SEPTUAGÉSIMA NONA AULA DE TEOLOGIA.

SEPTUAGÉSIMA NONA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Já chegamos a estudar as partes mais difíceis do Antigo Testamento e aprendemos que nesses livros há muitas simbologias, metáforas e que muitos estudiosos afirmam que toda escritura é uma linguagem parabólica. Há muitas figuras como Adão, Eva, Abel, Caim, Noé, Abraão, Isac e Jacó, formando assim a história dos patriarcas do povo hebreu, ou seja, dos israelitas. Não é uma história científica e nem relatos aferíveis; tudo é simbólico, teológico com uma visão cúltico-religioso. O único povo monoteísta foi os judeus. Os outros povos eram politeístas, mas tinham, também, a sua própria história de seus deuses. Muitas passagens que existem na Bíblia existem também na crença e cultura religiosa dos pagãos politeístas. Era a cultura dos povos tantos politeístas como o monoteísta. Como por exemplo: a crença em demônio, anjos, serpentes, castigo, etc. Também eles tinham a crença da trindade, de três forças divinas. Os judeus também têm as suas cresças na trindade, como por exemplo: Os anjos Miguel, Gabriel e Rafael. [Trindade angelical]. Na coluna patriarcal sendo elas representadas em Abraão, Isac e Jacó. [Triologia patriarcal]. Essa triologia não foi criação da Igreja Católica, mas todas as religiões, como o budismo e outras, têm a crença nessa triologia, mas que existe um único Deus.

Estamos já no final do evangelho de João, o último dos evangelhos a ser escrito pelos anos noventa a cem. “Eu sou a videira e o meu Pai é o agricultou. Todo ramo que não der frutos em mim, ele o cortará”. [Jo 15, 1]. Esta perícope é uma alta teologia e muito profunda, pois, ela chama a responsabilidade de cada um de nós a aprender a experiência do Cristo, que sempre foi fazer a vontade do Pai. Ser ramo é estar ligado ao tronco; o tronco tem a seiva da vida. Sem o tronco o ramo não tem vida, está morto. Morto está fora das graças de Deus; vive nas trevas sem a luz que vem do alto e permanece interiormente em cada um. Aqui há uma visão que os ramos desta videira eram os judeus. Eles rejeitaram o tronco da videira, cuja videira o Deus de Israel é o agricultor personificado em Jesus. A falsa videira de Israel não deu frutos ao rejeitar a verdadeira videira. Secou-se e não deu fruto. Há muitos cristãos que são ramos que não dão frutos. Para muitos os frutos que eles almejam, e até pedem para ter sucessos no comércio, nos palcos a serem aplaudidos com fama; ser aprovados em concursos públicos. Viver sendo ramo da videira não há meio termo. Viver em Cristo é vida frutífera podada pelo Pai. E a poda vem sempre investida de sofrimentos, nas adversidades da vida; é carregando a cruz com paciência e permanecendo sempre no tronco da videira. “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”. [Jo 15, 4]. Permanecei em mim e em minhas palavras, isto é, deve-se estar unido e em Cristo amando o próximo e agindo como o bom samaritano. Quando for pedir a Jesus o socorro da carência, deverá ser sem capricho pedindo coisas materiais, sucesso e economia financeira. Deus irá ouvir esse socorro? O ramo deverá está em sintonia com o tronco. Jesus já pediu a seu Pai algo que lhe fizesse importante e famoso? A prece verdadeira é a mesma de Jesus: O amor, a vida plena. É assim a oração de Jesus: “Assim como meu Pai me ama, assim também eu vos amo.” Aqui não há doutrina, mas o amor como Jesus amou. O amor nosso é sentimento, paixão. O amor de Deus é amor em espírito e verdade. É amor ágape, total. O amor ao próximo é ser Cristo para o outro. É cuidar do outro, principalmente aos excluídos e famintos. É amor sem interesse e sem troca. É doação.

