uma visão negativa e medrosa sobre o povo da terra prometida: (Nm 13.28-31). Imagine que desânimo essa visão pessimista e limitada por temores humanos provocou nos israelitas. As Escrituras afirmam a respeito: “Onde não há visão o povo perece”. Realmente, o povo pereceu no deserto. Todos homens menos dois, Josué e Calebe, os únicos que não compactuaram da convicção dos outros dez espiões.
Precisamos ser como Josué e Calebe, homens e mulheres de visão e não como os outros dez.
1) OS DEZ ESPIÕES NÃO TIVERAM A VISÃO DIVINA: Os dez espiões não tiveram visão, não conseguiram ver Canaã do ponto de vista divino. Essa é uma triste constatação. Vejamos a reação imediata e negativa que o povo teve: (Nm 14. 1,2). O negativismo é infeccioso. Como Israel conseguiu reagir tal mal sabendo da promessa de Deus? O raciocínio humano supera a fé; o pensamento humano acha que é incapaz de vencer gigantes. Mas sob a convicção da fé, sabemos que temos a vitória, pois Deus está conosco.
A fé não dá espaço ao medo ou à intimidação. Nosso Deus nos trouxe à margem do Rio Jordão. Temos experimentado constantemente do poder milagroso de Suas mãos. Vamos confiar e partir confiantes para a batalha, pois Ele entregará os inimigos em nossas mãos.
2) DEZ ESPIÕES VIRAM GIGANTES; DOIS VIRAM AS POSSIBILIDADES: A explicação é muito simples: dois tiveram visão e confiaram na promessa de Deus com determinação. Dez se amedrontaram e se encolheram diante do suposto perigo.
Todos esses acontecimentos que Israel enfrentou falam profundamente ao meu coração. Espero que isso ocorra também com você. Passamos anos a fio em nossa vida enfrentando gigantes semelhantes aos encontrados em Canaã. Em geral os que confiam totalmente no Senhor são minoria. A grande maioria raciocina humanamente e só depende de seu próprio esforço. Aqueles que não têm visão, quase sempre, não são determinados, não confiam naquilo que Deus prometeu, e promete, e recusam-se a sonhar com aqueles que são visionários, julgando-os por vezes desequilibrados, incapazes e até mesmo loucos.
3) DEZ VIRAM OS PROBLEMAS. DOIS AS POTENCIALIDADES: Dez espias se impressionaram com os enormes gigantes que habitavam a terra; dois impressionaram-se apenas com o tamanho do poder de seu Deus. Um levantamento aponta que: em cada cinco pessoas de igreja; apenas uma mantém os olhos fixos no poder do Senhor e todas as outras nos problemas e dificuldades a superar.
Calebe e Josué, homens de visão, coragem e audácia, permaneceram sós, desafiando o povo a confiar que Deus honraria a sua coragem. Mas será que o Senhor honrou a coragem de ambos? Eles sobreviveram ao tormento de quarenta anos de blasfêmias, murmurações e insatisfações no deserto. Finalmente, quando Israel pisou na terra prometida, Calebe, então com oitenta e cinco anos de idade, pediu que Josué lhe desse a montanha onde habitavam aqueles gigantes. Após quarenta anos ele não sentia temor dos gigantes e desafiava o perigo. Ele sabia quem era seu Deus. A última descrição bíblica que temos de Calebe é a cena dele subindo a montanha, arregaçando as mangas de sua túnica, indo com destemor ao encontro dos gigantes para conquistar sua parte da promessa.
Você não admira uma pessoa assim? Você não se sente desafiado? Espero que sim!
E Josué? O que aconteceu com ele? Já no fim de sua vida ele continuava encorajando Israel a conquistar a terra prometida. Um homem velho estimulando a nova geração a confiar e cumprir por completo a promessa feita pelo Senhor. Josué foi um modelo de homem justo, quando disse: “porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”.
CONCLUSÃO: Deus anda em busca de Calebes e Josués. A igreja necessita com urgência de homens com visão, como os filhos de Issacar, conhecedores da época para saberem o que fazer.
Nestes dias escuros, de confusão moral e espiritual, que o Senhor levante homens e mulheres corajosos, mas especialmente de visão divina.