Fazer a diferença
“No Senhor Deus de Israel confiou, de maneira que depois dele não houve quem lhe fosse semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.” II Rs 18; 5
Muito se fala em fazer a diferença; isso implica concluir que o lugar comum é medíocre; que podemos, ou, devemos tentar poder mais. Entretanto, se atentarmos às letras miúdas do contrato, essa “diferença” almejada geralmente atina ao sucesso terreno; à egoísta exaltação do ousado que a fez.
Quando o escopo é espiritual, geralmente nos conformamos em fazer igual; ou, por outra, não fazer igual aos maus; fruímos como nossos “méritos” lavando a indigência nas águas sujas da falsidade alheia. Quantos ímpios precisam dos maus exemplos dos crentes para “justificarem” sua incredulidade! Quantos crentes adotam parâmetros falhos, e tentam imitar cacoetes, trejeitos, na escandalosa falta de caráter, testemunho, do ser, copiado!
No verso supra em que o cronista descreve atos de Ezequias, o temos extrapolando todos os parâmetros; tanto pretéritos, como futuros, dado que, obviamente, o registro foi posterior e pode cotejar com reis sucedâneos. Como ele conseguiu isso sem nenhum exemplo humano? Transcendeu-os buscando o conselho Divino. “Porque se chegou ao Senhor, não se apartou dele, e guardou os mandamentos que o Senhor tinha dado a Moisés. Assim foi o Senhor com ele; para onde quer que saía se conduzia com prudência;…” vs 6 e 7
Ora, conversão, alvo primeiro na difusão da doutrina de Cristo, outra coisa não é, senão, um chamado a fazer diferente; em relação à nossa vida pregressa, antes que aos que nos rodeiam. Claro que, se fizermos isso incidirão reflexos, como a luz sobre um ambiente escuro.
Começa o Senhor desafiando a uma diferença de rumo, pilotada por diversa mentalidade; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8 Paulo reitera o assunto associando a mente de Deus, com Vontade de Deus; a qual, só experimentaremos alinhando-nos a ela. “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 2
Tanto se fala em batalha espiritual, pouco se entende em quê, ela consiste. Todo o gládio entre o Espírito Santo e as forças das trevas visa a conquista do entendimento humano; Aquele para iluminar, essas, para confundir. O mesmo Paulo adverte: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4 Ter parâmetros errados é já um aspecto da cegueira fomentada pelas trevas, pois, nosso alvo deve ser “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,” Ef 4; 13
Noutra parte o mesmo apóstolo descreve a essência da batalha na qual nos inserimos; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10; 4 e 5
Invés de expulsar demônios imaginários como tantos fazem, alista como fortalezas, conselhos contra o conhecimento de Deus alicerçados no orgulho humano. Simples assim. Se a Palavra de Deus, a Verdade é a Espada do Espírito, a perversão Desta mediante as multifacetadas opções da mentira é a espada do inimigo.
Claro que o conhecimento em si pode ser mera teoria; mas, vivido faz a diferença como fez o Rei Ezequias. Se a Palavra abominava aos ídolos, pau neles! “E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera…” II Rs 18; 3 e 4
Nesses tempos trabalhosos, liberalidade teológica e deserto de bons testemunhos é tal, que, ter a Bíblia como regra de fé e prática, seriamente, já faz muita diferença; pois, a moda é ser “inclusivo, tolerante” com as mais grotescas aberrações espirituais. Os melhores expoentes da espécie humana não se bastam, pois, miram Um, que está mais elevado que os céus da terra; quanto mais parecidos com Ele, mais diferença farão num sistema que se lhe opõe.