No mundo competitivo como o de hoje, muitos cristãos estão deixando de ser ramo desse tronco da videira. Muitos vivem roboticamente alienado à mídia enganadora: na religião, no trabalho, na política, pois, transformam-se em robô escravos do sistema. Nesse sistema há dois tempos: “Tempo veloz e tempo corrido. Nesse tempo corrido vivemos mais, mas não vivemos bem”. Tempo veloz não há tempo para dormir, para orar, para meditar e para amar. Não há tempo veloz para quem é cristão, porque conhece que Deus está fora do tempo onde cada um de nós é um ramo a receber a seiva. A seiva é vida vivida em Jesus a amar a Deus e ao próximo. Ninguém pode viver sozinho, mas em comunidade e em comunhão. [São os ramos da videira]. Aí está a presença do Cristo paráclito a iluminar o caminho da salvação. Só compreendemos essa figura simbólica da videira, quando cada um de nós viver como ramo, recebendo a seiva, isto é, o entendimento da palavra, da sabedoria e compreender que somos feitos e criados pelo amor; e com essa vivência e experiência do Cristo, ser o Cristo para os outros. Eis o que é ser ramo da videira, Jesus Cristo. Ele dá o fruto que é o vinho da vide que em transubstanciação do pão e o vinho [metafísica] se fez presente derramando o seu sangue na cruz pela humanidade. Esse foi o maior amor de Deus para conosco. Eucaristia é uma palavra grega que significa: Boa graça. O pão é o corpo da graça santificante e o vinho seu sangue derramado na cruz para a remissão do pecado do mundo, isto é, da humanidade. Jesus se faz presente e comida na mesa da comunhão. Comunhão é a união trinitária de um só Deus feito pão; o pão da boa graça. [Eucaristia]. A graça que sai do coração imaculado de Jesus misericordioso. Ele é o celebrante, o holocausto, o cordeiro imolado, ele é o grande sacerdote, conforme a ordem de Melquisedec. Não é mais pão material feito de trigo, mas o pão espiritual em espécie natural para o divino. Por isso é que o celebrante, depois que consagra o pão e o vinho, ele fala para a assembleia: “Eis o mistério da fé”. E a assembleia responde: “ Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!”. A vinda será a sua “parusia”.

Todo católico deverá saber a importância da celebração “eucarística”, que é o sacrifício da cruz, é o cordeiro imolado no altar em remissão dos pecados: “Fazei isto em memória de mim”. [Sacramento da ordem]. Em memória da Paixão, morte e ressurreição. Fazei isto, pois todas as vezes que fizestes lembrai-vos da paixão, morte do Senhor, enquanto esperamos a vossa vinda. [Da ordem sagrada a ser presbítero, sacerdote]. Somente o presbítero, sacerdote poderá celebrar a ceia do Senhor, isto é, diácono, padre, bispo sagrados para exercer como sacerdote nas celebrações eucarísticas. [menos o diácono]. Mas na realidade o celebrante é o próprio Cristo, pois, as palavras ditas na transubstanciação do pão e vinho são as mesmas de Jesus, quando ele fez a Nova Aliança com o Pai. Quem é o consagrante? É o próprio Jesus: “Isto é o meu corpo”... “Este é o cálice do meu sangue derramado por todos para a remissão dos pecados”. São as mesmas palavras de Jesus que o celebrante, padre, bispo, papa pronunciam ao celebrar a santa ceia. É o mistério da fé. Quero, pois, advertir alguns católicos, pobres de catequese, que escuto dizendo: “A missa de padre fulano é bonita”! “Eu não gosto de assistir à missa de padre sicrano, pois é feia, sem graça”! Que ingenuidade desses tipos de católico! A missa ou celebração eucarística é uma só celebração universal. Não há diferença nenhuma de uma para a outra. Seja celebrada pelo um padre cá na roça, como o papa no Vaticano. As palavras da liturgia eucarísticas são as mesmas: Isto é o meu corpo, Este é o cálice... Não há diferença nenhuma. A beleza é única, pois é o mistério da fé. A celebração eucarística é o ato sagrado, que é celebrada pelo próprio Jesus. É a mística da ressurreição. Tanto é verdade que qualquer celebrante, quer seja padre, quer seja bispo, que seja o papa ele pronuncia a palavra ao término da consagração: “Eis o mistério da fé”. Quem enxergar o pão consagrado e o cálice de vinho com os olhos da carne, e não com os olhos da fé, da alma, irá enxergar com os olhos biológico, emocional e do mundo exterior. Aí, nesse caso, irão ver de outra maneira: a beleza exterior e a feiúra exterior do mundo das trevas, mas não a beleza espiritual da mística do Cristo Jesus transformado em pão e vinho em seu próprio corpo ressuscitado gloriosamente para alimento espiritual: a comunhão. Eis a resposta para os que precisam ser catequizados e convertidos com a luz que vem do alto: Jesus Cristo, o Paráclito, que está sempre presente no meio de nós. Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 21/08/2013
Código do texto: T4444526
Classificação de conteúdo: seguro