A MULHER ADÚLTERA

nair lúcia de britto

 

Ela veio arrastada pelas mãos de Escribas e Fariseus a fim de ser julgada por Jesus. Eles ansiavam em apedrejar a mulher adúltera para castigá-la. Mas, antes, queriam saber o que Jesus pensava sobre isto.

Jesus não se intimidou diante daqueles que a acusavam. Pacientemente, escrevia algo sobre a areia, em silêncio.

Mas os acusadores insistiram junto a Ele. Então Jesus levantou-se e disse:

Aquele, dentre vós, que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra.” Todos foram se retirando aos poucos, a começar pelos mais velhos. Até que só permaneceram na praça Jesus e a pecadora.

Ninguém te condenou, eu também não te condenarei. Ide e, no futuro, não peques mais.” Jesus lhe disse.

 

A censura que se faz sobre a conduta de alguém tem dois motivos: reprimir o Mal ou constranger alguém que tenha errado.

O primeiro motivo é válido, porque reprimir o Mal que resulta num Bem coletivo é necessário e até mesmo um dever. Caso contrário, o Mal jamais seria banido da humanidade.

O outro motivo, de ordem pessoal, envolve a maledicência e a maldade e, por isso, é condenável. É para esta situação que Jesus ensinou: “Não julgueis se não quiserdes ser julgados.” Esclareceu também que “não há autoridade legítima, aos olhos de Deus, senão aquela que se apóia sobre o exemplo que dá do Bem.”

Se alguém cometeu uma falta que nos atingiu diretamente, o correto é dirigir-se ao agressor, em particular, para apresentar sua defesa; e não expor sua falta publicamente, constrangendo-o. Numa conversa amigável entre o ofensor e o ofendido, tudo pode ser esclarecido e perdoado. E, em vez de um inimigo, talvez possa se ganhar um irmão.

Quantas vezes perdoarei meu irmão?”`, perguntou Pedro. E Jesus respondeu:

Perdoar-lhe-eis não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.” O que Ele quis dizer é que o nosso coração deve estar sempre voltado para o perdão e para o amor. Porque a lei divina é a lei do amor.

O amor nos aproxima de Deus e o ódio nos afasta Dele. Perdoar os ofensores é pedir perdão para si mesmo; perdoar os amigos é uma prova de amizade. Saber perdoar é mostrar que se tornou uma pessoa melhor, e merecer o perdão de Deus em relação aos próprios pecados.

O esquecimento completo e absoluto das ofensas recebidas é um dom das almas elevadas. O rancor é um sentimento destrutivo e um sério obstáculo à evolução espiritual. As palavras do Evangelho são estas:

Feliz daquele que todas as noites, antes de adormecer, pode dizer: Nada tenho contra meu próximo.

Texto com base no Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Capítulo X.

    

Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 22/08/2013
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